Triste história do clássico de uma torcida só



Se tem algo que valoriza um clássico são as torcidas de dois rivais. A história de rivalidade (sadia, em campo, em paz, sem violência) é construida exatamente pelos fãs, que contam os minutos para enfrentar o adversário. Sem falar que, para muitos, vencer o clássico é mais importante que levantar a taça no final do campeonato. Portanto, não consigo engolir o fato de que teremos amanhã o terceiro Atlético x Cruzeiro apenas com torcedores de um dos dois maiores clubes de Minas.

O fato é que muitos estão pagando pela estupidez de poucos. O torcedor comum, aquele que não gosta de perder nenhum jogo de seu clube e vai ao estádio para torcer e vibrar, está impedido de entrar em um estádio, examente na partida que mais valoriza, porque alguns imbecis não sabem se comportar. Essa turma que vai para um estádio com outras ideias na cabeça e incita a violência amedronta aqueles que querem apenas ver uma partida de futebol. E amedrontam também as autoridades que preferem tirar do estádio a turma que estaria lá para fazer o que se deve fazer em um estádio: torcer.

A impunidade que cerca as atitudes idiotas e a violência nos estádios é a maior culpada por esse absurdo. A partir do momento em que os causadores de encrenca começarem a ser efetivamente punidos (presos, banidos dos estádios, enviados para a Conchinchina, etc.) as coisas vão mudar. Para aqueles que estão lá com a intenção de fazer bobagem, a facilidade com que podem repetir o ato violento e/ou criminoso sem serem punidos é a senha para mais ações estúpidas.

Não vou comparar aqui a Arena do Jacaré com as modernas arenas europeias, que recebem duas torcidas e que punem com rigor quem faz bobagem. Apenas gostaria de que, como em qualquer outro lugar do mundo, se adaptasse para receber duas torcidas. Limite de ingressos, divisa reforçada, policiamento reforçado na estrada para Sete Lagoas, bilhetes mais caros, etc. Qualquer coisa, mas clássico de uma torcida só é triste.

Os times
O clássico de amanhã tende a ser um dos mais equilibrados do ano. As duas equipes ainda estão em formação e não tem um favorito destacado. O Cruzeiro levaria uma mínima vantagem por ter uma equipe que joga junto há mais tempo. Alguns desfalques atleticanos também podem fazer falta, especialmente Richarlyson, o melhor do meio-campo alvinegro. Sem Réver, a perda é ainda maior. Do lado azul, Pablo ainda é uma incógnita e o meio-campo ainda não é o que será titular na temporada. Por outro lado, dois grandes goleiros, jogadores que costumam marcar em clássicos (Magno Alves, Diego Tardelli, Wellington Paulista, Thiago Ribeiro) e meias que podem decidir jogos (Ricardinho, Montillo). Bons motivos não faltam para ser mais um grande clássico, que, se na prática não vale muito para o restante do campeonato, põe em jogo a rivalidade histórica, a moral reforçada para o vencedor e uma dor de cabeça para o derrotado. Pena que só vai ter uma torcida...

Nos demais jogos, ofuscados pelo clássico, destaco duas partidas: a do líder Guarani, que pode manter o embalo contra o irregular Uberaba, em casa, e o confronto entre América, em ascensão, e Ipatinga, em má fase. Tupi x Democrata e Funorte x Villa Nova são jogos equilibrados, entre equipes que ainda não arrancaram no torneio. Em Teófilo Otoni, o América é favorito para se aproximar do topo, pois pega a lanterna Caldense.

Comentários

  1. Bem pertinentes os comentários, Fred. Acredito que o Atlético estará um pouco mais focado, eqto o Cruzeiro já estará ligado na Libertadores.
    Guarani e América também devem se dar bem.
    Abraço.
    @RuyMorato

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