Aventuras de um atleticano na final em Assunção e a precariedade das condições para o torcedor na América do Sul


Que a Copa Libertadores ainda está longe de ser um primor de organização, isso é fato. Normalmente, o que se vê são imagens repetidamente repudiadas por todos, como as patéticas cenas de policiais protegendo jogadores no momento de uma cobrança de escanteio, estádios que não oferecem as melhores condições de trabalho, gramados grotescos, pouca (ou insuficiente) promoção das partidas, etc.

Essas questões são relacionadas ao jogo em si, aos atletas, juízes e demais envolvidos diretamente na partida. Os torcedores também passam por dificuldades que nem sempre são exibidas nas coberturas ou divulgadas para que, de alguma forma, os responsáveis pela organização de uma partida consigam melhorar as condições para os fãs. 

Essa realidade ficou bem clara nas fotos que o torcedor atleticano Cássio Arantes me mostrou e cedeu gentilmente para a publicação no blog. Ele foi um dos vários torcedores que esteve em Assunção, no jogo da ida das finais da competição, entre Atlético e Olimpia, no Defensores del Chaco, o maior estádio paraguaio.

Cássio viajou em condições melhores do que uma boa parte da massa, foi de avião para o Paraguai e, certamente, sofreu menos do que os abenegados que encararam uma longa viagem de ônibus e que, segundo relatos, também sofreram com condições impróprias de estradas e uma série de outros problemas. O fato de ter ido de maneira mais confortável não impediu Cássio de ter alguns problemas especialmente no estádio e nas questões envolvendo o deslocamento. As fotos que estão aqui mostram o quanto ainda a América do Sul tem que mudar para fazer um campeonato de clubes atraente e que seja digno de representar o futebol do continente. 

Dois fatores me chamaram a atenção em um primeiro momento. A questão envolvendo o estádio. Abaixo, nas duas primeiras fotos, dá para perceber a quantidade de banheiros químicos disponíveis para a torcida atleticana e as inevitáveis filas que se formaram. Logo depois, a inacreditável revista no estádio, com um bafômetro que era aplicado na torcida visitante aos olhos dos paraguaios e, pasmem, de acordo com o torcedor, os bicos onde todos colocavam a boca para medir sua graduação alcóolica não eram trocados ou esterilizados....





Na foto abaixo, tirada pelo torcedor de onde estava localizado na arquibancada, é possível ver o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, e alguns reservas, entre eles o zagueiro Rafael Marques, na frente do vestiário. Uma boa noção das condições do estádio, um dos mais importantes da América do Sul.
 


Um dos casos mais curiosos entre os vários contados pelo Cássio relata sua volta para o hotel. Como a torcida adversária permanece no estádio por mais tempo por questões de segurança, as opções de transporte se reduziram com o passar do tempo. Abaixo, está a foto do veículo que o torcedor conseguiu usar como meio de transporte para o hotel. Na caçamba, junto com outros amigos, conseguiu sair da região do estádio, depois de alguns pedidos negados e, claro, da evidente preocupação com seu retorno.



Certamente os casos serão contados no futuro com bom humor e serão minimizados, apesar da derrota no Paraguai, pelo título que o clube de Cássio conquistou. Mas que é preciso mudar muita coisa nos estádios sul-americanos, não tem como negar.

















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