Galo perde na Colômbia e vai ter que mudar muito para se classificar. Atitude tem que ser outra


Derrota por um gol de diferença. Jogo de volta das oitavas de final da Libertadores no Independência. A junção das duas frases daria ao atleticano uma certa confiança para reverter o placar adverso.... se estivéssemos em 2013. Ontem, o Galo perdeu o jogo de ida desta etapa para o Atlético Nacional, de Medellín, por 1 a 0, na Colômbia, em uma partida na qual, mais uma vez, deu todos os espaços possíveis para o adversário, que criou muito mais chances de gol e poderia ter saído com um placar mais elástico. Traduzindo em números, foram 26 finalizações colombianas contra duas (isso mesmo) do Atlético. Dá para virar? Dá, mas vai ter que mudar e muito a atitude. Ontem, aliás, o time que tem um baita quarteto ofensivo completou quatro jogos sem fazer um gol sequer.

Para mudar, precisa fazer muita coisa diferente do que fez ontem - e na média dos demais jogos em 2014. O time precisa ter uma ligação mais consistente entre os setores, parar de tentar dar chutões e esperar sempre um ou outro lance de inspiração de Ronaldinho, que até deu pistas ontem de que pode render mais. No primeiro tempo, pelo menos, o meia apareceu mais do que em outros jogos, apesar de ainda ser menos efetivo do que pode ser. Com dificuldade para sair jogando e com a marcação presa lá atrás, o Atlético deu espaços demais para o time colombiano. Com Otamendi na lateral direita e Emerson Conceição, lento, na esquerda, o time foi pressionado e Victor fez dois milagres ainda na etapa inicial. No único bom momento do Galo, Tardelli bateu cruzado aos 40 minutos, em bola que passou na cara do gol.

No segundo tempo, a pressão colombiana aumentou e o time atleticano mostrou ainda mais dificuldade para sair jogando, aceitando o domínio do adversário. O Atlético não soube como prender a bola, gastar o tempo e, pior, não jogou. As alterações demoraram a acontecer e quando foram efetivadas, aos 39 minutos do segundo tempo, com Guilherme e Marion nas vagas de Ronaldinho Gaúcho e Fernandinho, o time deu uma leve animada e Marion quase fez em um chute da entrada da área. Até então, Victor tinha feito outras boas defesas e o time continua sem qualquer ligação, entregando a bola ao Nacional constantemente. No último lance do jogo, em mais um espaço dado no meio-campo atleticano, Cárdenas chutou de fora da área e fez o gol da vitória. Se pelo lado atleticano foi triste tomar um gol aos 46 minutos do segundo tempo, o 1 a 0 fez jus ao melhor futebol do Nacional.

As mudanças, como disse, precisam ser imediatas. Falta ao Atlético mais atitude e mais alma. O time parece sempre apático. A defesa, pressionada, até que tem se saído bem. Réver voltou ontem e correspondeu, assim como Leonardo Silva e o improvisado Otamendi, na medida do possível. Os volantes correram o máximo, trombaram e chutaram, mas falta um meia para receber a bola no pé e criar, além da movimentação constante das peças ofensivas - inclusive quando é preciso voltar para marcar. Se criar pouco e se defender sempre, o Atlético vai correr riscos constantes. A torcida, que com razão está irritada, deve fazer seu papel na quinta, dia 1º, e apoiar o máximo. Não vai ser fácil.

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