Artigo para o jornal Tiempo Argentino sobre os reflexos do jogo entre Barcelona e Santos

Tive o prazer de atender nesta semana ao pedido do jornalista argentino Martin Seldes, do jornal Tiempo Argentino, de Buenos Aires, que gostaria de saber a opinião de um jornalista brasileiro sobre o duelo entre Neymar e Messi, como foi a expectativa para a partida e os reflexos da goleada sofrida pelo Santos diante do Barcelona na final do Mundial de Clubes, no último domingo. Pedido atendido. O artigo foi publicado na quarta-feira, dia 21, e reproduzo aqui a versão on-line do jornal argentino, assim como a minha versão original e o texto em espanhol que saiu na publicação do país vizinho.

Abaixo, o link com a publicação on-line do artigo:
http://tiempo.infonews.com/notas/no-sabiamos-que-era-tan-bueno

TEXTO ORIGINAL EM PORTUGUÊS:

A expectativa no Brasil era que, como o Internacional em 2006, o Santos criasse um esquema especial para a partida, derrotasse o Barcelona e que Neymar brilhasse. Os torcedores colocaram Neymar e Messi em um mesmo nível, lembrando mais do Messi da Seleção Argentina do que o espetacular jogador do Barça. Poucos se lembravam da diferença de experiência internacional acumulada por eles.

Não foi levado em conta que o Barça de 2011 é melhor do que o de 2006 e que não é apenas Messi, mas uma excepcional equipe, entrosada e base da Seleção Espanhola. O Santos é dependente de Neymar, que, sozinho, não conseguiu carregar o time como faz no Brasil, contra defesas mais frágeis. Após o jogo, a torcida se deu conta de que existe um abismo entre a técnica e a forma de jogo do clube espanhol e o atual estágio dos clubes brasileiros.

Messi, enfim, passou a ser visto pelos brasileiros pouco habituados a acompanhar jogos do Barcelona como um jogador excepcional, capaz de decidir partidas e levar a equipe a títulos expressivos. Neymar não passou a ser um mau jogador, mas ficou claro que ainda tem muito o que fazer para se equiparar a Messi.

Hoje, no Brasil, não se fala apenas de Messi, mas do trabalho de base do Barcelona, da qualidade e da forma como o time joga. O futebol bonito, que era quase uma exclusividade brasileira, tem outros representantes no planeta. Essa foi a lição dada pelo Barcelona no domingo.

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL, EM ESPANHOL

La expectativa en Brasil era que, como pasó con el Inter en 2006, el Santos crease un esquema especial para derrotar a Barcelona y permitir que Neymar brillara. Los torcedores colocaron a Messi y a Neymar en un mismo nivel, recordando más al Messi de la Argentina que al espectacular jugador del Barcelona. Pocos se acordaban de la diferencia de experiencia internacional entre los dos cracks.

No se tuvo en cuenta que el Barça de 2011 es mucho mejor que el de 2006 y que no es sólo Messi, sino un equipo excepcional, armado en torno a la base de la selección española. Santos, por su parte, dependía de Neymar, que solo no consiguió cargar a su equipo como sí lo logró en Brasil y en la Libertadores. Luego del juego, la torcida se dio cuenta de que existe un abismo entre la técnica y la forma de juego del club español y de la realidad de los clubes brasileños.

Messi pasó a ser visto por los brasileños, que no están tan acostumbrados a seguir los juegos del Barcelona, como un jugador excepcional, capaz de decidir partidos y guiar a su equipo a títulos relevantes. Neymar no pasó a ser un mal jugador ni mucho menos pero...

Hoy, en Brasil, no se habla de Messi, sino del trabajo de base del Barcelona, de la calidad y del estilo de juego del equipo. El fútbol bonito, que era casi exclusividad de Brasil, tiene otros representantes en el planeta. Esa fue la lección que nos dio Barcelona el domingo.