O torcedor que, 64 anos depois, voltou a ver um jogo de Copa em BH


O comerciante Angelo Paulo tinha apenas oito anos quando saiu do bairro Santa Tereza e foi, caminhando, para o estádio Independência, no Horto, para ver um jogo que se tornaria histórico e um dos mais comentados em todos os tempos, a surpreendente vitória de 1 a 0 dos Estados Unidos contra a Inglaterra, em 1950, durante a primeira Copa do Mundo disputada no Brasil. Na época, foi levado ao estádio pelo pai, que ganhara os ingressos. No primeiro jogo do Mundial em Belo Horizonte, Colômbia 3 x 0 Grécia, 64 anos depois de ter sido testemunha ocular da partida histórica, Angelo voltou a ver, no estádio, uma partida de Copa do Mundo.
Angelo foi levado pelo filho e relembrou fatos de seis décadas atrás



Levado pelo filho, o advogado Angelo Santos, de 39 anos, o torcedor fez uma viagem no tempo, relembrou os fatos de mais de seis décadas e se divertiu com a festa feita pelos colombianos não só no Mineirão como em todo o trajeto que fez até o estádio, a partir do Centro. Pai e filho utilizaram os serviços oferecidos pelo Terminal Copa para chegar ao estádio e aprovaram. “É tudo muito diferente. Na época da Copa de 1950, por exemplo, praticamente não se via mulheres no estádio. Estou gostando demais da experiência e da organização”, disse.

Angelo Paulo acompanhou Inglaterra x EUA em 1950, no Independência


Entre as lembranças de Angelo, a de um estádio Independência com cerca de 70% de ocupação e a repercussão da derrota inglesa. “Todos ficaram assustados com a vitória dos Estados Unidos. Os jornais da época noticiaram o resultado com estranheza e lembro do meu pai falando sobre a surpresa que tinha visto no Independência”, comentou o comerciante, ressaltando que a Inglaterra pressionou o tempo todo naquela partida.

Colombianos invadiram o Mineirão na estreia de sua seleção


Se o pai aprovou a volta a um jogo de Copa e a primeira visita ao Mineirão em 20 anos, o filho se emocionou com a situação. “Já vivi várias emoções em estádios de futebol e trazer meu pai é uma das maiores que senti. Não é um jogo de torcida por um clube, é algo muito diferente. Ver que ele está feliz por voltar a ver um jogo de Copa do Mundo tanto tempo depois me deixou muito alegre”, comentou.

Fotos: Adão de Souza/ PBH

* Matéria publicada originalmente no site da Prefeitura de Belo Horizonte (www.pbh.gov.br)

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