O encontro com dois ex-goleiros na visita ao estádio Palma Travassos, do Comercial-SP




Minha visita ao estádio Palma Travassos, em Ribeirão Preto, a casa do tradicional Comercial, me trouxe muitas surpresas boas. A intenção, como fã de futebol que sou, era apenas conhecer o estádio, mas o passeio saiu melhor do que a encomenda. Fui guiado e apresentado às dependências da equipe pelo ex-goleiro Tomires, hoje secretário do Conselho Deliberativo do clube. Ex-jogador do próprio Comercial, conta com orgulho que Émerson Leão, natural de Ribeirão Preto, foi seu reserva por um tempo no final da década de 1960, ainda nas categorias de base, antes de o atual treinador começar a sedimentar sua bela carreira.


Com os dois ex-goleiros, Tomires (esquerda) e Palmieri (direita)

Meu passeio realmente seria marcado por goleiros. Dentro do estádio conheci outra figura que fez sua história debaixo das traves, mas em um passado mais recente. O gigante Palmieri, ex-arqueiro de Bangu e Botafogo e com passagens pela Seleção Brasileira nas categorias de base, é hoje gerente das divisões de base do Comercial. Palmieri ficou famoso pela sua altura, 2,03m, e rapidamente me lembrei de uma foto publicada pela revista Placar nos anos 1980, quando Palmieri parecia ainda maior do que é perto do pequenino Arthurzinho, então colega de Bangu. Acabei repetindo a foto com o goleirão.
 

Palmieri, o goleiro que realmente é um gigante
Tomires me apresentou com extremo zelo detalhes do estádio Palma Travassos, inaugurado em 1964 em uma partida do Comercial contra o Santos. Em uma sala dedicada à memória do clube, o ex-goleiro me apresentou fotos de momentos especiais do Comercial e de jogadores que fizeram história por lá, como Paulo Bin, autor do primeiro gol do estádio, exatamente na partida inaugural contra o Peixe, vencida pelos visitantes por 3 a 2. Quem também tem fama e é muito elogiado por lá é Jair Bala, ídolo do América-MG. O estádio, mesmo modesto, é bem organizado e tem hoje capacidade para receber 18.200 torcedores.

Na sala de memória do estádio Palma Travassos, com o ex-goleiro Tomires

O clima amistoso com o qual fui recebido está diretamente relacionado ao bom momento do Comercial, clube tradicional fundado em 1911. Depois de uma crise na primeira década do novo século, o Leão caiu para a Série A3 do Paulisão em 2010. Com dívidas e o risco até mesmo de ver seu estádio ir a leilão, o clube chegou ao fundo do poço, quando uma nova gestão assumiu o comando do Comercial e as melhorias começaram a aparecer. 

Detalhes do estádio do Comercial, bem organizado e com espaço até para a realização de shows


Em 2011 o time voltou à A2 e, em 2012, jogou a elite paulista, quando empatou com São Paulo, Corinthians e Palmeiras. Apesar disso, o Comercial voltou a cair. Situação que pode mudar em breve, já que o clube está na fase decisiva da segundona paulista, disputada em dois quadrangulares. Os dois melhores de cada grupo vão jogar o Paulistão em 2014. Em dois jogos até agora, uma vitória contra a Catanduvense e uma derrota para o Capivariano. A outra equipe do grupo é a Portuguesa, adversária do próximo final de semana.

Detalhe do estádio com o escudo do Comercial ao fundo


Campeão paulista do interior em 1966 e da A2 em 1958, o Comercial participou duas vezes do Campeonato Brasileiro. Em 1978, eliminado na segunda fase, terminou a competição em 42º lugar - o torneio tinha 74 clubes. No imenso campeonato de 1979, disputado por 94 clubes, o Comercial entrou diretamente na segunda fase e chegou à terceira, fechando a competição em um honroso 14º lugar. No total das duas participações, o clube jogou 29 jogos, venceu oito, empatou nove e perdeu 12 vezes.

Fachada do estádio do Comercial esconde um estádio que é bem organizado por dentro

Lutando para voltar à elite, o Comercial comemorou com categoria seu centenário em 2011, com sua primeira excursão à Europa, quando fez cinco jogos na Áustria e enfrentou adversários como o Anzhi (Rússia) e o tradicional Steaua Bucaresti, da Romênia, campeão europeu de 1986.



A visita ao Comercial, como não poderia deixar de ser, me rendeu mais uma camisa para a minha coleção, a reserva do clube, que mostro na foto acima. Uma recordação de uma visita bem interessante, que me proporcionou o encontro, em um estádio de futebol, com dois ex-jogadores e suas histórias únicas.

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