Vitória de Joel em São Paulo



A tática de Joel Santana deu certo de novo. Muitos se assustaram, eu inclusive, quando Montillo entregou durante a semana que o Cruzeiro jogaria como time pequeno. Imaginei um congestionamento (para usar as palavras de Joel) como ele fez contra o Bahia, que é um time muito pior do que Corinthians. Se o Bahia criou muitas chances, imagine o Corinthians. Mas o jogo de ontem teve muitos diferenciais a favor do Cruzeiro.

Com cinco jogadores no meio-campo e nem todos marcadores, Joel conseguiu que Montillo e, especialmente, Roger, ajudassem na marcação. E teve outro jogador-chave, Fabrício, que marca bem e sabe sair jogando com categoria. Quando funcionou, como ontem, a ligação dos volantes com os meias, o time consegue marcar e ainda criar. E Joel ainda foi premiado com a qualidade de Wallyson, seu único atacante, que sempre deu opções de jogo, se movimentou muito bem e ainda foi muito feliz e inteligente ao marcar um golaço.

A estratégia deu certo também por causa da excelente atuação da dupla Gil e Naldo - este, inclusive, cresceu demais nos últimos jogos. Mesmo mais lentos, conseguiram segurar um ataque veloz e de troca de passes muito rápidos. No gol, a segurança habitual de Fábio ajuda a transmitir segurança para a defesa. O ponto baixo ficou com as laterais. Vítor ainda não consegue mostrar seu melhor futebol e Gilberto fez bobagem ao cometer uma falta tola no meio do campo. Everton, aplicado, seguiu muito bem as instruções de Joel e segurou a onda tanto no meio como quando foi para a lateral.

A tática de Joel, que, claro, não vai repetir isso contra o Atlético-GO deu certo. Mas é importante lembrar que, para dar certo e conseguir vencer um time igual ao do Corinthians, com a torcida a favor e taticamente muito certo, é preciso ter qualidade. E isso o Cruzeiro tem. No gol, na zaga, com a surpreendente regularidade de Gil, no meio, com Fabrício, na armação, com Montillo, e no ataque, com Wallyson. Com bons coadjuvantes, bem orientados e obedientes taticamente, podem render ao Cruzeiro um belo Campeonato Brasileiro. A questão, na minha opinião, são as peças de reposição. Os reservas estão a uma distância muito grande dos titulares. Em um torneio longo, isso pode pesar. Com os titulares, é inegável que Joel conseguiu, longe de jogar bonito, dar um rumo ao time.

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