A grotesca morte do garoto ontem na Bolívia, onde o Corinthians empatou com o San José, pela Libertadores, levantou uma série de discussões e ideias de punição para os envolvidos no caso. Apesar da tragédia, o momento é de realmente se pensar em ações que transformem a ida a um estádio de futebol na América do Sul de forma geral em lazer e diversão e não uma aventura repleta de riscos. Os bons exemplos devem ser copiados, sempre que possíveis e de forma adequeda à realidade de cada região. Não há como negar que, no que diz respeito às leis, punições e organização do futebol, a Europa está em um patamar mais avançado. E lá eles tiveram que sofrer para colocar as coisas nos eixos (e ainda tem coisas a ajustar). Por isso acho que, em uma análise rápida e meramente comparativa, chegou a hora de pensar na América do Sul como foi pensado na Europa da década de 1980.
Antes de mais nada: não pode faltar punição. O clube mandante errou ao deixar um objeto como um sinalizador estar dentro do estádio. Evidentemente que a pessoa que causou a morte do garoto deve ir em cana. E aí entra a questão que mais foi discutida hoje: o clube deve ser punido pelas atitudes de sua torcida?
Voltando aos anos 80 na Europa e diretamente para a clássica e triste história do estádio de Heysel, em Bruxelas, onde 39 pessoas morreram antes da final da então Copa dos Campeões entre Juventus e Liverpool. Constatado que o tumulto foi causado pela torcida inglesa, a Uefa foi severa. Todos os clubes do país foram suspensos de competições europeias por cinco temporadas - e o Liverpool, por seis. O estádio belga não abrigou partidas de futebol por dez anos. Alguns culpados foram condenados alguns anos depois a três anos de prisão.
O episódio na Bélgica e a tragédia de Hillsborough, em 1989, em Sheffield, esta com 96 mortos, impulsionaram mudanças drásticas em todo o formato do futebol inglês e também na Europa. Estádios deixaram de ter alambrados, assentos foram implantados, capacidades reduzidas e, o que foi o melhor, especialmente em competições europeias: passou a ser exigido um padrão de qualidade para um estádio receber jogos, o que, óbvio, incluiu servras normas de segurança. Um ou outro incidente ainda ocorre, mas diminuiu e muito. E quem faz bobagem tem sofrido punições exemplares, o que inibe outros a aprontar. O caminho foi duro e o erro de torcedores de um clube resultou em problemas incalculávies para vários outros clubes - imagina, por exemplo, uma suspensão do Corinthians resultar em uma impossibildade de o Palmeiras jogar a Libertadores ou a Sul-Americana? O fato é que houve punição. E muita coisa melhorou.
Ontem morreu um torcedor. Será que vamos esperar morrer 39 ou 96 para tomar providências na América do Sul?
Ontem morreu um torcedor. Será que vamos esperar morrer 39 ou 96 para tomar providências na América do Sul?
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ResponderExcluirBoa Noite, segue o link com as informações de como adquirir a camisa.
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