O "Chico" búlgaro que festejou seu aniversário com gol na Copa de 1970

Dinko (ou Chico) Dermendzhiev foi um dos raros destaques da Bulgária na Copa de 1970 e comemorou seus 29 anos fazendo o primeiro gol daquele Mundial


Figurante na história das Copas do Mundo, a Bulgária participou de seu primeiro Mundial apenas em 1962, no Chile. Voltou a campo na Inglaterra, em 1966, e novamente estava presente em 1970, no México. Em todas essas três primeiras participações, uma coincidência: foi eliminada na primeira fase. Mas, pelo menos em 1970, um diferencial em relação a todas as outras seleções. Foi búlgaro o primeiro gol do Mundial que terminaria com a conquista do tricampeonato pelo Brasil. O autor? Dinko Dermendzhiev (em tempo: Dinko, em uma tradução livre, se equivale ao nosso "Chico").

O atacante (abaixo, ilustrado por André Fidusi) precisou de apenas 4 minutos para abrir o placar diante da forte equipe do Peru, dirigida pelo brasileiro Didi, que só cairia nas quartas de final, diante do Brasil. A partida, válida pelo grupo 4, foi realizada no estádio Nou Camp, em León, diante de 13.765 pessoas. A Bulgária esteve muito perto de conseguir sua primeira vitória em Copas naquela partida, já que, com 4 minutos do segundo tempo, fez 2 a 0 com Bonev. Mas levou a virada. Gallardo, Chumpitaz e Cubillas marcaram para os peruanos. Detalhe: a partida foi realizada no dia 2 de junho, aniversário do atacante búlgaro, que completou 29 anos no México.



Dermendzhiev marcava, assim, seu único gol em Copas do Mundo. E olha que ele não era um novato em Mundiais. Já tinha feito duas partidas em 1962 e duas em 1966. Em 1970, ainda entrou em campo na derrota de 5 a 2 para a Alemanha. Só não entrou em campo justamente no jogo em que a Bulgária conquistou seu único ponto, no empate em 1 a 1 com o Marrocos.

Confira os gols de Peru 3 x 2 Bulgária, o jogo em que Deremendzhiev fez seu gol na Copa de 1970



O jogador de um clube só
O atacante defendeu apenas um clube em sua carreira. Aos 18 anos, em 1959, já era jogador do Botev Plovdiv, onde encerraria a carreira quase 20 anos depois, em 1978. Em 447 jogos pelo clube de sua cidade natal (Plovdiv), fez 194 gols. Nada mais, nada menos do que o jogador que mais vestiu a camisa do Botev e seu maior artilheiro. Em 1962, Dinko levou o clube à conquista de sua primeira Copa da Bulgária - no ano seguinte, chegou às quartas de final da Recopa Europeia, caindo diante do Atlético de Madrid. Em 1967, o clube conquistaria pela segunda vez o Campeonato Búlgaro, o que lhe valeu a participação na Copa dos Campeões (atual Champions League). Em 1972, Dinko ainda comandaria o time na conquista da Copa dos Bálcãs.

Destaque na seleção
Pela seleção da Bulgária, o ídolo do Botev Plovdiv fez 19 gols em 58 jogos. É, ainda hoje, o nono maior artilheiro da equipe nacional. Assim que encerrou a carreira, Dermendzhiev iniciou sua trajetória como treinador. E dirigiu seu Botev de origem em nada menos do que sete passagens - e por lá também encerrou a carreira como técnico, em 2001. Conquistou a Copa da Bulgária em 1981, mesmo ano em que o clube conquistou uma histórica vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona.

Jules Rimet definitivamente brasileira
Já sabemos que a Bulgária se deu mal em 1970 (na verdade, só iria brilhar mesmo em Copas em 1994, quando foi semifinalista) e também sabemos que o Brasil deu show. Uma das maiores equipes de todos os tempos levantou naquela Copa o tricampeonato, o que lhe valeu a posse definitiva da Taça Jules Rimet, aquela que seria roubada em 1983 no Rio de Janeiro. A equipe de Pelé, Rivelino, Tostão, Carlos Alberto e Jairzinho venceu todos os seis jogos, eliminando o Uruguai na semifinal e goleando a Itália por 4 a 1 na decisão.

Confira os outros capítulos desta série
1930 - Lucient Laurent
1934 - Ernesto Belis
1938 - Joseph Gauchel
1950 - Ademir de Menezes
1954 - Milos Milutinovic
1958 - Agne Simonsson
1962 - Héctor Facundo
1966 - Pelé e Sigi Held



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