Maracanã: lindo, mas com problemas


Estive no Rio de Janeiro no final de semana e não pude perder a oportunidade de acompanhar, in loco, o jogo mais interessante da rodada, o clássico entre Vasco e Fluminense. Um espetáculo maravilhoso foi proporcionado pela torcida e só mesmo quem for de pedra passa incólume a um estádio lotado em um dia de clássico. Mais de 80 mil pessoas no Maracanã, um festival de papel picado, bandeiras, mosaicos e afins. Até aí, uma maravilha, sem falar do jogo em si, aberto, disputado, com alternâncias de placar e tudo o mais. Aliás, continuo achando que vai ser difícil tirar o título do Fluminense.

Mas como nada é perfeito, dos 80 mil presentes, apenas 66 mil pagaram ingresso e ainda não me explicaram como 14 mil entraram de graça. Sem falar nos novos artigos impostos pelo Estatuto do Torcedor que não foram respeitados, como a ação de cambistas. Estacionar um carro nos arredores do estádio também é uma arte. Flanelinhas para tudo o quanto é lado, carros ocupando calçadas e tudo o mais que se pode imaginar. As bebidas alcóolicas, que são proibidas no estádio e em seus arredores, podiam ser encontradas com tranquilidade nas rampas de acesso às arquibancadas logo após o jogo (o que os ambulantes estavam fazendo ali?). E, pior, para o torcedor comum sair do estádio, uma fila imensa, andando a passos de tartaruga, irritou todos os presentes.

Ainda é lindo ver o Maracanã lotado, em um clássico e com a torcida, ao contrário de outros lugares, livre para balançar suas bandeiras, jogar papel picado e afins, mas o que eu vi comprova o fato de que ainda estamos muito longe de um nível de organização para quem vai receber a Copa do Mundo.

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