Henry, a volta para casa de um dos maiores atacantes do futebol mundial

Grandes esquadrões da história do futebol sempre estarão em debate entre os fãs do esporte. Alguns se lembrarão de alguns times pela quantidade de títulos conquistados, outros pela beleza do jogo, enquanto terão aqueles que falarão do número de craques reunidos em uma determinada equipe. Se limitarmos essa conversa aos anos 2000, é obrigatório que uma equipe formada pelo Arsenal esteja nesta lista. E quando um time execpcional é marcado na lembrança de todos pelo nome de um jogador, pode ter certeza que esse cara jogou demais. Quando alguém falar do Arsenal de 2002 a 2004, vai estar falando do Arsenal do Henry, que ganhou essa caricatura especial feita por André Fidusi.

O francês, que agora volta ao clube por empréstimo pelo curtíssimo período de dois meses, mudou a dimensão dos Gunners. Entre 1999 e 2007, Henry levou o clube a sete títulos, os últimos, aliás, conquistados pelo Arsenal. Foram duas Premier Leagues (2001/2002 e 2003/2004), três FA Cups (2001/2002, 2002/2003 e 2004/2005) e duas Community Shields (2002 e 2004). Foi com Henry que o Arsenal chegou mais perto da conquista da Champions League - foi vice em 2006, ao perder a final para o Barcelona.

Henry em sua chegada ao Arsenal, em 1999: aposta certeira de Wenger

No Arsenal, Henry mudou sua forma de jogar. Aposta de Arsène Wenger, que foi seu treinador nos tempos de Monaco. No clube do principado, Henry jogava mais pelos cantos do campo, assim como fez na Copa do Mundo de 1998, quando foi campeão mundial pela França. Após uma passagem ruim pela Juventus, onde fez apenas 3 gols em 20 jogos, Henry chegava ao Arsenal para ser aquele jogador que concluía as jogadas. Wenger não só acertou como fez de Henry o maior artilheiro da história do Arsenal, com 226 gols, deixando para trás a marca de Ian Wright, que também foi treinado por Wenger, e fez 185 tentos entre 1991 e 1998.

Na Inglaterra, ser capitão de uma equipe não é uma coisa qualquer. Henry foi um dos raros na história do clube e usou a faixa entre 2005 e 2007, logo após Vieira deixar o cargo. No estádio de Highbury, onde viveu momentos especiais, ficará para sempre marcado. Em 7 de maio de 2006, Henry fez três gols no último jogo do mítico estádio, na vitória do Arsenal por 4 a 2 sobre o Wigan, pelo Campeonato Inglês. No último deles, o derradeiro de Highbry, beijou o gramado, uma cena de arrepiar. Veja abaixo os três gols de Henry na partida:




Henry está na lista dos jogadores mais técnicos que vi jogar e um dos artilheiros mais cirúrgicos dos últimos tempos. Foi muito bem assessorado por times muito bem montados por Wenger, seu único técnico no Arsenal, mas pode assumir, sim, o papel de protagonista daquela geração dos Gunners, que chegou a ficar 49 jogos sem perder e foi campeão inglês de forma invicta em 2003/2004.

Seus prêmios individuais na Inglaterra também comprovam sua capacidade. Em 2003 e em 2004, foi o segundo melhor do mundo da Fifa, recebeu várias vezes o prêmio de Futebolista Inglês do Ano, ficou com a Chuteira de Ouro da Uefa em 2004 e em 2005. Foi artilheiro da Premier League quatro vezes. Ainda hoje, é o terceiro maior artilheiro da história da Premier League, com 174 gols, atrás de Andy Cole (189) e Alan Shearer (260). Nada mais justo do que a homenagem feita pelo Arsenal no mês passado, quando ganhou uma estátua em frente ao Emirates Stadium. Fãs do Arsenal também sabem da importância de Henry. Eles elegeram o jogador o maior de todos os tempos do clube em eleição recente.

Henry de volta e, desta vez, com a camisa 12

Como os fãs gunners gritaram a plenos pulmões nas últimas semanas, "Thierry is coming home". Para os fãs do Arsenal e do futebol inglês, a frase é mais do que verdadeira. Henry, claro, não é o mesmo de dez anos atrás, mas certamente será muito bacana vê-lo novamente com a camisa dos Gunners, mesmo que por dois meses.