Um clássico para abrir 2017 de vez e o que Atlético e Cruzeiro mostraram na estreia do Mineiro


Um clássico logo de cara, no início da temporada. E no Mineirão, com o espaço dividido pelas duas torcidas depois de quatro anos. Nada mal para os torcedores, que terão a chance de ver um jogo esperado por todos em meio ao habitual marasmo do início do ano, recheado de jogos menores pelo campeonato estadual. Mas será que é bom mesmo para os times e para os treinadores? E no final de semana, Atlético e Cruzeiro já deram uma noção do que vai ser o restante de 2017?

Todos os grandes clubes precisam de testes de peso antes de encarar os maiores desafios da temporada e o clássico pela Primeira Liga (quarta, dia 1º, às 19h30, no Mineirão) deve ser entendido assim. Como evidentemente nenhum dos dois rivais está pronto, o resultado que vier precisa ser bem compreendido por todas as partes envolvidas. Óbvio que uma eventual goleada ou uma apresentação abaixo da crítica pode causar inúmeros problemas e está exatamente aí o motivo pelo qual os treinadores não gostariam que esse jogo fosse realizado logo de cara, após apenas um jogo oficial para cada lado em 2017. Saber administrar eventuais críticas pelo resultado que virá e entender que os clubes estão apenas no início de um trabalho é fundamental para torcedores, jogadores, técnicos e imprensa. 

Nem atleticanos nem cruzeirenses ficaram 100% contentes com o que viram nos jogos do último final de semana. Normal. Além de não terem sido testados por América de Teófilo Otoni e Villa Nova, respectivamente, Atlético e Cruzeiro ainda não estão em plena forma física, técnica e tática. O ritmo lento dos dois jogos também causou impaciência e críticas mais apressadas nas redes sociais.

No sábado, o Galo venceu por 1 a 0, não foi brilhante, mas apresentou várias características que serão vistas ao longo do ano. Muita posse de bola, jogadores mais próximos para receber passes (a famosa compactação), marcação firme, inclusive no campo do adversário, e mais jogadas pelas pontas. A equipe jogou sem duas peças importantes, Luan e Robinho, que nitidamente fazem falta. Um dos substitutos, Otero, se apresentou para o jogo e, na minha opinião, será muito útil ao longo do ano. Já Clayton não foi bem, mas tem potencial para melhorar. Apesar da marcação forte, o Galo, no segundo tempo, deu algumas brechas e o América teve uma chance clara, mas Giovanni correspondeu. 

No domingo, o Cruzeiro também controlou o jogo e chegou a abrir 2 a 0 com relativa tranquilidade. Mostrou um meio-campo com forte marcação, especialmente com Cabral e Henrique, bem auxiliados por Robinho. O ataque, com Alisson caindo pelos lados e Sóbis mais centralizado, rendeu menos que o esperado, mas abriu espaços para quem chega de trás. A defesa se confundiu em alguns momentos, como no gol do Villa, um cruzamento pelo alto concluído por Roni de cabeça no meio da defesa com muita tranquilidade. Ainda desorganizada, a defesa azul quase permitiu o empate, com Tchô, logo depois do gol da equipe de Nova Lima. 

A primeira impressão dos dois rivais no ano não é a que vai ficar - na minha opinião, os dois vão melhorar. O que todos podem esperar é um jogo mais forte e menos cadenciado na quarta, no Mineirão. 

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