Frederico Jota entrevista Marcos Rocha


Marcos Rocha terminou 2011 em alta. Aliás, 2010 já tinha sido uma temporada interessante para o lateral-direito, destaque no retorno do América à Série A do Campeonato Brasileiro. Tanto que muitos achavam que o Atlético, clube com o qual tem contrato, deveria ter contado com o jogador desde o início deste ano. A volta ao Galo está marcada para 2012 e o fato é que, mesmo com o Coelho em baixa, rebaixado para a Série B, o lateral foi um destaque, não apenas do clube, como do campeonato. Marcos Rocha foi um dos jogadores com o maior número de assistências da competição e foi responsável direto por cerca de 45% dos gols do América.

Com exclusividade para o blog, Marcos Rocha falou, na entrevista que reproduzo abaixo, do tempo que passou no América, das marcas que atingiu, tenta explicar os motivos de não ter ficado no Atlético e fala da expectativa para o próximo ano. Em destaque, após a entrevista, os números do lateral no Brasileirão e dados de sua carreira.

Frederico Jota: Mesmo jogando em uma equipe que não foi bem no Campeonato Brasileiro, seus números individuais foram muito bons. Quais os motivos que o levaram a isso?
Marcos Rocha: Quando se tem a oportunidade de disputar a Série A, todos tentam mostrar o máximo de seu potencial. Me dediquei muito nos treinamentos e nos jogos para ganhar visibilidade. Sempre tive a preocupação de acertar passes e cruzamentos e, quando tenho a oportunidade nos treinamentos, tento aperfeiçoar ao máximo para que no jogo fique fácil. Colhi frutos individuais, mas infelizmente deixamos a desejar no coletivo porque não ficamos na primeira divisão.

FJ: Você chega com facilidade ao ataque, conclui bem e dá várias assistências. Um eventual esquema que te deixe mais fixo à marcação poderia prejudicar seu desempenho?
MR: Não vejo problema algum em jogar mais preso na marcação, se for para conseguir fazer com o que o meu time vença desta forma.



FJ: Quais foram os problemas que levaram o América a cair e a passar todo o Campeonato Brasileiro ameaçado, apesar de ter bons jogadores e de ter feito bons jogos?
MR: Fora de campo estava muito bem organizado, com o clube cumprindo com suas obrigações, mas dentro de campo aconteceram muitas mudanças de jogadores, além das comissões técnicas. Isso foi gerando um desgate na equipe. Quando conseguimos o equilíbrio já era tarde.



FJ: Você teve outras oportunidades no Atlético. Por que não se firmou? Quais foram os problemas?
MR: Tive uma oportunidade em 2009, quando fiz 9 jogos como titular. Depois disso saí da equipe, mas até hoje não sei o motivo. Na época, tinha média de uma assistência por partida.

FJ: Como é lidar com a pressão da torcida do Atlético, que há muito tempo não conquista um título expressivo? Ela pode jogar contra o time em determinadas situações?
MR: Temos que trazer eles para o nosso lado, jogando bem e ficando sempre nas cabeças das competições, além de visar títulos. Nesse caso, os torcedores podem fazer a diferença!

FJ: Nos últimos anos, vários jogadores passaram pela lateral direita do Atlético e não conseguiram se firmar. Além disso, até mesmo volantes foram improvisados no setor. O que fazer para acabar com essa marca e ser um titular absoluto da posição?
MR: Tenho que trabalhar e me dedicar ao máximo nos treinamentos. Sei do meu potencial e tenho certeza que posso atuar na lateral direita do Atletico.

FJ: Quais as diferenças que você percebeu no Atlético das suas passagens anteriores para o clube e o elenco atual que você vai trabalhar em 2012?
MR: Em 2009, o Émerson Leão formou uma equipe no começo do ano, quando mesclou jogadores de base com outros mais experientes. Isso deu muito resultado, pois o clube ficou entre os sete melhores do Brasil naquele ano, já sob o comando do Celso Roth Depois disso, aconteceram muitas mudanças e dispensas, o que mudou a cara do Atlético, que preferiu investir mais nos jogadores de fora do que na base. Hoje, o Cuca mescla os jogadores jovens e os experientes. Espero que em 2012 isso não seja diferente.

OS NÚMEROS DE MARCOS ROCHA NO BRASILEIRÃO

Marcos Rocha cumpriu quatro jogos de suspensão nas dez primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, mas, mesmo assim, conseguiu números excelentes na competição. Além de ter participado de 44% os gols do América (dois feitos por ele mesmo), foi responsável por cerca de 12% dos passes certos da equipe, segundo levantamento do Terra Esportes.
O lateral-direito fechou o Brasileirão com 11 assistências, número igual ao de Danilo, do Corinthians. Elkeson, do Botafogo, e Montillo, do Cruzeiro tiveram 10 cada. Outro bom número do jogador foi a quantidade de desarmes, 132 no total.

FICHA DO JOGADOR

Nome: Marcos Luis Rocha Aquino

Nascimento: 11 de dezembro de 1988 (23 anos)
Altura: 1,76m
Peso: 70kg
Carreira: Atlético (2007 e 2009); CRB (2008); Ponte Preta (2010) e América (2010 a 2011)
Premiações: Melhor lateral-direito da Série B em 2010, pelo Sportv, e melhor lateral-direito dde 2010 nos troféus Telê Santana e Guará. Melhor lateral-direito do Campeonato Mineiro de 2011 (prêmio Globo Minas)

Fotos: BMP Sports e Galo Digital

Comentários

  1. Boa sorte ao Marcos Rocha no seu retorno, provou que tem valor e merece mais uma chance. Sucesso. E parabens pelo blog FJ, sempre acompanhando

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  2. Acho que tem tudo para ser o lateral-direito titular do GALO nesse ano... eu já havia sido contra o empréstimo do mesmo em 2010.
    PS: Caro Fred Jota, acompanho seu trabalho no blog, mas gostaria mesmo de parabenizar pelo Livro do Centenário do GALO!
    Ricardo/BH

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  3. Parabéns pela entrevista. Tomara que o Marcos Rocha se firme no Galo!

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  4. Marcos Rocha é um jogador interessante para o Galo, considerando-se o mercado brasileiro. Mas, apesar disso, a insistência em Danilinho, Kalil e tudo com o apoio da torcida só mostra que o Atlético-MG é um clube acomodado e em potencial nível de série B.

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