Cruzeiro: derrota na Argentina e certeza de que poderia ter feito mais contra o San Lorenzo


Não foi o melhor resultado, claro, mas também não foi o pior deles. Em um jogo em que poderia ter forçado mais e saído com um placar melhor, o Cruzeiro perdeu ontem para o San Lorenzo, na Argentina, por 1 a 0, pelas quartas de final da Copa Libertadores. Para se classificar, tem que vencer o rival por dois gols de diferença semana que vem no Mineirão. Se, teoricamente, a derrota por apenas um gol de diferença não é a maior das tragédias, a sensação que ficou é que o Cruzeiro tinha futebol para até vencer fora de casa. Vai ter que saber como jogar uma partida que será nervosa para se garantir. 



A partida ontem, especialmente no primeiro tempo, mostrou um San Lorenzo com mais posse de bola, mas com pouca qualidade no passe. A pressão que supostamente seria forte no início da partida não apareceu e o time argentino mostrou paciência e evitou catimba para tentar ganhar o maior tempo possível. Do lado cruzeirense, a qualidade no toque de bola era maior e o time mostrou superioridade do meio para frente, esperando tentar encaixar um contra-ataque. Júlio Baptista, como pivô e jogador mais avançado, não contribuiu para isso. Lento e errando muitos passes, o meia-atacante "matou" vários das chances de o Cruzeiro chegar ao gol de Torrico. Se tentou e conseguiu segurar a bola em alguns momentos, o Cruzeiro pouco arriscou e não incomodou o goleiro rival. Poucos chutes a gol também do lado argentino e um 0 a 0 marcou o primeiro tempo.

No segundo tempo, o Cruzeiro adiantou um pouco a marcação, o que facilitou a ligação entre a defesa e o meio-campo. Em compensação, pela necessidade, o San Lorenzo se atirou mais, ainda com paciência. O jogo foi mais movimentado e Willian e Lucas Silva arriscaram de longe com um certo perigo, ação que o time não fez no primeiro tempo. Enquanto isso, Fábio, como sempre, fez seus milagres, com duas defesas seguidas após bola alçada na área. Também foi com um cruzamento que o San Lorenzo chegou ao seu gol, aos 19 minutos, com Gentiletti, de cabeça, se antecipando a Dedé. A expectativa de uma pressão maior em busca do segundo gol não aconteceu. O time argentino voltou a ter mais posse de bola, mas continuou errando passes e sendo pouco efetivo.

O Cruzeiro soube como administrar a partida e, com Borges e Dagoberto em campo, colocou um pouco mais de pilha no jogo. Borges, aliás, deu um chute a gol, mais do que Júlio Baptista enquanto esteve em campo. O San Lorenzo deu espaços que o Cruzeiro não aproveitou e mostrou nitidamente que o 1 a 0 o satisfazia. Conta com um jogo defensivo organizado no Mineirão para sair com a vaga e, quem sabe, aproveitar um contra-ataque. O Cruzeiro, que mostrou mais qualidade técnica, vai ter que se abrir mais em casa e, para isso, tem que ser mais consistente na ligação entre os setores da equipe. Ceará e Samudio deram muito espaço nas laterais, enquanto Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart pouco se entenderam com Lucas Silva e Henrique, que foram bem, assim como Willian, que ajudou e muito na marcação. O atacante que for utilizado vai precisar receber bolas no Mineirão. A vaga está em aberto. Se o Cruzeiro tem mais técnica e é forte em casa, o San Lorenzo mostrou ter paciência, um técnico que sabe como se defender e artifícios para segurar o jogo. Pode estar cedo para falar, mas acho que sai desse confronto o futuro campeão da Libertadores.

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