Como entender a divisão dos grupos da Libertadores

Sorteio é algo que, em se tratando de competições esportivas, pode resultar em desequilíbrio e até mesmo em algumas injustiças. Isso é normal, desde que os cabeças de chave sejam escolhidos antes com critério. Coisa que não existe quando se trata da Copa Libertadores. Eu ainda não consegui entender como a Conmebol conseguiu fazer algumas proezas na divisão dos grupos para a competição do ano que vem. A única explicação é política, não vejo nada mais que possa explicar. Vamos aos fatos:

O grupo 3 é formado por Argentinos Juniors, campeão argentino do primeiro semestre, Fluminense, campeão brasileiro, Nacional, vice campeão uruguaio no primeiro semestre, e pelo sempre forte América do México.

O grupo 7, por sua vez, reunirá o próximo campeão argentino (Estudiantes ou Vélez), o vice-campeão brasileiro, o Cruzeiro, o paraguaio Guaraní e ganhará, provavelmente, o terceiro colocado no Brasileirão, o Corinthians, que enfrenta um time colombiano na fase preliminar. O classificado desse confronto entra no grupo.

Só para contrabalancear, vejam o grupo 1: começa com um "fortíssimo" representante peruano (San Martín ou León), tem o Libertad (Paraguai), o San Luís (México) e uma equipe da Colômbia a ser definida. Não ficaram satisfeitos? Tem o grupo 2, com Junior Barranquilla (Colômbia), Oriente Petrolero (Bolívia), um dos dois peruanos citados acima e, possivelmente, o Grêmio, favorito no confronto preliminar contra o Liverpool (Uruguai).

São alguns exemplos apenas para mostrar o tanto que a formatação é desequilibrada, política, injusta e desordenada. A competição já não tem um nível dos mais elevados e logo de cara alguns times de peso vão ficar pelo caminho. Sem falar que dará força àqueles favorecidos por terem caído em grupos mais fracos, que devem pontuar mais e entrar com a vantagem de decidir em casa na segunda fase. Não acho que ninguém deve ser favorecido, mas um pouco de inteligência e um pouquinho a menos de política poderiam tornar a Libertadores um campeonato bem mais atrativo. Definitvamente, a lição da Champions League não foi aprendida.

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