Vitória do Galo em Goiânia bateu na trave


Quando o líder disparado do campeonato enfrenta o lanterna, a expectativa é óbvia: vencer e, ainda se possível, melhorar o saldo. Esse era o cenário que o Atlético imaginou antes de entrar em campo ontem contra o Atlético-GO, no Serra Dourada. E se pensar que desde os 20 minutos do primeiro tempo o Galo ainda ficou com um jogador a mais... Na prática, o líder fez o que dele se esperava: pressionou, criou várias chances de gol, colocou o lanterna preso em seu campo, mas não venceu. Pela superioridade, o 1 a 1 foi decepcionante. Nenhuma tragédia, mas dois pontos que dariam ainda mais folga para o Galo na liderança.

O Atlético continua com três pontos a mais que o vice, o Fluminense, que também empatou ontem, e ainda tem um jogo a menos. Se o Vasco vencer hoje o Coritiba, a diferença para o segundo colocado pode cair para dois pontos. Situação ainda confortável, mas lições precisam ser tiradas do empate de ontem.

Nitidamente o Galo começou o jogo dando a impressão de que venceria quando quisesse o Atlético-GO. E uma desatenção da marcação na intermediária permitiu que o time goiano chegasse ao seu gol, um chute de fora da área em que Ernandes pegou Victor desprevenido. O time mineiro, como fez em todo o Brasileirão até agora, não se desesperou, tocou a bola e criou chances claríssimas de marcar, com Jô e Guilherme, mas quem empatou o jogo foi Bernard, de cabeça, em um bom lance de Leandro Donizete. Ainda no primeiro tempo, o Atlético-GO teve uma chance clara, cara a cara com Victor, antes de recuar e passar a se defender.

O segundo tempo foi um jogo de ataque contra defesa e Cuca ainda reforçou o setor ofensivo colocando Escudero no lugar de Leandro Donizete. Os outros jogadores que entraram, Carlos César e Richarlyson, nada acrescentaram. Ainda assim, a bola continuou chegando ao ataque e, em nenhum momento, o time deixou de ter tranquilidade para criar jogadas. Faltou um capricho maior nas definições. Algumas, como as bolas na trave, foram puro azar. Outras, chances, porém, mereciam um cuidado maior naquele toque final. Jô faz um ótimo Brasileirão, mas desperdiça muitas chances. Talvez, nesse jogo de ontem, o ideal fosse ter um outro jogador de área para forçar ainda mais o Atlético-GO.

Por mais que a expectativa fosse outra, um empate fora de casa não deixa de ser um bom resultado, o Galo fez uma boa partida, não no nível de outras apresentações, mas provou que, mesmo em um dia abaixo da média, criou inúmeras chances, dominou o rival e teve controle do jogo. Sob controle. Nada para se preocupar, a não ser melhorar as conclusões.

Comentários

  1. Parabéns pelas analises sempre coerentes!
    A campanha do galo é extraordinária,só que ainda estamos no primeiro turno.Confio plenamente  
    no elenco,comissão técnica,diretoria e principalmente na    torcida para a conquista do título. Mas para isso acontecer,os
    erros cometidos pelo galo contra o Atlético GO,não poderão se repetir:
    1-O time líder, não pode respeitar tanto o lanterna ao ponto de não relacionar nenhum atacante para o banco.Isso aumenta a confiança do adversário.Atacante precisa de uma sombra o tempo todo para não se acomodar.Por isso o ataque perdeu tantos gols.O jogador mais ofensivo no banco era o Escudero,que é um meia.O Cuca levou o Leleu e o Paulo Henrique, cortou os dois do banco mesmo sabendo que o Guilherme ainda não está 100% fisicamente,e relacionou Carlos César,Richarlyson,Serginho e Felipe Soutto.São 4 jogadores que podem executar as mesmas funções.Com tantos cruzamentos na área,o Paulo Henrique seria muito útil.No jogo contra o Bahia,foi uma ocasião muito parecida,e ele foi muito bem.Se o Cuca não confia nele,não deveria ter liberado o André.Tem que encontrar urgente uma sombra para o Jô.O time já acostumou a jogar com um pivô,fazendo a parede e brigando com a zaga adversária.Temos quase nada de opções disponíveis no mercado,talvez o Souza do Bahia ou Marcão do Atlético Pr.
    2-O Pierre é o Pitbull,tem sido impecável e dado muitas alegrias!Mas no gol,ele e o Victor não foram bem.O chute foi em sua direção,dava para interceptar,mas preferiu se abaixar.Claro que isso atrapalhou um pouco o Victor,mas a bola foi quase no meio do gol, e ele demorou pra saltar.
    3-Com a entrada do Richarlyson,o time ficou muito embolado no lado esquerdo,com o próprio,Ronaldinho,Escudero, e as vezes o Bernard,todos jogando quase na mesma faixa de campo.
    O Serginho tinha melhores condições para executar a função que o Cuca delegou ao Carlos César.O Serginho tem jogado,o Carlos César não,e o ritmo de jogo faz muita diferença.
    Abraço!

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  2. Obrigado pelo elogio, Reinaldo! Concordo com suas opiniões sobre a escolha do banco e sobre as entradas de Richarlyson e Carlos César. Bem pontuais. Abraços!

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  3. Olha compreendo que perdemos dois pontos, mas acho que pesou o espírito do Serra Dourada, acredito nessas coisas… É um local nefasto para nossa história e há males que são duros de serem virados. Não vejo outro campo que mais nos atormenta no atual campeonato. Os fantasmas que lá moram não gostam do GALO. Pergunto-me se uma daquelas mil bolas em outro palco não teria entrado, acredito que sim, em outros ares um sopro de bondade nos teria tocado.
    Pensem bem, se há uma porta do inferno para o atleticano, essa seria o Serra Dourada.
    Pensando no futuro, o jogo demonstrou uma situação interessante: vários times jogaram na defensiva contra o GALO, mas o ATL/GO foi o 1º a abdicar-se de atacar. Isso para não atrapalhar a recomposição da defesa, o que permitira ao GALO usar sua velocidade – vide os jogos contra Vasco/Coritiba/Inter. Assim, vimos um jogo de linha contra defesa que o time não estava habituado a jogar e não sabia como resolver esse problema.
    Penso que se o GALO continuar a assustar os adversários (Deus assim o quererá) essa situação será recorrente. Caberá ao CUCA, assim que a semana o permitir, treinar tal situação de jogo e mostrar aos jogadores os caminhos para a vitória. Veja que o próprio Cuca ficou perdido, pois ao retirar o Donizete o time desmontou sua estrutura tática e, inclusive, diminuiu sua força de ataque.
    SDS alvinegras,
    Com Deus e com o Galo, por toda a eternidade!
    @marceguto

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  4. Marcelo, concordo quando você diz que a saída do Donizete atrapalhou o time. Ele estava muito bem na partida, e o gol do Bernard saiu de um cruzamento dele, num espaço que seria ocupado pelo Danilinho (que fez muita falta na partida).

    Agora, discordo em relação ao Serra Dourada. Aquele 81 já ficou muito pra trás e precisamos superar isso. Esquecer é impossível. Já fui muitas vezes ver o Galo em Goiânia. Vi o gol 1000 (do Marques). Já vi vitórias contra o Goiás e por último ainda vi aquele golaço de bicicleta do Réver contra o mesmo Dragão em 2010. Ah, e naquele jogo ainda vencemos com um gol do Ruimcardo Bueno, aos 48 do 2º tempo, com a bola batendo nos defensores goianos e entrando. Aquela vitória por 3x2 nos salvou do rebaixamento naquele ano. O Serra Dourada não é problema para nós!

    Abs!

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