Eliminação do Cruzeiro. Dá para explicar?



O Cruzeiro tem um bom time? Tem. Tem atletas capazes de definir uma partida? Tem. O treinador consegue mudar o esquema tático durante um jogo? Sim. O sistema de marcação é eficiente? É. Resumindo, o Cruzeiro estava com uma mão na vaga ontem e a ordem natural das coisas era ganhar novamente no Once Caldas e seguir na Libertadores. Só que todas essas características que falei acima falharam. Quando uma peça ou outra estraga, a máquina consegue funcionar. Quando todas as peças pifam, não tem como mudar a história.

O bom time azul ontem entrou sem duas peças fundamentais, Thiago Ribeiro e Wallyson. A velocidade deles é fundamental para o estilo do jogo da equipe. Com pelo menos um deles em campo, as chances cresceriam. Nesse caso, um questionamento deve ser feito: Thiago se contundiu no jogo contra o América de Téofilo Otoni. Fato que não dá para prever, mas que poderia ser evitado, afinal o Campeonato Mineiro não tem um décimo da importância da Libertadores. Claro, qualquer clube quer ganhar tudo, mas dosar nesse caso seria interessante. O mesmo vale para o Santos em relação a Elano.

Os jogadores que poderiam decidir ontem sumiram. Roger foi lamentável, errando passes e cometendo faltas abusivas e repetidas. Foi expulso com justiça com pouco mais de 30 minutos. Quando mais se esperou de Montillo, o craque argentino não decidiu, não mudou o jogo. Prova disso é que, no final do jogo, quem bateu uma falta próximo à área foi Victorino e não o craque do time. Era o momento de chamar a responsabilidade. As exceções a essa regra foram Fábio, sempre seguro, e Gilberto, que não se intimidou, partiu para cima, colocou a bola no chão e criou as melhores oportunidades do Cruzeiro. Quando essas peças-chave não funcionam, os demais sentem. Marquinhos Paraná caiu de produção, foi desatento no primeiro gol, ao não subir, Henrique simplesmente sumiu do jogo e Pablo sentiu a pressão. Esses três jogadores são fundamentais para o esquema de marcação do Cruzeiro. Nenhum funcionou.

A derrota e a eliminação evidenciaram um fato, que ressaltei aqui ao comentar a partida de domingo contra o América de Teófilo Otoni: o Cruzeiro tem algumas boas peças de reposição, mas todos os reservas não são do mesmo nível dos titulares. E ontem isso ficou claro. Farías é muito fraco e já teve oportunidades mais do que suficientes para provar que não pode vestir a camisa do Cruzeiro. Cuca poderia ter começado a partida com Dudu, que entrou no decorrer do jogo e pouco acrescentou. Ortigoza tem muita vontade, mas é apenas um bom reserva. André Dias entrou na fogueira, mas é limitado. Com reservas em um nível bem inferior, Cuca não conseguiu alterar taticamente a forma da equipe jogar.

A eliminação foi uma tragédia e o excesso de nervosismo também. Mesmo perdendo por 1 a 0, o Cruzeiro ainda estava classificado. E um time com vários jogadores rodados não soube como controlar os nervos e administrar a vantagem. O destempero estava evidente até no tranquilo Cuca, que errou feio ao agredir Rentería. Péssimo exemplo.

O momento é de aprender com os erros. Repito: o time é bom, tem jogadores capazes de definir uma partida, um bom sistema de marcação e um técnico que pode alterar taticamente a equipe. Mas tem que repensar e reforçar o banco de reservas. Uma eventual vaga para a próxima Copa Libertadores deve ser tentada no Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro vai precisar de mais gente de qualidade e opções melhores para ir bem nas 38 rodadas do torneio nacional.

Foto: Terra

Comentários

  1. Não sei o que houve, mas pareceu muito o time do Adilson Batista. Pilhada, nervoso e desesperado. Deu no que deu.

    Alguém sabe em que mundo o Henrique se meteu? ahahhaha, ele vem mal desde o jogo cotnra o Gurani do Paraguai na Arena.

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