É sempre muito interessante e prazeroso visitar o estádio de um clube bicampeão europeu. Quando este estádio está distante dos maiores e mais famosos centros de futebol do mundo, ele ganha ainda mais notoriedade. E se eu já tinha essa expectativa boa, ela aumentou quando tive a felicidade de ver, pela primeira vez ao vivo, o City Ground, situado na beira do rio Trent, um cenário majestoso que abriga o Nottingham Forest, bicampeão da então Copa dos Campeões em 1979 e 1980.
À frente da Brian Clough Stand, uma homenagem ao vitorioso técnico |
Construído e inaugurado em 1898, o City Ground tem capacidade para receber 30.602 pessoas, todas sentadas, e assim como a maioria dos estádios no mundo, seu recorde de público supera - e muito - seu atual limite. Em 1967, 49.946 se espremeram para ver um jogo contra o Manchester United.
Já modernizado e com a capacidade atual, o City Ground recebeu três jogos do grupo D da Eurocopa, em junho de 1996. Os combates Turquia 0 x 1 Croácia, Portugal 1 x 0 Turquia e Croácia 0 x 3 Portugal foram disputados ali.
Sei que é repetitivo citar isso quando se fala de um estádio de futebol inglês, mas não custa nada falar de novo: a qualidade do gramado impressiona. O clube sempre mantém profissionais que ficam por conta de cuidar da grama, mesmo em dias em que não acontecem jogos, como foi na data em que visitei o estádio.
A recepção do estádio do Forest chama a atenção, apesar de nem de, fisicamente, nem chegar perto da estrutura de estádios de gigantes do país. A lista de títulos na fachada, que pode ser conferida na foto acima, merece olhares cuidadosos. E mais ainda quando se entra na recepção do clube, na foto abaixo, onde um busto do técnico bicampeão europeu Brian Clough se mistura a fotos históricas, flâmulas e posters.
A satisfação que tive por simplesmente estar no estádio não se compara com a sensação de visitar a sala de reuniões onde o Forest guarda nada menos do que as duas Copas dos Campeões. Estar perto de troféus tão importantes é uma alegria para qualquer um que goste de futebol. Eu demorei a conseguir tirar os olhos das taças.
Fachada do City Ground mostra a lista de títulos conquistados pelo clube, cada um com o formato específico da taça |
A satisfação que tive por simplesmente estar no estádio não se compara com a sensação de visitar a sala de reuniões onde o Forest guarda nada menos do que as duas Copas dos Campeões. Estar perto de troféus tão importantes é uma alegria para qualquer um que goste de futebol. Eu demorei a conseguir tirar os olhos das taças.
Todo o trajeto que fiz da estação de trem da cidade - por onde cheguei após duas horas super agradáveis desde Londres (via estação Saint Pancreas) - até o estádio foi super interessante. O trajeto pode ser percorrido a pé e após ver o estádio na beira do rio e sofrer aquele baque inicial, vi o pub onde os torcedores se reúnem para acompanhar as partidas, colado ao estádio, e a loja do clube, muito bem organizada e repleta de produtos do Forest.
O estádio tem todas as características clássicas daqueles campos britânicos, como a proximidade das arquibancadas com o gramado, os bancos de reservas colados na torcida, o gramado de excelente qualidade, a divisão por setores bem definida, com cadeiras numeradas.
Campeão inglês uma vez logo depois de ter subido da segundona, em 1977/1978, o que lhe valeu o passaporte para a conquista da Europa em 1978/1979 (contra o Malmö, da Suécia) e 1979/1980 (em cima do Hamburgo, da Alemanha), o Forest tem no currículo também duas FA Cup (1898 e 1959) e quatro Copas da Liga Inglesa (1978, 1979, 1989, 1990), além da taça da Supercopa da Europa em 1979.
Atualmente na Championship, a segunda divisão inglesa, o Nottingham Forest disputou a primeira edição da Premier League, em 1992/1993, foi rebaixado na mesma temporada e iniciou um sobe e desce entre a primeira e a segunda divisões até 1998/1999, quando voltou a cair. Nos anos 2000, chegou a disputar durante três temporadas a terceira divisão.
Atualmente treinado pelo ex-técnico da Seleção Inglesa Steve McLaren, o Forest sonha em não só voltar à Premier League como, no mínimo, repetir campanhas de destaque que teve entre os maiores da Inglaterra. Nos anos 1980, foi três vezes terceiro colocado, posição que voltou a ocupar em 1994/1995. O City Ground merece.
Texto publicado originalmente em setembro de 2011
Confira os demais capítulos da série:
Atualmente treinado pelo ex-técnico da Seleção Inglesa Steve McLaren, o Forest sonha em não só voltar à Premier League como, no mínimo, repetir campanhas de destaque que teve entre os maiores da Inglaterra. Nos anos 1980, foi três vezes terceiro colocado, posição que voltou a ocupar em 1994/1995. O City Ground merece.
Texto publicado originalmente em setembro de 2011
Confira os demais capítulos da série:
Capítulo 9 - Stamford Bridge, um senhor de 135 anos de idadeCapítulo 10 - Old Trafford, o teatro dos sonhos
Capítulo 11 - Carling Cup no Loftus Road, do QPR
Capítulo 11 - Carling Cup no Loftus Road, do QPR
Capítulo 12 - Goodison Park e suas únicas histórias
Capítulo 13 - Alessandro Shoenmaker, o preparador físico brasileiro do Nottingam Forest
Capítulo 17 - Museu do Chelsea
Capítulo 13 - Alessandro Shoenmaker, o preparador físico brasileiro do Nottingam Forest
Capítulo 19 - Por dentro do Emirates Stadium
Capítulo 21 - Um passeio por Upton Park
Capítulo 25 - Bob Paisley, o técnico mais vezes campeão da Europa
Muito bacana... Esse céu cinza inglês muito atraente. O estádio é sensacional!
ResponderExcluirMais um pra recordação! Sempre bom conhecer mais dos estádios ingleses, que são de dar inveja!
ResponderExcluirFred, imagino o sentimento de ir ao City Ground e de visitar as dependências do lendário Nottingham Forest. E que camisa bonita a preta, viu!
ResponderExcluirInteressante demais poder conhecer a história de um time tão vitorioso...
ResponderExcluirSou torcedor dos Reds, achei muito legal a cobertura da sua visita ao City Ground, ainda irei visitar o City Ground pessoalmente. É uma pena o tempo de glórias ter ficada pra trás, a esperança é de que algum dia alguém faça pelo menos metade do que Clough fez pelo Forest.
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