Ronaldinho: saída na hora certa e idolatria eterna


No mundo do futebol, a facilidade com que todos endeusam grandes ídolos é a mesma usada para questioná-los. E quando falamos de ídolos e de jogadores especiais, um dos maiores questionamentos é em relação ao momento certo de parar ou de deixar determinado clube. A bola da vez atende pelo nome de Ronaldinho Gaúcho, agora ex-jogador do Atlético.

Ronaldinho já escreveu seu nome na história do futebol mundial e não vai demorar muito tempo para cair no esquecimento o fato de que fez apenas 18 jogos pelo Galo neste ano e só dois gols. Ninguém também vai falar de voo perdido para Portugal ou coisa do tipo. Resumindo: sai na hora que deveria sair, com um crédito imenso e com todos os questionamentos jogados no lixo. Ronaldinho vai estar naquele patamar de craques únicos e inquestionáveis. Uma prateleira bem alta do futebol mundial, faça o que for daqui para frente.
 
Vão se lembrar, sim, de que a história alvinegra pode ser dividida, como bem disse o André Fidusi em sua ilustração, em AR/ DR, ou Antes e Depois de Ronaldinho. Foi fundamental para o vice-campeonato brasileiro de 2012, o que valeu a vaga na Libertadores de 2013, marco decisivo para o verdadeiro legado que ele deu ao Atlético. Ronaldinho foi importantíssimo para a conquista sul-americana, o que mudou definitivamente a história do clube. 



Alguns vão falar que Victor foi mais decisivo na Libertadores, que Jô foi o artilheiro, que Leonardo Silva fez o segundo gol contra o Olimpia. Mas para que todos esses brilhassem era fundamental ter Ronaldinho Gaúcho em campo, atraindo a marcação, decidindo jogos com um ou dois passes, fazendo o time todo ter sua confiança redobrada pelo simples fato de ter um craque de seu porte em campo. Ele já tinha tido papel semelhante na década passada, quando também foi o pivô da transformação do Barcelona em um clube verdadeiramente vencedor.

Se o clube ganhou o maior título de sua história com Ronaldinho em campo, o torcedor atleticano teve a honra de ter por pouco mais de dois anos um craque em campo. É um crédito e tanto, uma dose de confiança e de orgulho incalculáveis para quem andava batendo cabeça na parte de baixo da tabela do Brasileirão e convivia com jogadores que não mereciam nunca ter vestido a camisa alvinegra.  Camisa que Ronaldinho ajudou a valorizar, a ponto de ser vista nas mãos de gente como Maradona e Cristiano Ronaldo, para não estender a lista. Isso para não falar de vídeos, fotos, citações, etc, etc.

Nada mais justo do que todas as homenagens que pipocam em redes sociais dos atleticanos e de vários fãs de futebol de todos os cantos. Ronaldinho, mesmo sem ter jogado o tanto que jogou no Barcelona, sua melhor fase, deu ao atleticano encantamento, idolatria e respeito à camisa. Isso não dá para comprar na esquina.

Ronaldinho cumpriu o desafio de mudar o patamar do Atlético. O clube tem agora o desafio de manter o nível. Por isso tudo, Ronaldinho nunca sairá do clube. Entrou para a história.

Comentários

  1. Acho que a saída dele é uma faca de dois gumes, pois o natural substituto, Guilherme, só vi jogando bem quando estava realmente substituindo R10 durante as partidas, quando estava de "titular" pouco produziu. Acho que só vamos saber o impacto dessa saída depois de algum tempo. Pena que, não teremos um jogo de despedida, como fazem aqueles que "descansam" suas chuteiras num clube ao final da carreira. Muitas dúvidas, mas também muita saudade!
    Leandro Henrique G. Bosque

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  2. Muito bem, Fred! Parabéns! Abraços, Romero Carvalho!

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  3. Jota, só para lembrar que nos 88 jogos com a camisa do Galo, Ronaldinho fez 28 gols e deu 32 assistências. Então a matemática é simples 28 + 32 = 60. Ou seja em 88 jogos ele participou diretamente de 60 gols!!! Isso sem falar na Bola de Ouro da Placar, Craque da Galera, Melhor Jogador Sulamericano, 49 Moto-Rádios... Sem contar o Show. Sou um privilegiado. Vi Reinaldo. Vi Ronaldo. Por Favor Mantenham o Respeito. Aqui é Galo. Obrigado Ronaldinho Mineiro. Parabéns. Abraços do amigo Lobis King

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