Cruzeiro muda postura e volta a brigar pela vaga na Libertadores.


Em dois jogos desta Copa Libertadores o Cruzeiro apresentou o futebol que o levou ao título brasileiro do ano passado. E nas duas vezes, quem sofreu foi a Universidad de Chile, que ontem perdeu em casa por 2 a 0 e recolocou o time azul na briga por uma vaga na próxima fase da competição sul-americana. Para conquistar uma vaga que parecia longe, o Cruzeiro precisa vencer em casa o Garcilaso, já eliminado. Fazendo sua parte, chega aos mesmos dez pontos do Defensor, do Uruguai, líder do grupo e com seis gols de saldo, três a mais que o Cruzeiro. O Defensor recebe La U, que tem 9 pontos e um saldo negativo de três. Ou seja, se o Cruzeiro vencer e o time chileno não vencer, a vaga é do time mineiro. Se ocorrer uma vitória da Universidad, o Cruzeiro decidirá a vaga no saldo de gols com os uruguaios.

Para sair de um momento complicado e voltar a ter chances reais de classificação, o Cruzeiro mudou sua postura e foi bem diferente do time que fez um ponto em dois jogos contra o Defensor. Mais ligado no jogo, mais compacto e mais eficiente, o Cruzeiro dominou a maior parte do jogo e não se assustou nos momentos em que foi pressionado pelo time chileno. Soube aproveitar os espaços dados pelo time da casa e também as fragilidades da Universidad, entre elas o jogo aéreo. Atitude bem diferente do time que pareceu achar que ganharia a qualquer momento do Defensor e que mostrou nervosismo em alguns momentos contra os uruguaios. Com um toque de bola de qualidade e letal no ataque, o Cruzeiro poderia até ter saído de Santiago com uma vantagem maior.

A postura mudou e alguns jogadores foram importantes. Henrique deu qualidade na saída de bola e, com experiência e tranquilidade, deu estabilidade ao meio-campo, o que influenciou diretamente na boa atuação de Lucas Silva. Na lateral esquerda, Samudio jogou com seriedade e deu poucas brechas na defesa, o que é um ponto fraco de Egídio. Compôs bem o sistema defensivo e ainda chegou com tranquilidade ao ataque, marcando o segundo gol. Como resultado da boa atuação dos volantes e da segurança dos laterais, a zaga foi bem. No ataque, jogando como pivô, Júlio Baptista, por mais que tenha desperdiçado alguns lances claros, foi importante ao segurar a defesa adversária e abrir espaço para os meias. Como tem qualidade de passe, ajuda muito o time. Mais ajustado e concentrado, o Cruzeiro pode reescrever sua história nessa Libertadores.

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