Sem jogar tudo o que pode, Cruzeiro dá adeus à Libertadores em casa


A torcida fez sua parte, encheu o estádio e apoiou sempre que possível, o time mostrou vontade e disposição, mas também cometeu muitos erros. No balanço final, o Cruzeiro ficou no 1 a 1 com o San Lorenzo ontem no Mineirão, diante de quase 42 mil pagantes e mais de 44 mil presentes, e foi eliminado nas quartas de final de Libertadores, em um confronto no qual deu a impressão de que, se tivesse sido mais eficiente e, especialmente no primeiro jogo, ousado, poderia ter se classificado. 

Ontem, na tentativa de dar uma cara nova ao time e partir para a classificação, Marcelo Oliveira fez algumas alterações. Recuou Júlio Baptista para o meio, colocou Marcelo Moreno no comando do ataque, com auxílio de Willian, e optou por Nílton, deixando Lucas Silva no banco. Antes mesmo de fazer um balanço do resultado das alterações, o San Lorenzo fez 1 a 0, com Piatti, com apenas 9 minutos de jogo, em lance definido após falhas de Dedé e Ceará. A torcida, que até então fazia uma bela festa, murchou, e o time sentiu o golpe. O time argentino, que veio com o propósito de tocar a bola e gastar o tempo, passou a fazer isso com ainda mais maestria e tranquilidade.



Passado o susto do gol, o Cruzeiro tentou se recompor, mas a atuação no primeiro tempo foi muito fraca. Sem Lucas Silva, o time perdeu qualidade na saída de bola. Enquanto esteve em campo, Samudio deu muito espaço. Everton Ribeiro apareceu para o jogo, mas foi pouco produtivo e mais cavou faltas do jogou. Júlio Baptista, apagado, não armou e nem concluiu. Marcelo Moreno, que deveria receber bolas, se esforçou, abriu pelas pontas, trombou e deu os chutes mais perigosos da equipe, aos 15 e aos 46, este, quando a bola bateu nas duas traves argentinas. Lá atrás, como sempre, Fábio salvou o gol que mataria o jogo, em um contra-ataque desperdiçado por Piatti.

No segundo tempo, com Dagoberto e Ricardo Goulart em campo nas vagas de Nílton e Júlio Baptista, o time mostrou mais consistência e volume de jogo. Pressionou de todas as formas e fez o goleiro Torrico aparecer em duas defesas, um chute de Marcelo Moreno e uma cabeçada de Dedé, até chegar ao gol de empate, aos 25 minutos, com Bruno Rodrigo, o melhor em campo ontem, com coberturas perfeitas e um ótimo posicionamento. Aos 27, Marcelo Moreno ainda tentou mais duas vezes, com Torrico salvando novamente.

Mais cansado de manter a marcação e correr atrás do Cruzeiro, o San Lorenzo desperdiçou seu único contra-ataque, aos 9 minutos, com Villalba, e deu espaço para o time azul pressionar. Aos 31, com a expulsão de Romagnoli, o Cruzeiro teve mais espaços ainda e jogou o resto do jogo no campo argentino. Com disposição, mas pouco objetivo e desordenado, não conseguiu incomodar mais o goleiro Torrico.

A eliminação fecha uma campanha muito abaixo do nível esperado para um time e em elenco muito bom, que ganhou o último Campeonato Brasileiro com folgas. Na primeira fase, o Cruzeiro correu risco de ser eliminado, perdeu para o fraco Garcilaso e se complicou em casa com o Defensor. Nos mata-matas, não venceu em casa. Empatou ontem e com o Cerro Porteño. Fora de casa fez algumas boas partidas, especialmente em Santiago, contra a Universidad de Chile, mas foi pouco ousado e objetivo em alguns momentos, como contra o San Lorenzo. Como mantém a base forte, pode voltar à Libertadores no próximo ano, via Copa do Brasil ou Brasileirão.

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