O balanço da vitória do Atlético sobre o São Paulo: os pontos positivos e o que ainda tem que melhorar


Estrear em uma competição importante, da qual não participa há 13 anos, em casa, com o estádio cheio e o apoio da torcida e vencer o principal rival de seu grupo, era o cenário perfeito para a volta do Atlético à Libertadores. E isso aconteceu ontem, na vitória de 2 a 1 sobre o São Paulo, no Independência. Mais do que a vitória em si, diante de um time extremamente habituado a disputar o torneio, o triunfo dá tranquilidade para o Galo encarar os gringos do grupo. Primeiro, o Arsenal, de Sarandí, fora de casa, e, depois, o boliviano The Strongest, em casa. Um mau resultado ontem colocaria uma pressão maior para o jogo na Argentina, confronto sempre complicado.


Festa no Independência: aproveitamento excepcional do Atlético no estádio

A vitória ontem mostrou pontos positivos da equipe de Cuca, mas também serviu para apresentar algumas características que podem ser ajustadas ao longo da competição e do ano de 2013 para evitar maiores sustos. Entre os pontos positivos, destaque para a entrega dos jogadores, que se desdobraram na marcação, na busca por dar menos espaços possíveis para o São Paulo, já que a formação que Cuca colocou em campo tinha vários jogadores ofensivos, com pouca (ou nenhuma) característica de marcação. Para cumprir a importante função tática de marcação, Jô e Bernard, por exemplo, até fugiram de suas características em alguns momentos, recuando bastante para ajudar a defesa. Ronaldinho, em vários momentos, foi visto comandando a equipe, gesticulando e gritando para todos se recomporem. O craque, aliás, foi decisivo, dando os passes para os dois gols, o de Jô, aos 13 do primeiro tempo, o garantiu tranquilidade ao time, e o de Réver, aos 27 do segundo tempo, o que freou o crescimento do São Paulo, melhor em campo naquele momento. A categoria de Ronaldinho será o trunfo do time no torneio. Ele pode decidir vários jogos.

Por outro lado, sem ter volantes com qualidade para sair jogando (apesar da boa partida de Leandro Donizete ontem, que chegou a dar bons passes) e com a necessidade de cobertura constante às subidas de Marcos Rocha, em vários momentos havia um grande espaço entre os jogadores de defesa e o quarteto ofensivo, o que resultou, ainda em excesso, em chutões que não deram resultado - e pior, faziam a bola voltar muito rapidamente para a defesa atleticana. Isso sem contar alguns erros de passe cruciais. Outra solução para esse problema é a escalação de um meia para fazer essa ligação dos setores e dividir a criação com Ronaldinho. Talvez Rosinei seja essa peça, pois defende e chega bem ao ataque. Mas para isso um atacante deveria sair do time.

Jô foi muito bem. Participou do primeiro gol e ajudou demais na marcação

O espaço no meio-campo permitiu que o São Paulo, em alguns momentos do jogo, especialmente no segundo tempo, tentasse entrar na defesa atleticana na base do toque de bola, esperando uma enfiada de bola entre os jogadores - como no gol de Aloísio, no segundo tempo. A ótima atuação dos volantes, zagueiros e do goleiro Victor evitou maiores problemas, mas foi um risco que o Atlético correu e que pode ser corrigido. Ontem, a recomposição da equipe foi rápida em alguns momentos também.

O contra-ataque do Galo, por outro lado, mostrou ser poderoso, com tantos jogadores hábeis e de velocidade. Ainda acho que Tardelli está fora de posição, pode funcionar melhor como definidor de jogadas e não como um armador - apesar do fato que deve ser levado em conta de que foi apenas o primeiro jogo dele em seu retorno e o terceiro da equipe em 2013. Para Tardelli ser o homem de referência, Jô teoricamente deveria sair da equipe, mas o atacante foi muito bem ontem - costuma ser mais regular quando tem sombras de peso, como foi André no ano passado e, agora, Alecsandro e o próprio Tardelli.

Réver comandou a defesa e fez o segundo gol em um momento em que o São Paulo era melhor

O balanço, claro, foi positivo. O time venceu, largou na frente, derrotou um rival difícil, mostrou qualidades e opções interessantes no elenco, o que permite variações táticas e até mesmo substituições decisivas durante a partida (gostei da entrada de Luan, aliás). Além disso, recheado de jogadores experientes, o Atlético soube como suportar a pressão que sofreu em alguns momentos, especialmente no segundo tempo. Mas ainda existem ajustes. A temporada está só começando e Cuca já pode começar a pensar em soluções para diminuir eventuais problemas no caminho. Material ele tem nas mãos para montar um time que pode ir muito longe.


Fotos: Bruno Cantini/ Atlético

Comentários

  1. Parabéns pela análise. Talvez a solução não passe por tirar um atacante. Com Tardelli, R10, Bernard e Jô, eu prenderia mais os laterais e tracaria um volante marcador (Donisete) por um que saia para o jogo.

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  2. Mas o nosso lateral direito, Marcos Rocha, não tem vocação para ficar preso, digo, ser um marcador. Insisto que o galo precisa de mais um lateral direito com habilidade defensiva.

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    Abs e sucesso!

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