Cruzeiro 2 x 0 Atlético e taça na Toca da Raposa



Na final mais disputada dos últimos tempos, o Cruzeiro fez 2 a 0 no Atlético, levou o Campeonato Mineiro e melhorou o astral da equipe, abalado desde as derrotas seguidas para o Once Caldas, pela Libertadores, e para o próprio Atlético, no jogo de ida das finais do Estadual. Nas últimas decisões entre os rivais, a decisão foi definida no primeiro jogo, com as goleadas de Atlético (4 a 0, em 2007) e Cruzeiro (5 a 0, em 2008 e em 2009). Em 2005, 2006 e 2010, o Ipatinga decidiu o título, vencendo um (2005, contra o Cruzeiro) e perdendo os outros dois, um para cada gigante mineiro. Mas final de qualidade, mesmo, tinha um tempo que Minas não via. Veja mais detalhes do clássico de ontem acima, na arte de Frederico Machado.

Ontem ficou claro que o Cruzeiro é um time com Wallyson e Thiago Ribeiro e outro, mais fraco, sem os dois - ou pelo menos um deles. A movimentação deles no ataque, variando as posições, usando e abusando da velocidade, facilita o trabalho de meias criativos e inteligentes como Gilberto e Roger. E foi no meio-campo que o Cruzeiro conseguiu vencer o Atlético. Do lado alvinegro, a bola pouco passou no meio-campo, peça chave na vitória do Atlético por 2 a 1 no jogo de ida. Fillipe Souto e Serginho saíram com menos qualidade e o jogo dos meias ficou prejudicado pelo excesso de chutões em direção ao ataque. Para lembrar como foi o primeiro jogo da decisão, clique aqui. O resultado é que, assim, o Atlético deu muito espaço no meio-campo, um perigo contra qualquer adversário, ainda mais quando o rival em questão tem jogadores habilidosos no setor e um ataque veloz. A quantidade de chances criadas pelo Cruzeiro, especialmente no segundo tempo, prova isso.

Do lado cruzeirense, os jogadores experientes apareceram quando o time mais precisou deles. Fábio, Victorino, Roger e Gilberto tiveram momentos decisivos e foram bem auxiliados pelos dois atacantes e pelo trabalho dos volantes azuis que, se não brilharam, foram eficientes e ajudaram muito na cobertura dos laterais. No Galo, se Réver e Leonardo Silva fizeram uma ótima partida, Mancini sumiu e nem foi de perto o líder que o time precisava. Richarlyson entrou mal e pouco acrescentou. E Magno Alves desperdiçou o gol do título. Em uma final, as chances são raras. Apareceu, tem que matar. Não matou, fez o adversário crescer e o castigo veio poucos minutos depois, na conclusão de Wallyson. A partir daí, o Cruzeiro administrou a vantagem e ampliou em um lance que Renan Ribeiro errou ao colocar apenas um jogador na barreira, matando, assim, as chances alvinegras.

Brasileirão à vista
A conquista do Campeonato Mineiro deve ser comemorada, pois é um título de uma competição que, infelizmente, toma muito tempo de trabalho dos clubes. Vale pela moral de vencer o maior rival, pela taça, etc., mas não pode tapar as falhas que existem dos dois lados. O nível de exigência do Estadual é baixíssimo, exceto os clássicos. Uma ótima campanha regional não significa uma bela campanha nacional. Ainda mais quando não tem tempo de preparação. No final de semana que vem começa o Campeonato Brasileiro.

O Cruzeiro tem um time mais pronto e entrosado. Mas vai precisar de reservas de melhor nível, especialmente no ataque. O nível de disputa do Brasileirão pode tirar de alguns jogos atletas mais velhos, como Gilberto, que deve ter um reserva melhor preparado. As laterais ainda são uma incógnita. Nem mesmo Cuca sabe bem quem são os titulares. Pablo tem limitações, Vítor ainda mal estreou, Éverton é mediano e Diego Renan quer sair. Reforços serão bem vindos na Toca. Dependendo de quem chegar, pode brigar pelo título.

O Atlético ainda está em formação, mas mostra qualidades que dão esperança aos torcedores. O meio-campo, apesar de ter jogado em um nível inferior ontem, mostrou evolução e ainda vai ganhar Dudu Cearense. Para mim, em boa forma, é titular. Renan Oliveira perderia a posição por causa de sua incostância. Bernard, Fillipe Soutto e Giovanni Augusto têm futuro. O ataque ganha Guilherme, que pode ser a solução para o setor. Mancini seria mais uma opção no meio-campo. Os laterais cresceram, mas precisam de reservas melhores. Assim como o rival, precisa de algumas peças, mas não terá um time esfacelado como em anos anteriores. Ontem ficou claro que faltou jogadores com poder de decisão no banco. Daniel Carvalho poderia até ser essa peça, mas nem ficou no banco. Para não ser usado, acho mais interessante ele deixar o clube, aliviar o caixa de seu salário alto e abrir espaço para outros atletas.

Comentários

  1. Frederico, quando confirmou a escalação do Thiago Ribeiro, já imaginava uma pressão azul, pois o Cruzeiro tem um time mais técnico.
    Renan Oliveira foi o grande erro da partida. O time perdeu a ofensividade de Bernard e voltou com os passes laterais de Renan.
    Fico preocupado com o meio do Galo sem um 10 e fico feliz por termos achado Soutto e Giovanni nesse campeonato.
    Abração.
    (se quiser enviar o texto sobre aquele assunto amanhã, estou à disposição...)
    Fael Lima

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  2. Thiago Gonçalves Martins16 de maio de 2011 às 15:31

    Em alguns jogos o Galo poderá vencer mesmo sem ter um camisa 10, mas quando pegar times fortes e bem entrosados aí sentiremos falta.O Galo precisa de um 10 que resolva, pois através dele o Galo ficará forte e evoluirá o futebol da garotada.

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  3. Dorival errou feio nas substituições do intervalo. Matou o jogo ali.

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