Clássico com gols, erros de arbitragem e pouco público no Independência



Demorou três jogos para sair um golzinho no clássico mineiro e quando eles saíram, aconteceram em um jogo com pouco público (9.048 pagantes) e mais polêmicas com a arbitragem. A vitória de 2 a 1 do Atlético, a primeira do Galo no Brasileirão, foi conquistada com dificuldade diante da equipe reserva do Cruzeiro reforçada por Fábio. Os três pontos amenizam um pouco o clima do lado alvinegro e pouco muda do lado azul, focado na decisão de quarta contra o San Lorenzo. Mas análises e pano para manga não faltaram. Vamos aos detalhes e pitacos sobre o clássico.

  • Atlético: O 3-5-2 implantado por Levir Culpi teve pontos negativos e positivos. Liberou os laterais para atacar, mas ainda não mostrou entrosamento suficiente para impedir buracos defensivos. Em alguns momentos, os três zagueiros bateram cabeça, como no lance do gol do Cruzeiro, quando Souza e Marcelo Moreno tabelaram com tranquilidade entre a zaga atleticana - no rebote de Victor, o buraco deixado por Emerson Conceição ficou nítido, com Marcelo Moreno só empurrando para as redes. Os laterais chegaram mais, mas foram pouco eficientes nas jogadas de linha de fundo. Ainda falta um meia para pensar o jogo nesse time do Atlético, pois a bola não sai com qualidade dos volantes e o resultado é uma ligação direta com o ataque que pouco dá resultado. No primeiro tempo, especialmente, Fernandinho e Tardelli voltaram e tentaram armar o jogo, mas sem efeito. Com isso, André ficou a maior parte do tempo isolado. A tentativa de pressão alvinegra foi, na maior parte do tempo, desordenada. Buscou mais o jogo, mas foi pouco objetivo e ainda deixou muitos espaços. A movimentação de Marion ajudou o time a chegar à vitória, mas ainda falta consistência ao Atlético, que teve os destaques de sempre: Victor, Otamendi e a marcação dos dois volantes. Só o decorrer do campeonato para saber se vai evoluir ou não.
 
Jogo parelho e com espaços vazios nas arquibancadas (foto: Bruno Cantini/ Clube Atlético Mineiro)
  • Cruzeiro: Com três volantes, o Cruzeiro congestionou o meio-campo e deixou Marcelo Moreno muito isolado. A exceção foi no primeiro tempo, quando o atacante recuou um pouco para participar da armação das jogadas e participou do lance do gol desde seu início. Se mostrou consistência na marcação no meio, deixou brechas nas laterais, especialmente na esquerda, de onde Alex Silva cruzou sozinho para a área no gol de empate atleticano, lance decisivo da partida. O fato de jogar com o time reserva de igual para igual com o Atlético provou que o Cruzeiro tem um ótimo elenco, mas Marcelo poderia ter optado por colocar alguns titulares no banco de reservas, jogadores que poderiam dar uma cara nova ao time, especialmente no setor criativo. Luan se movimentou e arriscou alguns chutes a gol, mas não tem a qualidade de um meia que arma jogadas e faz a bola chegar no atacante. Sem muita criatividade e com o apoio tímido dos laterais, o Cruzeiro ficou à espera de um contra-ataque ou de uma bola que pudesse surpreender a defesa do Atlético, que deu muitos espaços. Fez o gol em uma jogada rápida exatamente dessa forma, mas colocou poucas vezes a bola no chão depois disso. Como o foco da semana e outro e o time está bem posicionado no campeonato, a derrota não traz grandes consequências. Mas, mesmo com a Libertadores, acho que mais titulares podem atuar e dar mais qualidade ao time em situações como a de ontem.

  • Arbitragem: Mais uma vez protagonista de um clássico mineiro, a arbitragem patinou e deu margem para as críticas. Foram três situações específicas e vou dar minha opinião sobre cada uma delas, de forma direta. Não marcaria nenhum dos dois pênaltis. Não vi força suficiente de Léo para derrubar Leonardo Silva e considero totalmente involuntário o toque na mão de Otamendi. Já a bandeirinha Fernanda Colombo errou de forma bizarra no impedimento de Alisson e vacilou em alguns outros momentos (em um deles, não apontou a bandeira para nenhum lado ao marcar um lateral). Mais do que entrar na conversa de colocar juiz ou bandeirinha na geladeira, cabe à CBF preparar melhor a escala. A jovem bandeirinha, já criticada durante a semana, mostrou que ainda é inexperiente. Colocar ela em um clássico na Série A do Brasileirão é correr riscos. Outros mais experientes também erram e poderiam ter errado, mas o risco de ontem poderia ter sido evitado.

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