FA Cup, um exemplo a ser seguido pelo Brasil

Mais do que o charme de ser o torneio de futebol mais antigo do mundo, criado em 1871, a Copa da Inglaterra, a FA Cup, é capaz de reunir clubes de todos os níveis e proporcionar encontros e resultados surpreendentes, como a vitória do Stevenage, 15º colocado da League Two, a quarta divisão inglesa, por 3 a 1 sobre o Newcastle (na foto acima, do site oficial do Newcastle - www.nufc.co.uk), sábado. Mais do que tradicional, a competição é democrática e tem muitos exemplos a serem seguidos, especialmente na Copa do Brasil.

A Copa do Brasil poderia, sim, colocar clubes de todas as divisões nacionais e até mesmo estaduais (o recorde da FA Cup foram 761 clubes em 2008/2009). Os clubes das principais divisões entram em fases posteriores. Me agrada também o fato de os jogos serem definidos por sorteio. No último final de semana, por exemplo, o Manchester United encarou o Liverpool. Acontece. O Newcastle deve ter comemorado o fato de jogar contra o Stevenage....

Outra questão interessante é a decisão da vaga sempre acontecer em jogo único (em caso de empate, acontece um replay, com mando invertido e com prorrogação e pênaltis, se necessário). Isso evita retrancas e agrega emoção à disputa. Sem falar no fato de que a decisão em campo neutro (no caso inglês, em Wembley) e também em jogo único, o que agrega vários fatores, especialmente os comerciais, de promoção da partida. Além disso, confrontos eliminatórios definidos em uma partida são uma benção para o calendário apertado.

A Copa do Brasil é um torneio interessante, mas que exclui muitos clubes, comete o absurdo de impedir que o campeão defenda seu título e deixa de fora a turma que joga a Libertadores. Uma bobagem. Pergunte a qualquer torcedor do Santos se ele não queria jogar a competição neste ano e lutar pelo bi. Tirar datas dos estaduais ninguém quer, né? Bons exemplos devem ser seguidos e a FA Cup tem muitas situações a serem analisadas e que poderiam ser adaptadas no Brasil.