Atlético vence na Venezuela, mas time continua com problemas


O Atlético estreou ontem em numa nova competição, mas mostrou os antigos e preocupantes problemas que andam deixando a torcida extremamente ressabiada desde o início da temporada - ou da era Paulo Autuori, como queiram. A vitória de 1 a 0 contra o Zamora, da Venezuela, conquistada a duras penas e com um futebol sofrível, valeu pelos três pontos, fundamentais em um torneio como a Libertadores, ainda mais fora de casa. A questão é que o time foi muito mal diante do adversário mais fraco do grupo, o que causa apreensão em relação aos próximos jogos, contra Santa Fé (Colômbia) e Nacional (Paraguai).

O time deu provas de que continua lento e sem ritmo, demonstrando, por incrível por pareça para uma equipe que joga junto há mais de um ano, desentrosamento, tamanho foi o número de erros de passes e a falta de ligação entre os setores. O primeiro tempo foi muito fraco. Se o Zamora não demonstrava qualidade e pouco ameaçava, o Galo não soube como aproveitar sua evidente superioridade técnica. O time não conseguiu dar um chute a gol. Dos raros lances de relativo perigo, um chute fraco de Tardelli, após jogada individual, e uma falta cobrada por Ronaldinho para fora.

No segundo tempo, poucas melhoras. A defesa, pouco incomodada, apesar de nem sempre bem posicionada, não correu grandes riscos - em 2013, o time tomou gols em todos os jogos fora de casa na campanha do título. No meio campo, faltou criatividade, mesmo com a presença de Ronaldinho. O meia, aliás, fez uma falta grosseira por trás, aos 7 minutos, em lance que, se recebesse o cartão vermelho, não seria exagero. Jô, isolado e perdido, sem receber bolas, caiu pelas pontas para tentar jogo, prova de que a produção atleticana estava muito aquém do necessário.

Mesmo com o time jogando mal, Autuori optou por não mexer, deixando as alterações para os minutos finais. Pesa também o fato de o elenco não ter peças no banco capazes de mudar uma partida. Os últimos minutos foram tecnicamente muito ruins e quem parecia mais disposto era o Zamora, que arriscou dois chutes a gol, aos 35 e aos 39 minutos. Quando tudo caminhava para um lamentável 0 a 0, Ronaldinho cobrou escanteio na cabeça de Jô, que escorou para o gol aos 42 minutos. Vitória importante, mas que continuou a sinalizar a necessidade de acelerar a melhoria do time.

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