Derrotado em Assunção, Atlético vai ter que se superar mais uma vez para levar a Libertadores


O Atlético terá na próxima quarta-feira, no Mineirão, que ter forças para dar o passo mais importante de sua história. O clube pode conquistar seu maior título diante de sua torcida, que certamente vai apoiar cada passo do time. Não será tarefa simples. Para chegar ao topo e levantar a Copa Libertadores da América vai ter que superar o tradicional Olimpia, tricampeão da competição e acostumado a participar do torneio. O mesmo Olimpia que, na base da garra e com um time bem estruturado fez 2 a 0 ontem no Galo, na partida de ida da final, resultado que passava bem longe das pretensões do time de Cuca.

Com o resultado, o Galo terá mais uma vez que colocar o coração na ponta da chuteira e ter muito controle técnico e emocional para superar esse desafio. Vai ser o momento de superar todo o desgaste que já aconteceu em momentos cruciais como os que aconteceram contra Tijuana e Newell's Old Boys. Assim como aconteceu contra o adversário argentino na semifinal, o Atlético poderia ter voltado para o Brasil com um resultado melhor e diminuir o sofrimento de jogadores e torcedores.  Mas uma série de erros e, claro, uma boa atuação do Olimpia, impediram o Galo de sair do Paraguai com um pouco mais de tranquilidade. 

Os primeiros 20 minutos do jogo até deram a impressão de que o Atlético suportaria bem a óbvia pressão do Olimpia. Bem postado, trocando bem a bola, o Galo se controlava e até criava chances, como uma que Tardelli chutou para fora após belo passe de Marcos Rocha. Mas aos 22, Silva pegou a bola na intermediária e passou com extrema tranquilidade por Tardelli e Luan e não foi incomodado por Réver. O chute saiu no canto de Victor. Olimpia 1 a 0 e fim da tranquilidade mineira. 

O gol saiu pelo lado esquerdo da defesa atleticana, local em que Richarlyson pouco frequentou. Com uma atuação abaixo da crítica, o lateral deu espaços demais, errou passes e comprometeu o sistema defensivo. Luan, que sempre voltava para auxiliar Richarlyson, cansou depois de um bom começo. Após o gol, o Atlético deu brechas para o jogador mais habilidoso do time paraguaio, Salgueiro, trabalhar as jogadas e chegar na cara do gol. Em um dos lances, aos 41, Pierre salvou na hora do chute, frente a frente com Victor. Com Ronaldinho nada inspirado, Tardelli era o jogador que pegava a bola e chamava a responsabilidade. Faltou quem jogasse com ele.

Apesar dos mesmos defeitos do primeiro tempo, como a falta de participação de Ronaldinho, a dificuldade para sair da marcação do Olimpia e as brechas no lado esquerdo do time, o Atlético equilibrou a partida e quase marcou com Tardelli quando, pela primeira vez, o time trabalhou com calma a bola de pé em pé. Com as entradas de Guilherme e Rosinei nos lugares de Ronaldinho e Luan, o Atlético melhorou, apesar de continuar a ser pouco efetivo no ataque. A chance que teve, não matou, aos 32 minutos, quando Jô recebeu um passe perfeito de Guilherme e chutou bem, mas o goleiro Silva tirou com o pé.

Os últimos minutos foram de terror para o Galo. O Olimpia começou a forçar o jogo pelas laterais e fez sempre a bola passar pelos pés de Salgueiro. Os paraguaios chegaram com perigo com Ferreyra e perderam uma chance incrível com Barrero, sem goleiro. Com tantas chances desperdiçadas pelo Olimpia, o 1 a 0 estava até de bom tamanho para o Atlético, que perdeu Richarlyson, expulso de maneira tola aos 43 minutos. Mas uma falta boba de Rosinei e um total desentendimento entre Alecsandro e Victor resultou no gol de Pittoni, aos 48 minutos. O 2 a 0 foi uma ducha de água fria no Galo.

O próximo capítulo será na quarta, dia 24. O Atlético não terá o suspenso Marcos Rocha, um dos raros destaques de ontem, ausência que será sentida - o mesmo não será falado de Richarlyson. Até lá, jogadores, comissão técnica e diretoria terão a missão de concentrar todas as forças para o time reverter a desvantagem. Time para isso tem.


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