Brasileiros e uruguaios: um confronto histórico na Libertadores




Santos começaram ontem a reviver, na decisão da Libertadores, um confronto de 49 anos. Em 1962, o Peixe venceu o time uruguaio na decisão, disputada em três jogos, e evitou que o Peñarol chegasse ao tricampeonato. A equipe de Montevidéu conquistou as duas primeiras edições da Libertadores, contra Olimpia, em 1960, e Palmeiras, em 1961, no primeiro choque decisivo entre as equipes dos países. Brasileiros e uruguaios voltaram a se enfrentar em finais mais duas vezes. Em 1980, o Nacional levou a melhor sobre o Inter em jogo que marcou a despedida de Falcão do Beira-Rio. Rival colorado, o Grêmio venceu o mesmo Peñarol em 1983, na quarta e última vez que brasileiros e uruguaios decidiram a Libertadores. Finais entre brasileiros e argentinos são mais comuns e as que mais aconteceram (12 vezes). Uruguaios e argentinos fizeram oito decisões e argentinos e colombianos decidiram a competição cinco vezes, número igualado apenas agora por países da tradição de Brasil e Uruguai. A final da Libertadores foi tema do meu quadro "Histórias da Bola", exibido na última quarta-feira no Minas Esporte, da Band. Para conferir o quadro e ver imagens históricas de Santos, Peñarol e da Libertadores, clique aqui.

A chegada do Peñarol à decisão quebra um longo jejum de 23 anos. A última vez que um time uruguaio chegou à final foi em 1988, quando o Nacional foi campeão. Depois disso, participações discretíssimas dos times locais na Libertadores. Apenas o Danúbio, em 1989, e o Nacional, em 2009, chegaram à semifinal. A chegada do Peñarol à decisão faz parte do renascimento do futebol uruguaio, semifinalista da Copa do Mundo de 2010, competição na qual o atacante Forlán foi considerado o melhor jogador, e já classificado para jogar as Olimpíadas de Londres no ano que vem.

A história do Peñarol na Libertadores nunca pode ser esquecida. Pentacampeão, é o terceiro time com mais conquistas no torneio (atrás de Independiente (7) e Boca Juniors (6)), sendo que a última delas foi em 1987. Além disso, o time amarelo e preto foi quatro vezes vice-campeão, um recorde na Libertadores, e chegou quatro vezes à semifinal. Não bastasse, é o time que mais vezes participou da competição, 39 vezes, o que mais venceu: 147 vitórias. Se fizer quatro pontos nesta decisão, passa a ser também o time que mais pontos fez na história, superando o rival Nacional. Para completar, os três jogadores que mais gols fizeram na Libertadores jogaram pelo Peñarol, Spencer, Fernando Morena e Pedro Rocha.

A história santista na Libertadores também é respeitável. Bicampeão em 1962 e 1963, o Peixe foi vice uma vez e chegou três vezes às semifinais. Com a classificação para a final, o Santos manteve a tradição de sempre ter um brasileiro na final desde 2005. Se o Peixe for campeão, o Brasil chega a 15 conquistas. Para se ter uma ideia, na época do último título uruguaio, em 1988, o Uruguai tinha 8 títulos e o Brasil apenas 5. A Argentina ainda lidera a lista, com 22 troféus.

Retrospeto do Peñarol
Campeão: 1960, 1961, 1966, 1982 e 1987
Vice: 1962, 1965, 1970 e 1983
Semifinalista: 1963, 1968, 1969 e 1974

Retrospeto do Santos
Campeão: 1962 e 1963
Vice: 2003
Semifinalista: 1964, 1965 e 2007

Decisões Brasil x Uruguai
1961: Peñarol x Palmeiras (1 a 0 e 1 a 1)
1962: Santos x Peñarol (2 a 1, 2 a 3 e 3 a 0)
1980: Nacional x Internacional (0 a 0 e 1 a 0)
1983: Grêmio x Peñarol (1 a 1 e 2 a 1)

Maiores artilheiros da Libertadores
Spencer (54 gols, sendo 48 pelo Peñarol)
Fernando Morena (37 gols, todos pelo Peñarol)
Pedro Rocha (36, sendo 25 pelo Peñarol)

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