São Victor garante mais uma e Galo se classifica. Mas ainda tem muita coisa para melhorar.


Mesmo longe de mostrar um futebol brilhante ou envolvente, o Atlético está classificado para a segunda fase da Libertadores. Ontem, em Bogotá, empatou a terceira partida seguida na competição, 1 a 1 com o Independiente Santa Fé, e um outro empate em casa, contra o Zamora, na semana que vem, dá ao time a primeira colocação do grupo. Com um esquema diferente, algumas estrelas apagadas e uma atuação irrepreensível de Victor, o Galo voltou para BH com um ponto importante, mas deixou a torcida preocupada não só com os riscos que correu durante a partida como em relação ao futuro do time na competição.

O que poderia ser uma vitória tranquila, com um gol de Guilherme logo aos 7 minutos de jogo, se transformou em sufoco especialmente após o gol de empate do Santa Fé, aos 17 minutos do segundo tempo. Recuado, sem criatividade e praticamente sem ter a posse de bola, o Atlético viu o time colombiano parar nas mãos de Victor e tentou alguns contra-ataques que foram mal planejados e não tiveram sucesso.

Com Guilherme em campo, ao lado de Ronaldinho, o time fica naturalmente mais lento, e a expectativa era que Tardelli e Leandro Donizete, que jogou no lugar de Josué, dessem mais velocidade. O que se viu, na prática, foi uma ótima partida de Guilherme, preciso nas vezes em que participou da partida, Jô um pouco isolado, mas buscando o jogo, Ronaldinho muito apagado, salvo um lampejo ou outro e Tardelli sumido. Donizete também foi abaixo do esperado, errando muito passes. Por outro lado, o sistema defensivo foi muito bem. Pierre foi o leão de sempre, Marcos Rocha e Dátolo seguraram a posição e a dupla de zaga se virou como conseguiu. Lá atrás, Victor provou que a construção de uma estátua sua pelo clube pode ser algo a ser cogitado...

No primeiro tempo, dez minutos depois de ter feito 1 a 0, o Galo foi salvo por Victor duas vezes, o que aconteceria mais uma vez na etapa inicial. O Atlético esperou demais o Santa Fé e teve duas chances de gol apenas, com Jô e Leonardo Silva. Pouco, para um time que tem jogadores acima da média e totalmente capazes de matar o jogo em um contra-ataque. No segundo tempo, assim como já havia acontecido nos jogos contra o Nacional do Paraguai, quando tinha a vantagem, o time deu espaços demais para o adversário e pouco ficou com a bola no pé. As entradas de Berola, Alex Silva e Marion não mudaram esse panorama. Victor salvou outras três oportunidades claras e pode voltar a salvar em outros jogos, mas o time não pode deixar que tudo seja resolvido lá atrás. A classificação chegou, o futebol ainda não.


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