Não foi da forma tranquila como o placar final mostrou e foi muito mais na base da vontade do que da técnica, mas o Cruzeiro venceu o Náutico por 3 a 0 hoje no Independência, com gols nos 16 últimos minutos, chegou a 34 pontos, à sexta colocação no Campeonato Brasileiro. Com isso, está a apenas quatro pontos do Vasco, quarto colocado e equipe que fecha o G-4.
Contra uma equipe muito bem posicionada, o Cruzeiro teve muita dificuldade para conseguir criar no primeiro tempo. Foram erros de passe, problemas na transição do meio-campo para o ataque e alguns chutões. Pior do que isso, só os espaços dados ao Náutico, que conseguiu chegar até mesmo em jogadas criadas pelo meio do campo, mas os pernambucanos não tiveram a qualidade técnica necessária para marcar.
Sem Montillo, coube a Souza a criação das jogadas. Além da dificuldade e da responsabilidade, Souza foi pouco auxiliado. Tinga chegava mas não dava sequência às jogadas. Wallyson, pouco inspirado, também não ajudava. E nada da bola chegar a Borges.
Depois dos 30 minutos, o Cruzeiro percebeu que, se colocasse a bola no chão, as coisas poderiam melhorar. Aos 32, o primeiro lance efetivo: Éverton cruzou e Borges cabeceou para fora. Três minutos depois, Léo quase marcou de cabeça, após uma cobrança de escanteio. Foi o necessário para dar mais tranquilidade para a equipe de Celso Roth fazer um segundo tempo melhor.
Para melhorar de vez, um personagem foi fundamental. O jovem Élber entrou no lugar de Wallyson e incendiou o jogo. O time, que já tinha voltado do intervalo mais ligado e mostrando mais tranquilidade para fazer a ligação entre os setores, cresceu com as alternativas dadas por Élber. Sem Charles, apagado, e com Wellington Paulista em campo, o time cresceu ainda mais. Ainda assim, apenas uma chance real, com Borges, aos 19 minutos, foi criada, até os 29 minutos, quando Élber sofreu uma falta na entrada da área. Na cobrança, a bola sobrou para Borges fazer 1 a 0.
O gol aliviou a torcida e relaxou a equipe, que quase sofreu o empate aos 35, em um lance mal concluído por Kim e construído após uma cochilada do lado direito da defesa azul. Se o Náutico não sabia o que fazer na cara do gol, Élber soube. Favorecido pelo encaixe de uma característica típica de times de Celso Roth, o contra-ataque, Élber aproveitou a velocidade de Wellington Paulista e Éverton para concluir com qualidade - foi o primeiro gol dele como profissional, aos 41 do segundo tempo.
Com a vitória assegurada, o Cruzeiro apenas administrou e, novamente em velocidade, aos 44, desta vez foi Wellington Paulista quem marcou, após aproveitar um passe de Tinga. A segunda vitória seguida dá confiança ao grupo, que, perto do G-4, pode passar por um período de estabilidade para manter uma estabilidade no Brasileirão.
AVALIAÇÃO DOS JOGADORES
Fábio - Quando foi exigido, mostrou a tranquilidade de sempre - Nota 6
Léo - Importante para o setor defensivo, quase abriu o placar quando apoiou o ataque - Nota 6
Mateus - Não brincou em serviço e desarmou várias vezes os jogadores do Náutico - Nota 6
Rafael Donato - Chegou a ser envolvido em alguns lances, mas não comprometeu - Nota 5,5
Éverton - Foi uma importante válvula de escape, participando de várias jogadas ofensivas - Nota 6,5
Leandro Guerreiro - Desligado, deu algumas brechas na marcação no primeiro tempo - Nota 5,5
Charles - Outro que teve dificuldade na marcação e também na saída de bola - Nota 5
Tinga - Muita disposição e eficiência. Participou do terceiro gol - Nota 6,5
Souza - Não conseguiu se aproximar dos atacantes, prendeu demais a bola e foi sobrecarregado na criação - Nota 5
Wallyson - Ajudou a defesa em alguns momentos, mas foi nulo no ataque - Nota 4,5
Borges - Eficiente quando fez o primeiro gol, mas desperdiçou duas boas chances - Nota 6
Wellington Paulista - Ajudou o time a ter uma postura mais ofensiva, fez um gol e participou de outro - Nota 6,5
Élber - Fez toda a diferença. Incendiou o jogo, fez um gol e participou do primeiro, o que abriu as portas para a vitória - Nota 8
Sandro Silva - Entrou apenas para compor o setor defensivo - Nota 5
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