Cruzeiro: pressão, erros e derrota para a Ponte Preta


Um time veloz, que chegava rápido ao ataque, acuava o adversário na defesa e criava boas chances de gol. Essa foi a primeira impressão que o Cruzeiro deu ontem, na partida contra a Ponte Preta, no Independência. Mudando um pouco suas características e contando com o apoio maciço dos volantes no campo de ataque, o time azul foi surpreendido logo aos 17 minutos, quando a equipe de Campinas encaixou um ótimo contra-ataque, fez 1 a 0 e mudou a cara do jogo que terminaria vencendo por 2 a 1, péssimo resultado para o Cruzeiro, que caiu três posições no Brasileirão. O espaço dado para o contra-ataque que resultou no primeiro gol da Ponte foi o primeiro dos erros cometidos pelo Cruzeiro que resultaram na derrota. 

Da equipe que venceu bem o Palmeiras na rodada anterior, Roth fez apenas uma mudança, na zaga, onde Léo reassumiu a condição de titular, no lugar de Thiago Carvalho. Um ótimo passo para uma equipe que ainda precisa de entrosamento. O time começou o jogo bem postado em campo, com o apoio dos laterais e com Wallyson dando a impressão de que faria a diferença com sua velocidade. Tinga e Charles também se aproximavam do ataque. Tanta força ofensiva resultou em um espaço dado na defesa que Cicinho aproveitou, saiu na cara de Fábio e fez 1 a 0. A Ponte só não fez o segundo usando outra vez em um contra-ataque por culpa da incompetência de Marcinho, que também ficou na cara de Fábio e chutou para fora.

Mostrando maturidade, o Cruzeiro voltou a pressionar a Ponte. O gol de empate só saiu aos 47 minutos do primeiro tempo, com Borges, mas antes disso, apesar da pressão, o Cruzeiro desperdiçou muitas chances. Apesar da falta de competência nas conclusões, algumas características positivas devem ser ressaltadas. A presença de Wallyson naturalmente resultou em um melhor aproveitamento de Borges, que passou a ser melhor acionado, fato reforçado pelo apoio dado por Tinga a Montillo. Tinga é o volante que sai mais para o jogo, se aproxima do argentino e, se tem dificuldades para concluir, é o que mais ajuda na criação de jogadas, como foi no lance do gol. Com o esquema de três volantes, é o que faz melhor o papel de um meia.

No segundo tempo, um fato raro: uma falha de Fábio. Mal posicionado, o goleiro (o melhor em atividade no Brasil) deixou a bola quicar na sua frente em uma cobrança de falta de longa distância de Marcinho, logo aos dois minutos. A falta resultou em outro gol da Ponte, em mais pressão do Cruzeiro e em mais erros de conclusão. Na base da pressão, o time azul acertou a trave, forçou o goleiro Roberto a fazer boas defesas e mostrou volume de jogo. Apesar do domínio, faltou técnica. A troca de Wallyson por Wellington Paulista não teve qualquer resultado prático, assim como a entrada de Souza, que errou demais e não foi efetivo na criação. O terceiro reserva a entrar, Marcelo Oliveira, foi outro que pouco acrescentou. Roth tentou as alternativas possíveis, mas o banco do Cruzeiro não mantém o nível da equipe titular. Mas a manutenção de uma equipe titular dá indícios de que essa irregularidade ainda poderá ser superada neste Brasileirão.

Comentários

  1. O problema do Fábio com faltas é crônico. Já tem anos...

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  2. Parabéns pelas análises, Fred. Sempre realistas, sem firulas, atendo-se ao que se vê em campo, e, claro, muito bem escritas. Acompanho seu trabalho desde o saudoso Minas Esporte e sigo lendo aqui no blog. Abraço - e mais sorte para o Cruzeiro na sequência do campeonato.

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  3. Obrigado pelo elogio, Renato! Neste Brasileirão as análises serão constantes aqui no blog. Abraços!

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