A torcida acreditou, apoiou e apitou. E pensou que seria mais tranquilo quando Bernard abriu o placar logo aos 3 minutos de jogo contra o Newell's Old Boys. E jamais imaginaria que a classificação do Atlético para a final da Copa Libertadores viesse de uma forma tão sofrida, nos pênaltis, depois de paralisações, segundo gol a menos de dez minutos do fim, cobranças desperdiçadas e uma defesa decisiva de Victor, goleiro que já entrou para a lista dos maiores que defenderam o clube. O fato é que o Galo está a apenas dois jogos não apenas de conquistar o maior título de sua história, como também mudar de patamar com a mais importante taça continental em sua sala de troféus. Vai encarar o Olimpia, tricampeão da Libertadores, acostumado a decisões deste tipo e um adversário difícil de ser batido.
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Victor, mais uma vez herói |
A mística do caldeirão do Horto funcionou mais uma vez. E o fato de jogar no Independência certamente funcionou como uma injeção de ânimo para os jogadores atleticanos. Com a partida de ontem, o Atlético completou a incrível marca de 29 vitórias e nove empates em 38 jogos no estádio do Horto desde sua reinuaguração em abril do ano passado. Como mandante, incluindo jogos no Mineirão e na Arena do Jacaré, a marca é ainda mais impressionante, 53 jogos invicto (43 vitórias e dez empates).
O cenário, portanto, estava pronto. E quem tinha que resolver, resolveu. Ronaldinho deu um passe milimétrico e Bernard fez o que não tinha feito na Argentina, quando também ficou cara a cara com Guzmán: bateu direto para o gol e fez 1 a 0, com 3 minutos. A empolgação foi acrescida de muita vontade e disposição dos jogadores, o que nem sempre se revertia em boas jogadas. Ronaldinho, bem marcado, sumiu no jogo, e o Galo insistiu com chutões e tentativas de ligação direta que raramente funcionavam. No primeiro tempo, o time teve muito mais posse de bola e teve até chancea de matar a partida, em lances de Bernard e Josué, ambos defendidos por Guzmán. Quando colocou a bola no chão, foi mais prático. E essa opção, de pé em pé, foi usada pelo Newell's em seus melhores momentos, como no momento em que Victor defendeu um chute de Máxi Rodríguez aos 27 minutos.
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Jogadores festejaram e torcida demorou a arredar o pé do Independência |
No segundo tempo, a marcação sob pressão do Atlético continuou, mas, no início desta etapa, o Newell's tentou sair mais para o jogo e teve um lance incrível, quando dois jogadores trombaram cara a cara com Victor, aos 9 minutos. Com o passar do tempo, o cansaço por tanta entrega apareceu e o Galo demonstrou alguns sinais de nervosismo, com erros de passes e cobranças de escanteio erradas. A tensão da torcida, angustiada com paralisações que já haviam ocorrido no primeiro tempo, motivadas por contusões de Heinze e Guzmán, foi chegando ao limite quando o jogo parou de novo, por queda na iluminação. O relógio começava a ser protagonista quando Luan, Alecsandro e Guilherme entraram em campo. O contestado Guilherme teve uma chance aos 48 minutos (37 se não contar a paralisação) e chutou fraco. O zum-zum-zum das críticas foi silenciado dois minutos depois quando Mateo, sozinho, rebateu nos pés de Guilherme uma bola que foi parar com precisão nas redes.
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Guilherme e Cuca vibram: aposta certeira do técnico |
O 2 a 0 levava a decisão para os pênaltis e mais tensão pairou no ar. E o medo de arriscar no final e levar um gol que significaria a eliminação? Sofrimento, unhas comidas e gente que preferiu nem ver as cobranças. O apoio da torcida continuou. Alecsandro e Guilherme fizeram, Scocco e Vergini também. E aí Jô errou, virou candidato a vilão. Casco salvou o atacante e chutou por cima. Richarlyson vestiu a fantasia de vilão e bateu de maneira bizarra seu pênalti. Parecia que a eliminação estava por perto. Mas Cruzado errou, Ronaldinho converteu comj tranquilidade e o craque do adversário, Máxi Rodríguez, foi parado por Victor.
A comemoração da torcida contagiou os jogadores e os atletas contagiaram a torcida com a festa pela classificação. Interação fundamental que colocou o Atlético na decisão da Libertadores. O passo mais longo de sua história de 105 anos. História que tem sido escrita nessa competição em um roteiro emocionante. O passo mais longo é também o maior. Aquele que pode, definitivamente, mudar a história.
Fotos Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro Confira a campanha do Atlético na visão do blog
Primeira fase
Atlético 2 x 1 São Paulo
Arsenal 2 x 5 Atlético
Atlético 2 x 1 The Strongest
The Strongest 1 x 2 Atlético
Atlético 5 x 2 Arsenal
São Paulo 2 x 0 Atlético
Oitavas de final
São Paulo 1 x 2 Atlético
Atlético 4 x 1 São Paulo
Quartas de final
Tijuana 2 x 2 Atlético
Atlético 1 x 1 Tijuana
Semifinal
Newell's Old Boys 2 x 0 Atlético
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