Museu guarda relíquias da Ferroviária de Araraquara




Localizado no estádio Fonte Luminosa, em Araraquara, no interior de São Paulo, o Museu de Futebol e Esportes da cidade guarda algumas relíquias e muitas histórias da Associação Ferroviária de Esportes, clube que já jogou a Série A do Brasileirão, em 1983, e que foi uma presença constante na elite paulista entre as décadas de 1950 e 1990. Para um fã de futebol, um passeio pelo local é uma diversão. Fotos de vários times da Ferroviária, muitos deles com jogadores que fizeram sucesso em vários clubes do Brasil, e uma série de camisas que faz a festa de qualquer colecionador.


Camisas da Ferroviária de várias épocas: deleite para um colecionador

A visita, gratuita, ao espaço, é conduzida com muito cuidado por Gustavo Ferreira, que é um torcedor fanático da Ferroviária e um grande conhecedor da história do clube e do esporte na cidade. A coleção de camisas da Ferroviária chama a atenção, em especial a de 1955, quando o clube, fundado em 1950, conseguiu o acesso para elite paulista pela primeira vez. Doada pela esposa de um ex-jogador, a camisa, da famosa marca Athleta, merecidamente, fica em uma redoma no museu.
Camisa histórica de 1955

Estado de conservação da camisa impressiona


Outra camisa que é uma preciosidade é a usada pelo atacante Bozó no jogo em que a Ferroviária venceu o Grêmio por 3 a 1 em pleno estádio Olímpico, no Brasileirão de 1983, jogo que eliminou o time gaúcho da competição. A de Wilson Carrasco, que se destacou também na Portuguesa, usada em 1977, também merece ser guardada com carinho. Camisas mais recentes, entre elas a rara amarela, usada na reinauguração do estádio Fonte Luminosa, também estão em destaque na exposição.
À esquerda, a camisa de Bozó, usada no jogo em que a Ferroviária venceu o Grêmio no Olímpico


Um passeio pelas diversas fotos posadas de times da Ferroviária ao longo dos anos mostra uma série de jogadores que passaram pelo clube, como Grafite, Rodrigo Tabata e o volante Dudu, que é ídolo histórico do Palmeiras. Para os fãs do futebol mineiro é fácil encontrar personagens como Dorival Júnior, sobrinho de Dudu que jogou no clube e depois foi técnico de Cruzeiro e Atlético. Outro que chama atenção é o lateral-direito Balu, que saiu de Araraquara para fazer sucesso no Cruzeiro. Outro que saiu da Fonte Luminosa para se dar bem em Minas Gerais foi Leandro Donizete, que começou no clube e passou pelo Coritiba antes de chegar ao Galo. Nascido na região, Donizete recebeu uma cobrança dos amigos locais para que Ronaldinho Gaúcho vestisse a camisa da Ferroviária. O craque cumpriu a promessa e a foto, reproduzida abaixo, foi publicada no jornal Imparcial, de Araraquara.

O então volante Dorival Júnior em seus tempos de Ferroviária
Rodrigo Tabata (o primeiro agachado) e Grafite (centro): sucesso longe de Araraquara


O lateral-direito Balu (penúltimo em pé da esquerda para a direita): sucesso no Cruzeiro

Leandro Donizete: da Fonte Luminosa para o título da Libertadores no Galo
Leandro Donizete cumpriu a promessa e fez Ronaldinho Gaúcho vestir a camisa da Ferroviária
(foto: reprodução jornal Imparcial)

O museu homenageia também ídolos locais como Téia e Bazani (fotos abaixo) e registra com fotos, objetos e troféus a história da bocha e do ciclismo na cidade, além das conquistas do futebol feminino da Ferroviária, que vive excelente fase. 



Com Gustavo Ferreira, torcedor fanático e um ótimo guia do museu

Estádio
O estádio Fonte Luminosa recebeu seu primeiro jogo em 1951, um amistoso em que o Vasco goleou a Ferroviária por 5 a 0, com o primeiro gol marcado por Friaça. Oficialmente chamado de Doutor Adhemar de Barros, o estádio recebeu mais de 19 mil pessoas em 1993, em um jogo contra o Palmeiras, pelo Paulistão. Em 2009, após uma grande reforma, o estádio foi reinaugurado no jogo Ferroviária 2 x 1 Ituano, com o primeiro gol da agora intitulada Arena da Fonte marcado por Fernando Luiz, da Ferroviária. Com 20.950 lugares marcados e cobertos, vestiários amplos e utilizando a famosa grama bermuda em seu gramado, o estádio já recebeu jogos dos grandes clubes do estado. 
Lugares marcados e bom gramado na atual Arena da Fonte

Vestiário espaçoso e entrada única para o gramado (abaixo)


Estádio tem boa estrutura e mais de 20 mil lugares marcados

A camisa usada na inauguração da Arena da Fonte


Ferroviária
Fundada em 1950, a Associação Ferroviária de Esportes (AFE) tem sua história diretamente ligada à Estrada de Ferro Araraquara (EFA), relação exposta até mesmo nas logomarcas das duas instituições. Criada por funcionários da EFA, a Ferroviária usa o grená no seu uniforme como uma forma de assemelhar a cor à carenagem das locomotivas. Disputou a Série A2 do Paulistão em 1951 e conseguiu chegar à elite em 1956. Em 1957 e em 1958 venceu em casa o Santos de Pelé e, no ano seguinte, ficou em terceiro lugar na competição, seu maior feito estadual - repetido em 1968. Após outras boas campanhas, foi rebaixada em 1965. Voltou em 1967 e se manteve na elite sem muito destaque, com exceção à campanha de 1985, quando terminou em quarto lugar. Em 1983, jogou o Campeonato Brasileiro e terminou em um honroso 12º lugar. A decadência começou com a queda para a A2 em 1996. O time chegou a jogar a quarta divisão estadual. Hoje, novamente na A2, luta para voltar à elite. 













































Comentários

  1. Mais uma bela matéria Fred! Quero ser você quando crescer!rs Exceto pela ausência de cabelo!rs

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  2. Obrigado pelo reconhecimento à importância e relevância da ASSOCAÇÃO FERROVIÁRIA de ESPORTES.
    Saudações Afeanas !!!!

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    1. Agradeço a recepção especial que tive no museu. Espero voltar outras vezes. Sucesso para a Ferroviária!

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  3. o volante da foto é Cuca, que jogou no Gremio e hj é treinador!!

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    1. Realmente parece, Tercio, mas é o Dorival mesmo, na época chamado apenas de Júnior.

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