Empate em casa prova que Galo ainda precisa estrear em 2014



Após quatro jogos na Copa Libertadores deste ano, mesmo com a liderança do grupo, o Atlético ainda não convenceu. Se nos primeiros jogos, duas importantes e sofridas vitórias contra Zamora e Independiente Santa Fé, a falta de ritmo de um início de temporada e a adaptação do time ao novo treinador, Paulo Autuori, ainda eram assuntos debatidos para justificar a produção abaixo do esperado de um time repleto de ótimos jogadores, o empate de ontem contra o Nacional do Paraguai deu a impressão que o time está muito longe de engrenar.

Ronaldinho protagonizou lances de efeito, mas foi pouco eficiente


O palco era o ideal, o temível Independência, onde o time tem um aproveitamento avassalador. O clima criado pela torcida também foi ótimo. Mais gente no estádio do que na partida contra o Santa Fé e muito mais empolgação, sem falar no apoio incondicional até mesmo nos momentos em que o time errou, como no pênalti perdido por Ronaldinho Gaúcho e no gol do time paraguaio. Ainda assim, o reflexo no campo não foi o melhor.

O time correu riscos a maior parte do jogo. Deixou espaços demais entre os setores da equipe, o que dificultava a troca de passes e a marcação. De quebra, a bola pouco chegou a Jô e chutes a gol foram poucos e ou fracos ou sem direção - um time com o poder de fogo do Atlético não pode ser tão ineficiente ou criar tão poucos lances em uma partida. Não soube como se livrar da marcação do time paraguaio, mesmo tendo jogadores de inegável capacidade técnica. E o pior, quase complicou ainda mais a situação ao se expor de maneira desordenada no segundo tempo, quando Marcos Rocha jogou como líbero, zagueiro e volante ao mesmo tempo, sozinho diante dos contra-ataques do Nacional. Se o empate era ruim, a derrota seria um desastre.

Berola: pouco eficiente quando atua durante quase todo o jogo


O momento ainda é de acertos e faltam dois jogos para terminar a primeira fase da Libertadores. Os erros de ontem devem servir de lição e como combustível para uma mudança de postura nos próximos jogos. Problemas não faltaram. Vamos a alguns deles: a meu ver, uma apatia e uma falta de vibração que são irritantes e evidentes; jogadores-chave, como Ronaldinho e Tardelli, em vários momentos do jogo, sumiram ou pouco participaram; erros de posicionamento e passe; falta de um lateral-esquerdo de ofício; distância entre os setores da equipe, o que dá um amplo espaço para o adversário trabalhar as jogadas; opções reduzidas no banco de reservas para mudar a partida, técnica e taticamente. 

O maior desafio hoje do Galo é retomar a vibração e a energia daquele time que empolgou no início de 2013. Com tantos jogadores de alto nível em campo, a chance de, focados e com gana de vencer, o time pode sonhar em ir mais longe nesta temporada. Com todos bem e querendo vencer, as deficiências diminuem e muito. Resta saber quando é que essa chave vai ser virada.

Fotos: Bruno Cantini/ Clube Atlético Mineiro

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