Gandula da Copa de 1950 acompanha jogo deste Mundial no Mineirão



Elmo Cordeiro se considera um homem privilegiado. Aos 80 anos, é um dos poucos brasileiros que viram a Copa do Mundo em seu país por duas vezes. E de duas formas diferentes. Em 1950, foi gandula nos três jogos realizados em Belo Horizonte. E, pela primeira fase deste Mundial,, Elmo foi ao Mineirão como torcedor conferir a vitória da Bélgica por 2 a 1 sobre a Argélia, pelo grupo H. Depois de 64 anos, ele reviveu a emoção de um jogo do maior torneio de futebol do planeta.



“É com muita satisfação que vim ao estádio. A Copa no Brasil muito bonita e organizada”, disse. Ele participou ativamente da Copa de 1950 no outro estádio da cidade, o Independência, no Horto. E garante se lembrar de todos os detalhes daquela época. “Eu morava próximo ao campo e fui gandula nas três partidas no estádio. Tenho as escalações das seleções na memória”, destacou. Elmo trabalhou nas partidas Iugoslávia 3 x 0 Suíça, Uruguai 8 x 0 Bolívia e na surpreendente vitória dos Estados Unidos, que derrotou a Inglaterra por 1 a 0.

Segundo ele, muita coisa mudou nesses 64 anos, desde os meios de transporte utilizados para chegar ao estádio até a forma de se vestir. “A diferença é da água para o vinho. Naquela época, o torcedor ia para o estádio de terno, gravata e chapéu. A condução para ir era o bonde ou o carro de praça, como eram chamados os táxis. A mulher não ligava para futebol. Agora, ela é parte integrante desse esporte”, explicou. 

Outro fato curioso é em relação à capacidade de público no estádio e a presença de estrangeiros. “Em 1950, o público médio no Independência era de 17 mil pessoas e tinham poucos estrangeiros na arquibancada. Quase nenhum. Hoje (terça, dia 17 de junho), tinham 56 mil torcedores no Mineirão. E aqui vi não só muitos argelinos e belgas, como colombianos que vieram conhecer BH”, comentou. 

Cheio de emoção, Elmo não escondia a satisfação de poder fazer parte da história do futebol em Belo Horizonte mais uma vez. “As duas Copas vão ficar cravadas na minha retina e gravadas na minha cabeça, porque o futebol está nas minhas veias”, concluiu.


Foto: Adão de Souza/ PBH

* Matéria publicada originalmente no site da Prefeitura de Belo Horizonte, www.pbh.gov.br

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