Atlético perde para o Corinthians nos detalhes e queima a gordura que tinha no Brasileirão


Campeonato Brasileiro é decidido em detalhes. Ok, isso é um chavão mais do que batido. Mas é exatamente o que acontece em partidas que são definidas por pequenas coisas, por um vacilo defensivo ou ou por um erro na hora de definir. E foi dessa forma que o Atlético perdeu hoje para o Corinthians, em São Paulo. O placar de 1 a 0 para o time paulista não tirou o Galo da liderança do Brasileirão, mas o deixou empatado em pontos com o Fluminense, apesar de ainda ter um jogo a menos. Em outras palavras, a gordurinha acumulada em uma campanha excepcional no primeiro turno acaba de ser toda queimada.

Enfrentar o Corinthians em São Paulo, um das equipes mais bem preparadas taticamente do país, é difícil. Pode estar com a cabeça no Mundial de Clubes ou onde for, o Timão é um adversário encardido, que marca muito, sofre poucos gols, é cirúrgico no ataque e ganha jogando feio. Logo, esse é o jogo que deve ser definido em um lance. Coisa que o Atlético teve oportunidade de fazer e não conseguiu.

O time comandado por Cuca não jogou mal. Manteve a estabilidade emocional que o consagrou no primeiro turno durante a maior parte do jogo, não se intimidou com a adversário e mostrou maturidade para controlar a partida, extremamente estudada. Apesar de dar alguns perigosos espaços pelas laterais e de levar dois cartões amarelos em menos de 15 minutos, o Atlético chegou com perigo após lance genial de Ronaldinho, que driblou dois no lado direito e lançou Bernard, que não concluiu e deu uma bola não tão redonda para Jô, que também não resolveu. Era a chance de ouro na etapa inicial.

O Corinthians voltou melhor no segundo tempo e se aproximou mais do gol atleticano. Com Ralf e Paulinho se revezando na marcação a Ronaldinho, Jô isolado, Bernard sumido e Marcos Rocha muito mal, o Atlético mostrou dificuldade para ganhar espaço. E o detalhe apareceu de novo aos 17 minutos, quando o time paulista ganhou um escanteio de graça após um erro tolo de Marcos Rocha na origem da jogada. Na cobrança, Réver não saiu do chão e ainda estava de costas quando Paulo André cabeceou e fez o gol corintiano. Em um jogo estudado como esse, uma chance como essa, de bola parada, deveria ser melhor cercada.

Nesse momento, Guilherme já estava em campo, no lugar de Jô. Para tentar mudar a cara do jogo, Cuca colocou Neto Berola e Escudero nos lugares de Marcos Rocha e Leandro Donizete. Os primeiros reflexos após o gol não foram bons. O time sentiu a desvantagem, passou a errar passes e abriu até brechas na defesa. Emerson, o Sheik, era quem dava mais trabalho. Com a expulsão do atacante corintiano, o Galo passou a ter mais espaço.

O time mineiro foi para cima, criou chances. Chegou até a ter um gol anulado, em um lance que o bandeirinha marcou impedimento na origem do lance. Nem mesmo a tola expulsão de Júnior César fez com que o Galo deixasse de ir para cima. Tanto que teve a chance de ouro: Guilherme recebeu um passe perfeito na cara do gol. E errou. Faltou tranquilidade, faltou poder de decisão. Coisa que a equipe não pode deixar de ter daqui para frente.

AVALIAÇÃO DOS JOGADORES

Victor - Sem culpa no gol, tranquilo e seguro na maioria dos lances - Nota 6
Marcos Rocha - Disperso, foi mal no apoio e deu muitas brechas na defesa - Nota 4
Leonardo Silva - Se atrapalhou em um lance bobo, mas foi peça ofensiva e ajudou a segurar o ataque corintiano na maior parte do jogo - Nota 6
Réver - Falhou no lance do gol, o que foi decisivo - Nota 4,5
Júnior César - Pouco apoiou, deu espaços na defesa e, descontrolado, foi expulso de forma infantil - Nota 3
Pierre - O cão de guarda de sempre, eficiente na marcação - Nota 6
Leandro Donizete - Cumpriu seu papel na marcação, mas errou muitos passes - Nota 5
Danilinho - Importante na proteção à defesa, mesmo na lateral, mas foi pouco ao ataque - Nota 5,5
Ronaldinho - Deu passes que poderiam ter definido o jogo, mesmo muito bem marcado - Nota 6,5
- Bem marcado, não foi bem nem como pivô - Nota 4
Bernard - Sumido, não encontrou alternativas para sair da marcação - Nota 4,5
Neto Berola - A correria de sempre, mas com pouco resultado prático. Teve pouco tempo - Nota 5
Escudero - Entrou para melhorar o passe, mas pouco se apresentou na partida - Nota 4
Guilherme - Disperso e lento, não teve poder de decisão para empatar a partida - Nota 3,5



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