Atlético campeão e as lições para serem usadas no Brasileirão


Sim, ganhar um título é sempre importante. Time grande que se preze tem que ganhar o máximo que conseguir, independentemente do adversário da final e do peso de determinado torneio. Por isso, nada mais justo do que a torcida do Atlético festejar a conquista de seu 41º Campeonato Mineiro. A conquista, invicta, feito que o clube não conseguia desde 1976, aumenta  o ânimo de uma equipe que foi eliminada de forma bizarra do campeonato mais importante que disputou no primeiro semestre, a Copa do Brasil, mas ainda não garante um desempenho dos melhores no Brasileirão, que já começa na semana que vem. Títulos de porte que andam fazendo falta na sala de troféus e que vão selar de vez a união com a fanática torcida.


Jogadores festejam com a taça: resultado que pode dar ânimo no Brasileirão

Hoje, na partida final do Mineiro, vencida sem sustos diante do América, o Atlético fez o que dele se esperava contra o Goiás: matar o jogo na hora certa. No Brasileirão, serão muitos jogos nos quais a equipe vai precisar saber exatamente o momento de vencer seus adversários. E é essa transição da alegria do título de um torneio menor para o desafio de jogar um campeonato de ponta que deve ser muito bem feita.

O primeiro título conquistado no reformulado estádio Independência foi comemorado por uma equipe que ainda oscila em alguns momentos, mas que tem jogadores experientes e jovens talentosos que podem formar uma base competitiva para sonhar com vôos mais altos. O Atlético jogou hoje em um nível superior ao da primeira partida e contou com uma atuação abaixo da média do América que, mesmo jogando menos do que se esperava, foi prejudicado com a não marcação do pênalti de Bernard em China, quando o jogo ainda estava 0 a 0.


Torcida festeja o Mineiro, mas  expectativa mesmo é por um título maior

Um dos trunfos do Atlético foi a postura melhor da defesa, mais arrumada com dois zagueiros e com a melhor utilização dos laterais. Marcos Rocha fez o melhor dele, apoiando com qualidade, enquanto Richarlyson foi mais firme do que na semana passada e fez o básico, sem comprometer. Mais uma vez, o meio-campo mostrou alguns problemas que devem ser resolvidos. A saída de bola ainda é preocupante e nem sempre as jogadas chegam com qualidade aos meias. Meias, aliás, que pouco produziram. Danilinho, mais uma vez, sumiu do jogo, enquanto Mancini e Bernard deram mais opções não pelo meio, mas pelos lados do campo.


Serginho mostrou muita vontade e foi uma das peças 
mais importantes no jogo contra o América

Para funcionar a chegada de bola ao ataque, mais uma vez um atacante de origem resolveu o problema. Em 45 minutos, Guilherme foi fundamental. Recuou, armou e participou dos dois gols no primeiro tempo, que praticamente definiram o jogo. Se ele vai ser o camisa 10 para o Brasileiro, não sei, mas sua utilização deve ser bem pensada nessa função ou em uma composição bem feita com o ataque.


Base do time campeão precisa de reforços para sonhar com uma boa campanha no Brasileirão


O ânimo, que parecia tão longe do time em alguns jogos, voltou à tona hoje no Independência. A equipe mostrou mais vontade, vibrou e acuou o América. O meio-campo, por exemplo, foi raçudo e compensou suas fragilidades com raça, Serginho especialmente. O Coelho, mesmo bem organizado, mostrou pouco poder de decisão e não foi efetivo quando poderia complicar a partida, logo no início. Depois disso, o Galo controlou o jogo. O momento é de os atleticanos realmente comemorarem. Mas sempre com os olhos em conquistas maiores. 

Fotos: Bruno Cantini/Atlético

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