Em jogo histórico, Atlético chega à semifinal da Libertadores


O Atlético deu à torcida sua maior emoção até agora na Copa Libertadores exatamente no dia em que apresentou seu pior futebol na competição. Em casa, em clima de festa, no novo estádio Independência, onde nunca perdeu, até um empate em 1 a 1 contra os mexicanos do Tijuana classificaria o time para a semifinal da competição. O resultado aconteceu, 1 a 1, o time está entre os quatro melhores do torneio, mas passou por todos os problemas possíveis para chegar lá. Jogou mal, correu riscos e mais riscos e foi salvo em dois momentos decisivos por Victor, o mais espetacular deles aos 48 minutos do segundo tempo, quando o goleiro defendeu com os pés uma cobrança de pênalti de Riascos. A defesa do goleiro é, desde já, um dos dos momentos históricos do clube. A reação da torcida, eufórica, aos prantos e incrédula, também já está na lista.


Victor festeja: atuação épica


O Tijuana deu provas desde o início do jogo que causaria problemas para o Atlético. Os mexicanos roubaram a bola na saída da partida e arriscaram um chute a gol com menos de um minuto de jogo - lance que Victor espalmou para escanteio. Marcando o Galo sob pressão, marcando as principais jogadas do time mineiro, trocando passes com qualidade e se fechando de forma compacta, o Tijuana deixou a torcida atleticana com uma pulga atrás da orelha.

O início preocupante do Atlético, pouco efetivo, bem marcado e sem alternativas de jogo ficou evidenciado aos 25 minutos, quando o Tijuana encaixou um contra-ataque que terminou com o gol de Riascos. Nitidamente, o nervosismo tomou conta do Galo, nervos potencializados pela natural catimba protagonizada pelos mexicanos, que faziam seu papel com precisão. A torcida passou 16 minutos apreensiva até, em um lance típico deste time atleticano, empatar o jogo. Aos 41, Ronaldinho cobrou falta na área e Réver tocou para as redes. O time saiu do sufoco, esboçou uma reação, começou a tentar colocar a bola no chão e trocar passes, dando a impressão de que teria um segundo tempo mais tranquilo.

Quem pensava em tranquilidade, se enganou. O Tijuana continuou tocando a bola, mostrando calma e sabendo como anular as jogadas do Galo. Ronaldinho, Jô e Bernard foram muito bem marcados, enquanto Tardelli se movimentou para encontrar espaços que não apareciam. Pierre e Leandro Donizete se superavam na marcação, dando chutões e se desdobrando para cobrir os espaços dados pelo Atlético. Aos 24 minutos, em um lance que comprovou o nervosismo atleticano, Réver e Richarlyson literalmente bateram cabeça e Victor ficou cara a cara com dois atacantes mexicanos, saindo nos pés de Martínez para salvar de forma espetacular o Galo.

Réver fez o gol que valeu a classificação, mas foi infantil ao ser expulso

A tensão se instalou de vez a partir de então. Faltou ao Galo tranquilidade para colocar a bola no chão, gastar o tempo e fazer valer a vantagem que tinha, a do 1 a 1. Ao contrário, deu mais espaço ainda, viu o Tijuana chegar perto do segundo gol aos 29 minutos, em uma cabeçada que passou muito perto, e viu Arce cobrar uma falta na trave aos 35. O drama continuou pontuado por chutões, erros de passes e intranquilidade, como a de Luan, que não soube concluir, aos 43 minutos, uma rara chance alvinegra. Em mais uma bobeira, aos 46 minutos, erros de passes no ataque resultaram em um chutão que terminou em pênalti para o Tijuana.  Victor defendeu aos 48 minutos, virou herói, comprovou a importância de um bom time ter um goleiro confiável e causou uma verdadeira comoção no estádio Independência, com muitas pessoas chorando, várias outras atônitas, algumas ajoelhadas agradecendo aos céus a classificação, que também começou a ser construída em um jogo sofrido, o 2 a 2 do jogo de ida no México.

Torcida fez festa, apoiou, sofreu e festejou
(e muitos disseram que jamais vão usar as famosas máscaras...)


O Atlético chega pela segunda vez às semifinais. A primeira foi em 1978 (confira a história no link abaixo), quando eram formados dois grupos de três times. Vai enfrentar o bom time do Newell´s Old Boys, com o primeiro jogo em Rosário, em julho e sem Réver, expulso de maneira tola após o fim do jogo ao falar alguma bobagem para o juiz Patric Polic, do Chile. A pausa para a Copa das Confederações pode até ser benéfica. O Galo precisa se concentrar para evitar apagões como os de ontem, pensar em alternativas de jogo para saber se livrar de marcações muito bem feitas como a exercida pelo Tijuana, não cair em provocações e catimbas tão comuns à competição e, o principal, jogar. Quando o time coloca em prática seu futebol de velocidade e marcação eficiente, é um adversário difícil de ser batido.


Fotos: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Comentários

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