O futebol como exemplo






O futebol é capaz de mobilizar multidões, de amenizar conflitos e até mesmo tem a capacidade de tornar as coisas muito mais leves do que elas são. A brutalidade inconcebível do que aconteceu em Realengo na semana passada ainda é algo impossível de entender e de ser digerida. Mas o esporte mais popular do país deu sua contribuição para, na medida do possível, amenizar a dor das famílias que perderam parentes na tragédia e homenagear as vítimas de tamanha estupidez.

Vários gestos são dignos de nota, como os minutos de silêncio em todos os estádios do país, a entrega da camisa do Flamengo a um dos sobreviventes, Alan, feita no hospital pela presidente do clube, Patrícia Amorim, e a faixa de apoio do mesmo Flamengo no clássico de ontem contra o Botafogo, que dizia "Alô, alô, Realengo, aquele abraço solidário do Flamengo", referência à música de Gilberto Gil. Leve e realmente solidária.

Mas a atitude mais criativa, sem dúvida, ficou por conta do Corinthians. Além de balões com os nomes das vítimas e da apresentação de Adriano, que entrou em campo segurando uma camisa em que estava escrito "PAZ", cada jogador do Timão jogou contra o São Caetano com o nome de uma vítima na camisa. Na foto acima, Chicão e Leandro Castan usam camisas com os nomes de Larissa e Rafael. E foi o segundo gesto bacana do Timão em poucos dias. No dia 20 de março, os jogadores corintianos homenagearam as vítimas do terremoto e tsunami no Japão, entrarando em campo contra o Americana com seus nomes escritos em japonês e com a bandeira do país no meio da camisa. Veja na foto abaixo a camisa de Liédson.



Foram gestos bacanas, inteligentes, bonitos e inesquecíveis. Nada vai superar a dor da perda, mas atitudes como essas dão força e esperança de que coisas ruim não voltem a acontecer. O futebol é capaz disso. E de muito mais.


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