A seleção dos 109 anos do Galo


Amanhã, o Atlético faz 109 anos e, inevitavelmente, torcedores, jornalistas e veículos de imprensa irão discutir, debater e eleger suas seleções dos maiores que vestiram a camisa alvinegra. A conversa certamente fará parte de mesas de bar e do pós-pelada de muita gente neste final de semana. O blog não vai ficar de fora disso e vou publicar aqui a minha seleção.

No meu caso, usei como critério base os jogadores que eu vi jogar, ou seja, aqueles que vestiram a camisa do Galo a partir do início da década de 1980. Outra decisão foi não improvisar, logo não vou colocar um zagueiro jogando na lateral esquerda, por exemplo. Outra coisa: na dúvida entre um ou outro jogador, aquele que ganhou o título mais importante será escalado. Em cada posição, cito, em uma menção honrosa, outro jogador que concorreu à vaga entre os titulares. Vamos ao time, no 4-4-2!

Victor 
Chegou ao clube em 2012 e virou santo no ano seguinte, ao protagonizar um dos maiores lances da história do Galo, a defesa com os pés contra o Tijuana, pelas quartas de final da Libertadores de 2013. O lance colocou o Atlético na semifinal e virou livro ("O Milagre do Horto"). Além disso, Victor foi decisivo em outros momentos da campanha dos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil em 2014. Números: Fez 273 jogos e sofreu 294 gols.
Menção honrosa: Velloso, vice-campeão brasileiro em 1999 e 231 jogos pelo clube.

A defesa histórica contra o Tijuana:


Nelinho
Contratado junto ao Cruzeiro em 1982, chegou ao Atlético com 31 anos e jogou em alto nível até o início de 1987, quando pendurou as chuteiras. Exímio batedor de faltas e pênaltis, também era mestre na cobrança de escanteios, além de seguro na marcação. Disputou cinco Campeonatos Mineiros e venceu quatro (1982, 83, 85 e 86), em uma época que os estaduais ocupavam mais tempo no calendário e tinham mais relevância.
Números: 274 jogos e 52 gols.
Menção honrosa: Marcos Rocha, outra peça importante para os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. Tem 267 jogos e 13 gols pelo Galo.

Gol de Nelinho contra o Flamengo, pelo Brasileiro de 1986:


Leonardo Silva
Autor do gol mais importante da história do clube, o segundo contra o Olimpia na final da Libertadores de 2013, é o zagueiro que mais gols fez pelo Atlético, 28. Chegou ao Galo em 2011, também vindo do Cruzeiro, e é capitão desde 2014. Um dos principais líderes dos grupos de jogadores desde que chegou, foi fundamental também para a conquista da Copa do Brasil.
Números: 285 jogos e 28 gols
Menção honrosa: Cláudio Caçapa, pelo alto nível em 1999/2000, quando o clube voltou a decidir um Brasileirão e retornou à Libertadores. Fez 169 jogos e 6 gols.

Gol de Leonardo Silva contra o Olimpia na Libertadores:


Luisinho
Zagueiro extremamente técnico, fez mais de 500 jogos pelo clube, que defendeu durante 10 anos, de 1979 a 1989. Tranquilo, habilidoso, sabia sair jogando e tinha imensa categoria para desarmar atacantes. Conquistou nove campeonatos estaduais em sua passagem pelo Galo, foi capitão do time diversas vezes e uma peça fundamental do time que encantou no início da década de 1980.
Números: 537 jogos e 21 gols.
Menção honrosa: Réver, assim como Luisinho, um zagueiro muito técnico. Capitão no título da Libertadores. Fez 177 jogos e 22 gols.

Galo 4 x 1 Sport, pelo Brasileirão de 83 - Luisinho fez o último gol, de falta


Paulo Roberto
Ergueu a taça da primeira conquista continental do Atlético, a Copa Conmebol de 1992. Chegou em 1986 ao Galo e só saiu do clube dez anos depois e com mais de 500 jogos. Líder do grupo, capitão e identificado com o Galo, foi eficiente e importante em várias campanhas de destaque do clube, não só na Conmebol, como em diversos Campeonatos Brasileiros. 
Números: 504 jogos e 38 gols
Menção honrosa: Júnior César. Eficiente, foi importante na campanha do vice brasileiro de 2012 e fez uma boa final de Libertadores. Fez 71 jogos e nenhum gol.

Atlético 4 x 1 Santos, pelo Brasileiro de 1991. Paulo Roberto fez o segundo gol


Gilberto Silva
Chegou ao Galo em 2000, vindo do América. Volante técnico, que sabia sair jogando e também chegava ao ataque com qualidade, fez um Brasileirão irrepreensível em 2001. Saiu em 2002 e voltou em 2013, quando foi muito importante em dois jogos cruciais da Libertadores, as partidas da semifinal contra o Newell's Old Boys. Mesmo reserva, foi um dos líderes daquele grupo.
Números: 122 jogos e 9 gols.
Menção honrosa: Valdir, o Toddynho, foi importante na conquista da Copa Conmebol de 1992 e no vice brasileiro em 1999. Fez 222 jogos e 14 gols.

Galo 4 x 0 Paraná, pelo Brasileirão de 2001. Gilberto Silva fez o terceiro gol



Toninho Cerezo
Volante moderno, que sabia defender e sair jogando, foi um dos maiores jogadores da história do Atlético. Um dos expoentes da geração que brilhou entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, Cerezo chegava à área adversária com regularidade - fez mais de 50 gols com a camisa do Galo. Deixou o clube em 1983, hexacampeão mineiro, e se despediu do futebol com a camisa alvinegra, em 1997,
Números: 400 jogos e 53 gols.
Menção honrosa: Leandro Donizete. Raçudo e firme na marcação, segurou a bronca nas conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil. Fez 231 jogos e 4 gols.

Inter 1 x 3 Atlético, semifinal do Brasileiro de 1980. Cerezo fez o segundo e o terceiro gols


Éverton
Meia artilheiro, muito identificado com o Galo em meados da década de 1980. Era o pulmão das ótimas equipes alvinegras montadas entre 1984 e 1987, período em que passou pelo clube. Raçudo, corria por todos os lados do campo e fez um dos gols mais bonitos do Mineirão, contra o Treze, da Paraíba, pelo Brasileirão de 1984.
Números: 198 jogos e 92 gols.
Menção honrosa: Renato Morungaba. Habilidoso meia, jogou como atacante no time de 1987 com Telê. Fez 205 jogos e 59 gols.

Dois gols de Éverton contra o Treze-PB, pelo Brasileiro de 1984. O segundo é impressionante



Ronaldinho Gaúcho
O jogador que mudou o Galo de patamar. Um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, que só não fez chover em Belo Horizonte durante o Brasileirão de 2012 e a Libertadores de 2013. Chamou a responsabilidade, decidiu jogos, deixou vários na cara do gol, fez golaços, ajudou jogadores a crescer e deixou o time circular em torno dele. Mais do que fundamental para a conquista continental de 2013. Mais identificado no Brasil com o Galo do que o seu Grêmio de origem.
Números: 88 jogos e 28 gols
Menção honrosa: Marques. Maior ídolo do clube na virada do século, garçom de vários atacantes, decidiu muitos jogos. Fez 386 jogos e 133 gols.

Lances marcantes da passagem de Ronaldinho pelo Galo:


Reinaldo
Maior artilheiro da história do clube, um fora de série capaz de driblar em mínimos espaços e de fazer gols com muita naturalidade. Acompanhei de perto os anos finais de sua trajetória no clube (1980 a 1985), quando, mesmo longe de seu auge físico, decidiu jogos e encantou todos os fãs de futebol com lances mágicos. Referência do Atlético por mais de uma década em campo.
Números: 475 jogos e 255 gols
Menção honrosa: Diego Tardelli. Mais de 100 gols em duas excelentes passagens pelo clube. Fez o gol do título da Copa do Brasil de 2014. Fez 219 jogos e 110 gols.

Golaços e lances de Reinaldo pelo Galo:


Éder
Genial ponta-esquerda que batia como poucos na bola, extremamente técnico e também artilheiro - fez mais de 100 gols pelo Galo. Brilhou pelos lados do campo e também, quando mais experiente, pelo meio, servindo com maestria vários companheiros. Teve três passagens pelo Atlético, todas marcadas pela idolatria da torcida e por uma grande identificação com o clube.
Números: 368 jogos e 122 gols.
Menção honrosa: Guilherme, um dos melhores centroavantes da história do Galo, tem média de gols impressionante pelo clube. Fez 205 jogos e 139 gols.

Gols de Éder pelo Atlético:


Técnico: Cuca
O Atlético teve grandes técnicos ao longo de sua história, mas Cuca foi aquele que levou o clube ao seu maior título. Além disso, montou um time que apresentou um futebol brilhante em 2012 e em 2013 e foi um dos maiores responsáveis pela contratação de Ronaldinho Gaúcho. Vale citar também, como menção honrosa, Levir Culpi, que comandou o time na conquista da Copa do Brasil de 2014, em campanha heroica, e fez bons trabalhos em outras passagens. 

Comentários

  1. A seleção dos que eu vi ficaria um pouco diferente da sua, mas posso muito bem adotar essa, que é excepcional. Que bom ter tantos craques na nossa história.
    Quantos ao reservas, as ressalvas são um pouco maiores. Mas parabéns pelo trabalho e iniciativa. Aqui é Galo!

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    1. Obrigado, Paulo. As listas são assim mesmo, sempre levarão em conta as experiências de cada pessoa. Bacana é debater e ver a opinião de todos.
      Abraço!

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  3. Excelente seleção. No gol Taffarel foi o maior para mim, mas entendo a escolha do Victor. E o gol do Everton, como pode nunca te-lo visto antes? Vai que eu até estava no Mineirão, do alto dos meus 7 anos e não lembro.... Show! Abraço.

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    1. Esse gol do Everton merece ser reprisado sempre. Foi um jogador muito importante no tempo em que esteve no clube, inclusive. Sobre o goleiro, o maior título do clube teve uma participação fundamental do Victor. Listas são assim mesmo, prontas para gerarem debate, o que é sempre positivo. Abraço!

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  4. Dando meu pitaco - sendo que comecei a assistir futebol ali por 1986: Victor; Marcos Rocha, Luisinho, Réver e Felipe; Gilberto Silva, Valdo e Ronaldinho; Marques, Diego Tardelli e Bernard. Levir no comando.

    (Difícil deixar de fora Velloso, Doriva, Sérgio Araújo, Renato Morungaba, Valdir Bigode, Jô, o grande e pouco lembrado Marcelo Dijian, até o carismático e eficiente Obina, mas só cabem 11!)

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