Empate equilibrado no Independência, com erros e acertos dos dois lados


Atlético e Cruzeiro ficaram em um duro 0 a 0 no primeiro jogo da decisão do Campeonato Mineiro. A partida realizada no Independência mostrou qualidades e deficiências dos dois rivais, que entram em uma semana decisiva não só em relação ao estadual como também na Libertadores, na qual o Galo precisa de um empate contra o Zamora no Horto para ser líder de seu grupo, enquanto o Cruzeiro tem que vencer o Garcilaso em casa e torcer para La U não vencer o Defensor, no Uruguai, para não precisar de fazer contas para se classificar. Os resultados de quarta (Cruzeiro) e quinta (Atlético) podem influenciar diretamente no clássico de domingo que vem, quando o Cruzeiro precisa de um empate no Mineirão para levantar a taça.

No jogo de hoje, cada um foi um pouco melhor em um tempo. Na etapa inicial, o Cruzeiro teve chances mais claras, com Willian e Ricardo Goulart, aos 31 e aos 37 minutos. Com Henrique e Lucas Silva fazendo um bom papel no meio-campo, tanto na marcação quanto na saída de bola, e os laterais Ceará e Samudio cumprindo bem as funções defensivas, o Cruzeiro dificultou o jogo do Atlético, que não teve Ronaldinho Gaúcho. Mesmo longe de sua melhor forma, R10 ainda é um jogador que faz diferença com passes precisos e cobranças de faltas e escanteios sempre perigosas. Sem o craque, o Galo perdeu na criação e ficou preso na marcação cruzeirense. As tentativas alvinegras de bolas altas foram rebatidas com tranquilidade pela zaga azul, enquanto o setor criativo do Cruzeiro também tinha dificuldades com a forte marcação atleticana, especialmente com Pierre e Leandro Donizete, que deram pouco espaço para Éverton Ribeiro. Na zaga, Leonardo Silva e Otamendi seguraram Júlio Baptista.

No segundo tempo, quem esteve mais perto do gol foi o Atlético. Aos poucos, a saída de bola do time foi melhorando, a qualidade de passe também e o sistema defensivo encurtou os espaços do Cruzeiro, que concentrou muito seu jogo na marcação. Sem Júlio Baptista e Ricardo Goulart, o Cruzeiro ficou com três volantes em campo, com a entrada de Nilton, e com Marcelo Moreno isolado e pouco aproveitado no ataque. A opção do Cruzeiro por congestionar o meio-campo acabou dando ao Galo a oportunidade de ser mais incisivo. Aos 17 minutos, Tardelli perdeu uma chance incrível, na cara do gol, após bela jogada de Marion. Aos 36 minutos, Fábio fez defesas em chutes de Alex e de Guilherme. Todas essas jogadas aconteceram pelo lado direito da defesa cruzeirense. Ceará, cansado, deu muitos espaços, corrigidos apenas com a entrada de Mayke.

O jogo em si foi equilibrado e as atitudes deverão ser diferentes no próximo final de semana. O Atlético vai ter que sair mais para o jogo, já que apenas a vitória interessa. Para isso, terá que dar mais velocidade ao jogo e contar com exibições melhores de jogadores-chave, como Tardelli e, se jogar, Ronaldinho. Jô precisa ser mais acionado para funcionar melhor, assim como Guilherme. Para a vitória e o título, porém, precisa ter muita atenção na defesa e dar o mínimo de espaço possível. Do lado azul, o fato de jogar com 90% da torcida em um local no qual dificilmente perde serve de estímulo, mas também de cobrança dos torcedores, que esperam um time mais objetivo no ataque. Com a provável volta de Dagoberto e a manutenção de um meio-campo e de uma dupla de volantes que foi bem no Chile e hoje, o Cruzeiro pode pressionar mais e aproveitar as possíveis brechas que o Atlético, que precisa vencer, vai dar. A vantagem do empate pode levar o Cruzeiro a administrar o jogo, situação na qual mostrou dificuldades, como no empate em 2 a 2 com o Defensor em casa. Normalmente, o time de Marcelo Oliveira dá mais resultado quando parte para cima. A decisão está aberta, com a balança pendendo um pouco mais para o Cruzeiro, pela vantagem e por ter uma boa média no Mineirão,



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