Volante fez o primeiro gol da Copa do Mundo de 2002, ajudou a eliminar a campeã França e levou o Senegal às quartas de final antes de circular com destaque pelo futebol europeu
A Copa do Mundo de 2002 trouxe uma série de surpresas. Primeiro, pelo fato de ser disputada em dois países pela primeira e única vez e também por ser jogada na Ásia. Um dos donos da casa, a Coreia do Sul, chegou surpreendentemente (e com ajuda do apito) à semifinal, mesmo patamar alcançado pela Turquia. Quem também brilhou foi o Senegal, que em sua primeira participação em uma Copa, chegou às quartas de final e igualou o feito de Camarões em 1990, se tornando o segundo africano a chegar a este patamar. E foi de Senegal o gol inaugural daquela Copa. Em 31 de maio de 2002, Bouba Diop (abaixo, no traço de André Fidusi) estufava as redes da França em Seul.
Diop tinha 24 anos e era jogador do Grasshoppers, da Suíça, quando estreou com seus conterrâneos na Copa do Mundo. Nascido na capital Dakar, o volante de 1,95m viu sua carreira ser catapultada a partir dos 30 minutos de jogo contra a então campeã do mundo. O gol e a inesquecível comemoração com os companheiros dançando na linha de fundo foi o único daquela partida e a vitória foi decisiva para a classificação dos africanos para as oitavas de final. Mas Diop ainda brilharia mais na Copa.
O volante começou a carreira em seu país natal, no Diaraf, e chegou ao futebol europeu pela Suíça, defendendo o pequeno Vevey. Passou pelo Neuchatel Xamax antes de chegar ao Grasshoppers, com quem foi campeão suíço em 2001. O sucesso na Copa do Mundo o levou para o Lens, da França, onde se destacou de vez, o suficiente para chegar na milionária Premier League. Diop defendeu o Fulham e, posteriormente, o Portsmouth, com quem conquistou a Copa da Inglaterra de 2008 - em 2010, foi vice da mesma competição. Após uma passagem pelo futebol grego, no AEK, com quem conquistou a copa local, voltou para a Inglaterra e encerrou a carreira no Birmingham, após passar pelo West Ham.
Um dos mais famosos jogadores senegalenses de todos os tempos, Diop fez 63 partidas pela seleção e marcou 11 gols. Não pense que, naquela Copa, o volante deixou sua marca apenas uma vez. Diop fez mais dois gols, ambos contra o Uruguai, no incrível 3 a 3 que garantiu os africanos na segunda fase. Diop fez os dois primeiros gols daquele jogo.
Abaixo, o gol de Diop contra a França, no jogo que surpreendeu o mundo
Além da vitória contra a França e do empate contra o Uruguai, Senegal empatou com a Dinamarca em 1 a 1 na primeira fase. Nas oitavas de final, o gol de ouro de Henri Camara eliminou a Suécia e colocou o Senegal nas quartas de final. O 2 a 1 contra os suecos tirava da competição a seleção que havia eliminado a forte Argentina. Invicto, o Senegal encarou a Turquia nas quartas de final e, desta vez, sofreu o castigo do gol de ouro, interrompendo ali uma campanha inesquecível.
O penta da Família Scolari
Como todos sabem, a Turquia foi a adversária do Brasil de Felipão na semifinal. Os turcos já tinham enfrentado o Brasil na primeira fase e perdido por 2 a 1 e voltaram a ser derrotados (1 a 0). A Copa que marcou a superação definitiva de Ronaldo, artilheiro do torneio com 8 gols, viu um seleção brasileira com 100% de aproveitamento levantar a taça pela quinta vez. Se Ronaldo foi destaque, Rivaldo e Roberto Carlos brilharam, assim como os eficientes Gilberto Silva e Kléberson, além do sempre extraclasse Ronaldinho.
O Brasil passou por Turquia, China e Costa Rica na primeira fase, antes de superar a Bélgica nas oitavas de final. No teste mais parelho, fez 2 a 1 na Inglaterra nas quartas de final e despachou a Turquia na semifinal antes de derrotar a Alemanha na final por 2 a 0. Os alemães eliminaram na semifinal a Coreia do Sul, que contou com um apito muito amigo para fazer a melhor campanha da sua história. Espanhóis e italianos que o digam.
Confira os outros capítulos da série
1998 - César Sampaio (Brasil)
1994 - Jurgen Klinsmann (Alemanha)
1998 - César Sampaio (Brasil)
1994 - Jurgen Klinsmann (Alemanha)
1958 - Agne Simonsson (Suécia)
1954 - Milos Milutinovic (Iugoslávia)
1950 - Ademir de Menezes (Brasil)
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