Galo, 110 anos e três times para não esquecer

No dia do aniversário do Atlético, publico uma seleção dos melhores que vi jogar. De quebra, faço também duas equipes "reservas". São 33 jogadores que marcaram a história do clube


O Atlético completa 110 anos neste domingo, dia 25, número redondo e propício para lembranças, listas e seleções movidas pelos mais diversos critérios. Eu curto a ideia de seleções e optei por escolher meus 11 principais jogadores levando em conta apenas quem eu vi jogar. Logo, como acompanho futebol com assiduidade desde o início da década de 1980, alguns jogadores fundamentais para a história atleticana e decisivos para a construção da grandiosidade do clube ficarão de fora, como Dario, Zé do Monte, Kafunga, Ubaldo, Mário de Castro e tantos outros. Eles nunca perderão sua importância, que fique bem claro.

No ano passado, fiz uma seleção quando o clube completou 109 anos, com titulares e reservas. Um ano depois, percebi que não poderia deixar de citar outros jogadores importantes que acompanhei nestas quase quatro décadas. Então, desta vez, além dos 11 titulares e dos 11 reservas, aproveitei para fazer um terceiro time. Atualizei números de quem já estava, alterei alguns reservas, incluí novos vídeos e, agora, são 33 jogadores que marcaram a história do Galo neste período. A lista está logo abaixo, em um 4-4-2, sem improvisação. Curtiu? Concordou? Discordou? Faltou alguém? Deixe sua opinião nos comentários ou pelo Twitter @FredericoJota. 

Victor

Chegou ao clube em 2012 e virou santo no ano seguinte, ao protagonizar um dos maiores lances da história do Galo, a defesa com os pés contra o Tijuana, pelas quartas de final da Libertadores de 2013. O lance colocou o Atlético na semifinal e transformou Victor em personagem principal de um livro ("O Milagre do Horto", de 2016). Além disso, o goleiro foi decisivo em outros momentos decisivos daquela Libertadores e também na Copa do Brasil de 2014. Tem ótimo aproveitamento em cobranças de pênaltis e salvou o clube diversas vezes desta forma.
Números: Fez 338 jogos e sofreu 360 gols
Reserva 1: Taffarel chegou com status de ídolo em 1995. Campeão da Copa Conmebol em 1997, deixou o clube em 1998, tendo muita identificação com a torcida. Fez 191 jogos e sofreu 203 gols.
Reserva 2: Velloso. Ficou no Galo de 1999 a 2004. Peça importante do time vice-campeão brasileiro em 1999. Em 231 jogos, sofreu 274 gols.



Abaixo, a defesa histórica de Victor na cobrança de pênalti de Riascos


Nelinho

Contratado junto ao Cruzeiro em 1982, chegou ao Atlético com 31 anos e jogou em alto nível até o início de 1987, quando pendurou as chuteiras. Exímio batedor de faltas e pênaltis, também era mestre na cobrança de escanteios, além de seguro na marcação. Disputou cinco Campeonatos Mineiros e venceu quatro (1982, 83, 85 e 86), em uma época que os estaduais ocupavam mais tempo no calendário e tinham mais relevância. Para um lateral, tem um ótimo número de gols pelo clube (52).
Números: 274 jogos e 52 gols.
Reserva 1: Marcos Rocha, outra peça importante para os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. Outro jogador bastante identificado com o clube, tem 306 jogos e 13 gols pelo Galo.
Reserva 2: Alfinete. Ficou duas temporadas no clube (1991 e 1992). Experiente, foi importante na conquista da Copa Conmebol de 1992. Em 82 jogos, fez 10 gols.

Abaixo, um especial da TV Galo com o lateral-direito Nelinho


Leonardo Silva

Autor do gol mais importante da história do clube, o segundo contra o Olimpia na final da Libertadores de 2013, é o zagueiro que mais gols fez pelo Atlético, 30. Chegou ao Galo em 2011, vindo do Cruzeiro, e é capitão desde 2014. Um dos principais líderes dos grupos de jogadores desde que chegou, foi fundamental também para a conquista da Copa do Brasil.
Números: 330 jogos e 30 gols
Reserva 1: Cláudio Caçapa, pelo alto nível em 1999/2000, quando o clube voltou a decidir um Brasileirão e retornou à Libertadores. Fez 169 jogos e 6 gols.
Reserva 2: Cléber. Revelado pelo Galo, ficou no clube de 1987 a 1991 e arrumou a zaga no início dos anos 1990. Em 110 jogos, marcou 12 gols.

O gol mais importante da história do Atlético foi de Leonardo Silva


Luisinho

Zagueiro extremamente técnico, fez mais de 500 jogos pelo clube, que defendeu durante 10 anos, de 1979 a 1989. Tranquilo, habilidoso, sabia sair jogando e tinha imensa categoria para desarmar atacantes. Conquistou nove campeonatos estaduais em sua passagem pelo Galo, foi capitão do time diversas vezes e uma peça fundamental do time que encantou no início da década de 1980.
Números: 537 jogos e 21 gols.
Reserva 1: Réver, assim como Luisinho, um zagueiro muito técnico. Capitão no título da Libertadores, defendeu o clube de 2010 a 2014. Fez 177 jogos e 22 gols.
Reserva 2: Jemerson. Assumiu com personalidade a vaga de Réver, levantou a Recopa e foi importantíssimo na conquista da Copa do Brasil. Entre 2013 e 2016, fez 109 jogos e 8 gols.

Gol de Luisinho em clássico contra o Cruzeiro em 1987



Paulo Roberto
Ergueu a taça da primeira conquista continental do Atlético, a Copa Conmebol de 1992. Chegou em 1986 ao Galo e só saiu do clube dez anos depois e com mais de 500 jogos. Líder do grupo, capitão e identificado com o Galo, foi eficiente e importante em várias campanhas de destaque do clube, não só na Conmebol, como em diversos Campeonatos Brasileiros. 
Números: 504 jogos e 38 gols
Reserva 1: Dedê. Cria da base, identificado com o clube, foi importante na conquista do bicampeonato da Conmebol em 1997. Ficou no Galo de 1996 a 1998, fez 92 jogos e 3 gols.
Reserva 2: Júnior César. Eficiente e firme na marcação, teve papel importante no vice brasileiro de 2012 e na conquista da Libertadores. Fez 71 jogos entre 2012 e 2013 e não marcou gols. 

Paulo Roberto em ação em 1995, marcando gol no amistoso contra o Flamengo


Gilberto Silva
Chegou ao Galo em 2000, vindo do América. Volante técnico, que sabia sair jogando e também chegava ao ataque com qualidade, fez um Brasileirão irrepreensível em 2001. Saiu em 2002 e voltou em 2013, quando foi muito importante em dois jogos cruciais da Libertadores, as partidas da semifinal contra o Newell's Old Boys. Mesmo reserva, foi um dos líderes daquele grupo.
Números: 122 jogos e 9 gols.
Reserva 1: Valdir, o Todinho, foi importante na conquista da Copa Conmebol de 1992 e no vice brasileiro em 1999. Em duas passagens pelo clube (1992 a 1994 e 1998 a 1999), fez 222 jogos e 14 gols.
Reserva 2: Doriva. Com grande capacidade de desarme e cobertura, fez bons Brasileirões e levantou a Conmebol em 1997. Entre 1995 e 1997, fez 143 jogos e 6 gols.

Gol de Gilberto Silva no Campeonato Mineiro de 2013, quando retornou ao clube





Toninho Cerezo
Volante moderno, que sabia defender e sair jogando, foi um dos maiores jogadores da história do Atlético. Um dos expoentes da geração que brilhou entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, Cerezo chegava à área adversária com regularidade - fez mais de 50 gols com a camisa do Galo. Defendeu o clube em 1973 e de 1974 a 1983, quando foi para a Itália. Retornou em 1996 e se despediu do futebol com a camisa alvinegra, em 1997. 
Números: 400 jogos e 53 gols.
Reserva 1: Leandro Donizete. Raçudo e firme na marcação, segurou a bronca nas conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil. Fez 231 jogos e 4 gols entre 2012 e 2016.
Reserva 2: Pierre. Peça importante do sistema defensivo da equipe que brilhou no Brasileirão de 2012  e da que foi campeã da Libertadores em 2013. Assim como Donizete, tem grande prestígio com a torcida. Fez 170 jogos entre 2011 e 2015 e não fez gols com a camisa alvinegra.

No vídeo, Cerezo decidindo uma semifinal de Brasileiro, contra o Inter, em 1980



Éverton
Meia artilheiro, muito identificado com o Galo em meados da década de 1980. Era o pulmão das ótimas equipes alvinegras montadas entre 1984 e 1987, período em que passou pelo clube. Raçudo, corria por todos os lados do campo e fez um dos gols mais bonitos do Mineirão, contra o Treze, da Paraíba, pelo Brasileirão de 1984.
Números: 198 jogos e 92 gols.
Reserva 1: Renato Morungaba. Habilidoso meia, jogou como atacante no time de 1987 com Telê. Fez 205 jogos e 59 gols entre 1986 e 1989.
Reserva 2: Luan. Chegou da Ponte Preta em 2013 e já fez 207 jogos e 40 gols, alguns deles históricos e decisivos, como os marcados contra Tijuana (Libertadores 2013) e Flamengo (Copa do Brasil 2014). Muito identificado com o clube e com a torcida.

No vídeo, Éverton brilhando no Brasileirão de 1984 e marcando um gol espetacular




Ronaldinho Gaúcho
O jogador que mudou o Galo de patamar. Um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, que só não fez chover em Belo Horizonte durante o Brasileirão de 2012 e a Libertadores de 2013. Chamou a responsabilidade, decidiu jogos, deixou vários na cara do gol, fez golaços, ajudou jogadores a crescer e deixou o time circular em torno dele. Mais do que fundamental para a conquista continental de 2013. Mais identificado no Brasil com o Galo do que com o seu Grêmio de origem.
Números: 88 jogos e 28 gols
Reserva 1: Marques. Maior ídolo do clube na virada do século, garçom de vários atacantes, decidiu muitos jogos. Fez 386 jogos e 133 gols.
Reserva 2: Jorginho. Chegou veterano ao clube, aos 32 anos, e fez apenas 36 jogos em 1997. Foi destaque na campanha do título da Conmebol e fez um ótimo Brasileirão. Marcou 14 gols com o camisa atleticana.

No vídeo, lances geniais de Ronaldinho com a camisa do Galo, de 2012 a 2014



Reinaldo
Maior artilheiro da história do clube, um fora de série capaz de driblar em mínimos espaços e de fazer gols com muita naturalidade. Acompanhei de perto os anos finais de sua trajetória no clube (1980 a 1985), quando, mesmo longe de seu auge físico, decidiu jogos e encantou todos os fãs de futebol com lances mágicos. Referência do Atlético por mais de uma década em campo (1973 a 1985).
Números: 475 jogos e 255 gols
Reserva 1: Guilherme, um dos melhores centroavantes da história do Galo, tem média de gols impressionante pelo clube. Fez 205 jogos e 139 gols em duas passagens (1999 a 2002 e em 2003).
Reserva 2: Jô, campeão e artilheiro da Libertadores, foi decisivo na campanha do título continental e se reinventou no Galo no Brasileirão de 2012. Em 127 jogos, fez 39 gols entre 2012 e 2015. É o jogador do clube que mais fez gols no Independência após a reforma.

No vídeo, gol genial de Reinaldo contra o PSG, em Paris, no início da década de 1980



Éder
Genial ponta-esquerda que batia como poucos na bola, extremamente técnico e também artilheiro - fez mais de 100 gols pelo Galo. Brilhou pelos lados do campo e também, quando mais experiente, pelo meio, servindo com maestria vários companheiros. Teve três passagens pelo Atlético (1980 a 1985, 1989 a 1990 e 1994 a 1995), todas marcadas pela idolatria da torcida e por uma grande identificação com o clube.
Números: 368 jogos e 122 gols.
Reserva 1: Diego Tardelli. Mais de 100 gols em duas excelentes passagens pelo clube (2009 a 2011 e 2013 a 2014). Fez o gol do título da Copa do Brasil de 2014. Ídolo da torcida, fez 219 jogos e 110 gols.
Reserva 2: Sérgio Araújo. Veloz, serviu vários atacantes em três passagens pelo clube (1981 a 1988, 1989 e 1991 a 1993) e foi importante em títulos como o da Conmebol de 1992. Fez 360 jogos e 58 gols.

No vídeo, gols de falta de Éder, um exímio cobrador




Técnico: Cuca
O Atlético teve grandes técnicos ao longo de sua história, mas Cuca foi aquele que levou o clube ao seu maior título. Além disso, montou um time que apresentou um futebol brilhante em 2012 e em 2013 e foi um dos maiores responsáveis pela contratação de Ronaldinho Gaúcho. Vale citar também, como "técnicos reservas", Levir Culpi, que comandou o time na conquista da Copa do Brasil de 2014, em campanha heroica, e fez bons trabalhos em outras passagens, e Procópio Cardoso, que comandou o Galo em sua primeira conquista internacional, a Copa Conmebol de 1992, e esteve à frente do forte do time do início da década de 1980. 

Comentários

  1. Grande seleção , jogadores fantásticos! Queria ter visto grande parte dos jogadores dos anos 80 principalmente Eder .

    ResponderExcluir

Postar um comentário