A história do Cruzeiro na Libertadores - 1967: na semifinal logo na estreia


Campeão brasileiro de 2013, o Cruzeiro volta neste ano à Copa Libertadores, competição da qual está ausente desde 2011. Será a 14ª participação do clube no torneio. Tradicional, o Cruzeiro foi campeão duas vezes (1976 e 1997) e perdeu duas decisões (1977 e 2009), além de ter feito várias boas campanhas. A partir de hoje, o blog conta a história do Cruzeiro no torneio, ano a ano, mostrando as equipes, a trajetória celeste, os artilheiros e vários outros detalhes e curiosidades. Neste primeiro capítulo, a estreia azul, em 1967, quando logo em sua primeira participação, o Cruzeiro chegou à fase semifinal.

O Cruzeiro, campeão da Taça Brasil de 1966, foi o único representante brasileiro na competição, já que o Santos, vice do torneio nacional, desistiu da disputa. O regulamento era bem diferente das atuais Libertadores. Na primeira fase, os clubes foram divididos em três grupos. O do Cruzeiro, o grupo 1, tinha cinco times, enquanto o 2 tinha seis e o 3, sete. Os dois primeiros de cada se classificavam para a fase semifinal, etapa que já tinha o Peñarol, campeão do ano anterior. Sim, a conta era essa mesma: sete times participaram da fase semifinal, três em um grupo e quatro em outro - os vencedores dos grupos faziam a final. Os rivais do Cruzeiro na primeira fase eram Universitario e Sport Boys, do Peru, e Deportivo Galícia e Deportivo Itália, da Venezuela.

Tostão, o craque do Cruzeiro em 1967

Em 19 de fevereiro de 1967, 10 mil pessoas comparecem ao estádio Olímpico Universitário, em Caracas, para acompanhar a primeira partida do Cruzeiro na história da Copa Libertadores, contra o Deportivo Galícia. Raul; Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira. Foram esses os primeiros jogadores a usar a camisa azul em um jogo de Libertadores, comandados pelo técnico Airton Moreira. A vitória foi suada, 1 a 0, gol de Evaldo aos 47 minutos do segundo tempo. Três dias depois, no mesmo estádio, uma vitória mais tranquila, 3 a 0 no Deportivo Itália, gols de Tostão (2) e Evaldo. Detalhe: o time venezuelano era dirigido por Orlando Fantoni, nome mais do que ligado ao Cruzeiro. Fantoni tinha no time Massinha, Elmo e Dirceu Pantera, outros três ex-cruzeirenses.

Evaldo, artilheiro do Cruzeiro na Libertadores de 1967, com 6 gols (foto: Cruzeiro)

Em 18 de março, o primeiro jogo do Cruzeiro no Mineirão pela Libertadores, 3 a 1 no Deportivo Galícia, com dois gols de Tostão e um de Zé Carlos, jogo visto por 10.733 torcedores. Dois dias depois, diante de 4.896 pessoas, outra vitória, 4 a 0 no Deportivo Itália, com dois gols de Natal, um de Piazza e um de Vicente, contra. Mais de um mês depois, nova vitória no Mineirão, 4 a 1 sobre o Universitario, do Peru, gols de Dirceu Lopes, Natal (2) e Piazza, diante de 12.836 pessoas. Com quatro vitórias em quatro jogos, o Cruzeiro optou por levar um time misto ao Peru e não fez feio. Venceu o Sport Boys por 2 a 1, gols de Neco e Evaldo, e empatou com o Universitario em 2 a 2, gols de Marco Antônio e Evaldo. O último jogo da primeira fase, no Mineirão, confirmou a excelente campanha azul. O Cruzeiro fez 3 a 1 no Sport Boys, gols de Piazza e Dirceu Lopes (2), diante de 4.671 torcedores, e se classificou em primeiro lugar com extrema tranquilidade.

A fase semifinal não seria nada simples. O grupo do Cruzeiro tinha também o Peñarol, que era campeão da Libertadores e do Mundo, e o Nacional, então campeão uruguaio. O Cruzeiro recebeu os uruguaios em Belo Horizonte e depois faria os jogos decisivos em Montevidéu. E o início foi promissor e mostrou a força do time em casa. Em 14 de junho, vitória de 2 a 1 sobre o Nacional, gols de Davi e Evaldo. Quatro dias depois, diante de 44.660 pessoas, maior público em casa naquela competição, vitória de 1 a 0 sobre o Peñarol, gol de Natal a um minuto do fim. 

Racing, da Argentina, campeão da Libertadores de 1967

O momento era de decidir fora de casa. E a primeira derrota azul na Libertadores aconteceu exatamente no momento mais crucial, 3 a 2 para o Peñarol, em 5 de julho, no estádio Centenário, gols de Dirceu Lopes e Tostão, depois de os uruguaios terem aberto 3 a 0. Quatro dias depois, no mesmo estádio, o Nacional fez 2 a 0 no Cruzeiro, eliminando o time mineiro. Nos clássicos uruguaios, vitória do Nacional por 1 a 0 e empate em 2 a 2. O Nacional se classificou para a decisão, quando foi derrotado pelo Racing, da Argentina.








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