César Sampaio, a eficiência do Brasil em 1998

Volante que marcou o primeiro gol do Mundial, contra a Escócia, foi um dos jogadores mais regulares da confusa equipe de Zagallo na Copa do Mundo da França


Tetracampeão em 1994, depois de um jejum de 24 anos sem títulos, o Brasil chegava à Copa do Mundo de 1998 como um dos favoritos. A diferença é que, se tinha o genial Ronaldo, o time comandado pelo treinador Zagallo era muito menos organizado do que o dirigido por Carlos Alberto Parreira quatro anos antes. Era um time taticamente confuso, mas um jogador, que fez o primeiro gol daquele Mundial, foi um operário que cumpriu bem suas funções e foi um surpreendente destaque brasileiro na Copa: César Sampaio, ilustrado aqui por André Fidusi nesta série que assinamos em conjunto.



Ele precisou de 5 minutos para abrir o placar contra a Escócia, diante de 80 mil pessoas no Stade de France no dia 10 de junho. Naquele dia, os esforçados escoceses endureceram o jogo, empataram ainda no primeiro tempo e só em um gol contra de Boyd, a 16 minutos do fim que o Brasil chegou ao 2 a 1 e aos primeiros pontos no grupo A.




Revelado pelo Santos, o volante César Sampaio era jogador do Yokohama Flugels, do Japão, quando foi convocado para a Copa do Mundo, quando foi titular absoluto da equipe de Zagallo. Sampaio disputou o Mundial aos 30 e, antes disso, não teve uma carreira efetiva na seleção brasileira, apesar de ter sido convocado pela primeira vez em 1990. No total, até 2000, fez 49 jogos pela equipe nacional e marcou seis gols - três na Copa de 1998 (os outros dois foram marcados contra o Chile, nos 4 a 1 das oitavas de final).

César Sampaio vestiu a camisa do Santos em uma época de vacas magras. Se no Peixe não chegou a levantar nenhuma taça, elas sobraram no Palmeiras, onde chegou em 1991, depois de cinco anos no Santos. Até 1994, foram dois Campeonatos Brasileiros, dois Campeonatos Paulistas e um Rio-São Paulo. Depois de um período no Japão, entre 1995 e 1998, Sampaio voltou para o Palmeiras, quando foi o capitão da equipe que conquistou o título mais importante da história do clube, a Libertadores de 1999. Ainda passou, sem destaque, pelos rivais palmeirenses Corinthians e São Paulo, pelo espanhol La Coruña e pelos japoneses Sanfreece Hiroshima e Kashiwa Reysol.

Pela seleção brasileira, além da participação destacada na Copa do Mundo de 1998, foi campeão da Copa América e da Copa das Confederações em 1997. Na competição sul-americana, entrou em apenas em um jogo e era o reserva da dupla Dunga/ Flávio Conceição, com quem dividiu mais atuações na Copa das Confederações, apesar de Conceição ter sido o titular na decisão do torneio.

Inesquecível Zidane
A Copa do Mundo de 1998 mostrou ao mundo o genial futebol de Zinedine Zidane, que teve altos e baixos no Mundial, inclusive uma expulsão. O craque francês, porém, foi decisivo na reta final, especialmente na decisão, com seu futebol cerebral e eficiente. A equipe francesa, aliás, se mostrou muito bem preparada e contava com vários outros destaques, como os jovens Henry e Trezeguet, o capitão Deschamps, o zagueiro Blanc e o então lateral Thuram, entre outros.

Taticamente mais organizada, coisa que não se via no time brasileiro, a França fez uma primeira fase irrepreensível, vencendo seus três jogos (África do Sul, Arábia Saudita e Dinamarca). Suou para eliminar o Paraguai, com o famoso "gol de ouro" na prorrogação, eliminou a Itália nos pênaltis e, nas semifinais, brecou o sonho da Croácia. Na final, mesmo com tudo o que envolveu Ronaldo, chegou mais organizada e foi muito superior ao Brasil, justificando com sobras o 3 a 0.

Brasil que fez uma campanha acidentada na primeira fase. Além de vencer com dificuldade a Escócia, derrotou Marrocos (3 a 0) sem sustos e perdeu para a Noruega (1 a 2), em jogo abaixo da crítica. Atropelou o Chile nas oitavas (4 a 1), suou para vencer a Dinamarca nas quartas (3 a 2) e eliminou nos pênaltis o ótimo time da Holanda na semifinal antes de sucumbir à França na final.


Confira os outros capítulos da série
1994 - Jurgen Klinsmann (Alemanha)
1954 - Milos Milutinovic (Iugoslávia)


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