Cruzeiro repete erros e volta a perder, desta vez para o Grêmio


A expectativa da volta do Cruzeiro ao Independência era boa. Se nos últimos jogos faltou um finalizador, Borges estrearia e poderia resolver o problema. O primeiro lance do ex-jogador do Santos hoje, no jogo contra o Grêmio, deu à torcida a expectativa de que viria coisa boa. Uma bela cabeçada que parou nas mãos de Marcelo Grohe. Mas foi só. O início de uma pressão azul acabou no momento em que o Grêmio aproveitou as deficiências defensivas do Cruzeiro e praticamente matou o jogo no primeiro tempo, quando fez 2 a 0.

O Grêmio soube jogar nos erros do Cruzeiro e fez o que o rival Inter fez na semana passada: jogadas rápidas e envolventes pelas laterais, aproveitando a lentidão dos volantes. Se no Beira-Rio o Inter definiu o jogo pelo lado direito da defesa do Cruzeiro, hoje o Grêmio resolveu a parada em cima de Éverton e contando com a cobertura falha de Marcelo Oliveira. Foi dessa forma que o tricolor gaúcho fez os dois primeiros gols.

Mesmo com um jogador a mais - Werley foi expulso no primeiro tempo -, o Cruzeiro mostrou uma dificuldade incrível para criar. Montillo apareceu para o jogo, mas pouco produziu de prático. E mais uma vez não foi auxiliado por ninguém. Os volantes em nada ajudaram o argentino. Tinga mostrou disposição, mas foi pouco objetivo. Leandro Guerreiro e Marcelo Oliveira, lentos, deram espaço na defesa e não foram efetivos na ligação do meio com a defesa. No ataque, Borges sumiu e Wellington Paulista correu para todos os lados, mas foi mais um a pouco produzir. 

No segundo tempo apareceu outro problema azul: a falta de peças de reposição. Souza entrou  para auxiliar na criação, mas teve atuação apagada. Roth tirou Diego Renan e Éverton, mas não só as laterais continuaram com muito espaço como taticamente o time continuou perdido. Fabinho nada acrescentou e Anselmo Ramon participou de alguns lances, mas mais na base do desespero. A facilidade com que Souza (volante do Grêmio) construiu o terceiro gol da equipe gaúcha foi impressionante. Passou pelos volantes e zagueiros com uma tranquilidade que irritou a torcida.

O Cruzeiro precisa o quanto antes possível resolver as pendências. Ceará pode solucionar a lateral direita, enquanto o lado esquerdo ainda é uma incógnita. Difícil culpar Borges por apenas um jogo, a tendência é melhorar. Mas não dá para uma equipe com três volantes marcadores dar tanto espaço para os adversários jogarem. O time precisa se encorpar e, no Brasileirão, o tempo é muito curto para ficar lamentando derrotas. As mudanças têm que ser rápidas.


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