O Botafogo, que estreia hoje na fase de grupos da Libertadores, já superou dois grandes desafios para chegar onde está. Quinto colocado no Brasileirão de 2016, o clube teve logo de cara duas missões indigestas: Colo-Colo e Olimpia, dois campeões continentais em jogos eliminatórios. E as duas decisões foram fora de casa. Contra os chilenos, uma vitória magra em casa (2 a 1) e um sofrido empate em 1 a 1 em Santiago. Contra os paraguaios, a classificação foi mais dramática. Como fez 1 a 0 no estádio Nilton Santos, precisava de apenas um empate em Assunção. A derrota por 1 a 0 levou a decisão para os pênaltis, quando brilhou a estrela do goleiro Gatito Fernández.
As disputas deram um pouco mais de cancha para o Botafogo, que mostrou ser uma equipe organizada taticamente. Aliás, continua em evolução desde o segundo turno do Campeonato Brasileiro, sob o comando do técnico Jair Ventura, que transformou um time que frequentava a zona de rebaixamento a um membro do seleto grupo que disputa a Copa Libertadores. E o grupo 1 também não é nada fácil. Tem o atual campeão, o Atlético Nacional (Colômbia), um tetracampeão, o Estudiantes (Argentina) e o Barcelona, do Equador, que foi vice-campeão do torneio. Mais uma pedreira para o Botafogo.
Veja abaixo os lances do jogo contra o Olimpia, que classificou o Botafogo para a fase de grupos:
Elenco
Sem grandes estrelas, com jogadores rodados no elenco e o aproveitamento de jovens atletas, o Botafogo surpreendeu no Brasileiro ao conseguir uma vaga na Libertadores. Para 2017, manteve a base e se reforçou pontualmente, com destaque para o meia argentino Montillo. Outros jogadores experientes chegaram, como o atacante Roger, titular neste início de temporada.
Com o meia Camilo em boa fase, a segurança do volante Aírton e o bom momento do atacante Rodrigo Pimpão, o Botafogo apresenta um futebol compacto que pode dar resultados nesta fase de grupos. Pedreiras não faltam e as peças de reposição não estão à altura, mas sem alarde, o clube pode chegar às oitavas.
Histórico na Libertadores
O Botafogo disputou apenas quatro edições da Libertadores. Nas duas primeiras participações, fez suas melhores campanhas, chegando à fase semifinal em 1963 e em 1973. Depois, só voltou à competição em 1996 e caiu logo nas oitavas de final. A última participação foi bem discreta. Em 2014, não passou da fase de grupos.
O clube, porém, tem uma conquista continental - foi campeão da extinta Copa Conmebol em 1993. Na Copa Sul-Americana, sucessora da Conmebol, chegou duas vezes às quartas de final (2008 e 2009). Em 1994, foi vice-campeão da Recopa.
Os adversários estrangeiros
Estudiantes
Terceiro colocado no último Campeonato Argentino e tetracampeão da Libertadores, o Estudiantes é o atual quarto colocado na competição nacional. Já participou de 13 edições da Libertadores e tem como maior destaque seu presidente. Isso mesmo. Juan Sebastián Verón é presidente do clube e, aos 42 anos, vai entrar em campo (hoje, contra o Botafogo, está suspenso). Um jogador que merece atenção é o atacante Lucas Viatri, que defendeu o Boca durante cinco anos.
Atlético Nacional
Atual campeão da Libertadores, o Atlético Nacional (que também venceu o torneio em 1989) perdeu vários jogadores que brilharam nos últimos anos, como Guerra, Borja e Berrío. Ainda mantém, porém, atletas que formaram a base do time campeão, como o zagueiro Bocanegra e o atacante Ibarguen. Entre as novidades do ano, o volante Valencia, ex-Fluminense e Santos. É o vice-líder do Campeonato Colombiano.
Barcelona
Campeão equatoriano, o Barcelona, de Guayaquil, é atual quinto colocado do torneio nacional. Já disputou nada menos que 23 edições da Libertadores e foi vice-campeão em 1990 e em 1998. Seu maior destaque é o meia Matías Oyola, capitão do time e com passagens por River Plate e Independiente da Argentina. Entre as novidades para a temporada, o atacante argentino Ariel, ex-Internacional.
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