Cruzeiro erra demais e perde para time misto do Santos


O Cruzeiro perdeu ontem uma grande chance de conquistar mais um vitória fora de casa e se manter mais perto da parte de cima da tabela do Brasileirão. O adversário era um Santos remendado, desentrosado, com vários jogadores jovens e inexperientes em campo, um goleiro completamente inseguro, uma Vila Belmiro vazia. O cenário era ótimo para o time azul, que conseguiu a proeza não só de perder como levar quatro gols (4 a 2) do até então pior ataque do Campeonato Brasileiro.

A única mudança em relação à equipe que perdeu para a Ponte Preta domingo foi a entrada de Sandro Silva no lugar de Charles. O objetivo de Celso Roth era fechar mais a defesa e permitir que os laterais subissem mais. Na prática, deu tudo errado. No primeiro gol santista,  Sandro Silva perdeu a bola no campo de ataque cruzeirense e permitiu que Felipe Anderson tivesse mais espaço para preparar o chutaço que abriu o placar. Já o segundo gol do Peixe saiu em uma jogada pela lateral, setor que, teoricamente, deveria ter uma boa cobertura dos volantes azuis, Sandro Silva incluso.

Entre os dois gols santistas, ainda no primeiro tempo, Borges empatou e deu a impressão de que o Cruzeiro poderia reverter o marcador, pois chegava com velocidade contra uma defesa muito pesada - em um desses lances, aliás, Wallyson sairia na cara do goleiro Aranha, mas um impedimento mal marcado impediu a conclusão do atacante. A impressão de que o Cruzeiro poderia conseguir um bom resultado voltou a acontecer no início do segundo tempo, quando Ceará empatou o jogo de novo.

Aliás, no início da etapa final, com Charles no lugar de Sandro Silva, o Cruzeiro reforçou a marcação e pareceu melhor postado em campo, mas, apesar de manter a posse de bola por mais tempo, Borges, isolado após a saída de Wallyson para a entrada de Élber, foi pouco acionado e o fraco goleiro Aranha trabalhou muito pouco. 

O Cruzeiro era até melhor na partida quando tomou o terceiro gol, em mais um lance de bola parada. Fábio rebateu uma cobrança de falta para frente e a bola passeou na área até ser empurrada para o gol por Durval. O gol desestabilizou o Cruzeiro, que ainda levou o quarto, em um raro lance que o atacante Bill participou do jogo. Nos três últimos gols santistas, o zagueiro Victorino parecia um espectador, dando espaço para os atacantes e muito pouco combativo.

A zaga foi um dos problemas do jogo de ontem, que Celso Roth terá que resolver. Victorino é bom jogador, mas irregular, assim como Wallyson, que alterna bons e maus momentos nos jogos, apesar de ser a melhor opção no elenco para jogar ao lado de Borges. A proteção da zaga ainda preocupa, já que a equipe tem cometido muitas faltas na intermediária e os volantes não têm saído com qualidade, exceto Tinga, que atua quase que como um meia - mas ontem foi mal. A falta de opções de bom nível no banco também é um problema para virar jogos complicados. Para mim, Roth terá que aprender a fechar um pouco mais a equipe, resguardar a defesa e passar a usar do contra-ataque com mais eficiência, fórmula que deu certo no início do campeonato. É um jogo mais feio, mas que pode resolver. 


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