Apático, Cruzeiro perde na estreia de Mancini

Vágner Mancini estreou e deixou claro que ele não é o culpado pelo péssimo futebol apresentado pelo Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. A derrota de ontem em Porto Alegre, para o Grêmio, fez aumentar para oito jogos a série sem vitórias azuis no Brasileirão e, pior ainda, o que parecia ser impossível, já aconteceu: o Atlético-PR venceu e está a dois pontos do Cruzeiro, o primeiro time fora da zona do rebaixamento.

Éverton foi mal na marcação e pouco ajudou o time na criação

O que se viu no estádio Olímpico foi uma repetição dos últimos jogos. Um time sem vibração, entrosamento ou técnica, confuso e com graves dificuldades na ligação entre os setores da equipe. Essa falta de vibração, hoje, talvez seja o maior problema do Cruzeiro em relação aos seus rivais na luta contra o rebaixamento. Melhores ou piores tecnicamente, Bahia, Ceará, Atlético e Atlético-PR mostram mais gana para vencer do que o Cruzeiro. Isso já considerando que Avaí e América praticamente já deram adeus à Série A.

Os raros bons momentos da equipe mais uma vez saíram dos pés de Montillo, que não foi auxiliado ontem pelos companheiros. Jogou sozinho e com menos inspiração do que em outras partidas. Não dá para culpar o argentino, que contou com a sumiço de Roger, a falta de produtividade de Éverton e a fraglidade de Farías. Jogar sozinho é difícil.

Farías jogou isolado ontem e pouco participou do jogo

A marcação do Cruzeiro foi completamente envolvida pelo limitado time do Grêmio. A defesa, mal protegida pelos volantes Sandro Manoel e Charles, cansou de dar espaços para o time gaúcho. No primeiro gol, a jogada aconteceu, vejam só, dentro da área e com Edcarlos e Brandão. Léo e Victorino praticamente assistiram de camarote todo o lance.

No segundo gol, no início da etapa final, novamente muitos ficaram acompanhando Escudero receber a bola dentro da área e concluir com tranquilidade. Victorino, que fez a pior apresentação com a camisa azul, estava perdido novamente. Sem criatividade dos meias, com o apoio irregular dos laterais e uma marcação nada eficiente, o Cruzeiro só não tomou mais gols porque o atacante gremista era Brandão.

O péssimo returno, a proximidade da zona de rebaixamento e o elenco de baixo nível técnico são reflexos de um planejamento ruim da diretoria, que vendeu jogadores importantes e contratou outros de nível inferior para substitui-los. Os reservas do bom time do início do ano, que eram apenas razoáveis, não têm condições de serem titualres. E aqueles bons reservas já deixaram o clube, caso de Dudu. Colocar os garotos da base neste momento pode, ainda por cima, queimar os meninos, que pouco podem fazer.

O momento é de se apoiar nas peças-chave capazes de resolver partidas (Fábio, Victorino, Fabrício e Montillo) e dar o mínimo de sequência e conjunto a um time base. Atletas experientes como Wellington Paulista e Roger devem chamar a responsabilidade e colaborar para tentar salvar um final de campeonato que não será fácil para o Cruzeiro. O time tem que somar nos últimos 11 jogos entre 13 e 16 pontos para se livrar do rebaixamento. É possível, claro, mas tem que começar a realmente se ligar.

Veja abaixo a sequência de jogos do Cruzeiro até o final do Brasileiro. Além do clássico contra o Atlético, o Cruzeiro tem cinco partidas em casa, o que pode lhe valer 15 pontos, além de jogos contra adversários diretos fora de casa (Bahia e Ceará). Tem como se salvar, não tem como é continuar jogando dessa forma.

5/10 - São Paulo, na Arena do Jacaré
12/10 - Bahia, em Pituaçu
16/10 - Corinthians, na Arena do Jacaré
23/10 - Atlético-GO, na Arena do Jacaré
29/10 - Botafogo, no Engenhão
6/11 - Flamengo, no Engenhão
13/11 - Internacional, na Arena do Jacaré
17/11 - Avaí, na Ressacada
20/11 - Atlético-PR, na Arena do Jacaré
27/11 - Ceará, no Presidente Vargas
4/12 - Atlético-MG, na Arena do Jacaré

Fotos: Vinnicius Silva

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