Números da administração Alexandre Kalil no Atlético

O repórter Victor Martins publicou hoje duas matérias muito interessantes no portal iG sobre o balanço financeiro da administração Alexandre Kalil à frente do Atlético. O portal teve acesso aos balanços da gestão Kalil e mostra com clareza números do faturamento do clube e a aplicação dos recursos no patrimônio do Atlético. Com a autorização do repórter, reproduzo aqui, na íntegra, o texto, que também pode ser visto em dois links, no portal iG, que estão aqui (primeira parte e segunda parte):

"Alexandre Kalil tomou posse como presidente do Atlético em 30 de outubro de 2008. Desde então o clube passou por uma verdadeira revolução. Se antes era impossível disputar jogadores com os principais clubes do país, por falta de verbas e salários atrasados, o clube mineiro virou referência nos últimos dois anos. O Atlético-MG não só contrata grandes jogadores, vide Diego Tardelli, Diego Souza, Daniel Carvalho, como ainda busca jogadores importantes em outros clubes, caso do zagueiro Leonardo Silva, que era capitão do Cruzeiro.
O que não falta são teorias para o sucesso do Atlético-MG fora dos gramados. Endividamento do clube com o banco BMG, do ex-presidente atleticano Ricardo Guimarães, é a mais comum. Venda do shopping Diamond Mall até doação de dinheiro por parte de donos de supermercados fazem parte do imaginário do torcedor. O iG teve acesso aos balanços da gestão Alexandre Kalil e abre a caixa preta de uma administração que tem dado o que falar até entre dirigentes dos clubes brasileiros, embora os resultados dentro de campo ainda não tenham aparecido.
O balanço vai ser analisado e votado nesta quarta-feira pelo Conselho Deliberativo do Atlético-MG. Quatro pontos chamam a atenção nos números que a diretoria vai apresentar aos conselheiros. O pagamento das dívidas de gestões passadas, o aumento do patrimônio do clube, a redução de gastos para o funcionamento da entidade e maior investimento no futebol, além da supervalorização da marca Clube Atlético Mineiro.
Entre todos os números apresentados, nenhum chama tanto atenção quanto o crescimento do faturamento bruto em dois anos. O clube pulou de R$ 60 milhões em 2008 para R$ 93 milhões em 2010, sendo que o orçamento de orçamento de 2011 prevê um faturamento de R$ 103 milhões. A valorização da marca fica evidente na comparação do que o clube recebia em 2008 com o que recebe agora em patrocínio. No ano do centenário, mesmo com toda a exposição, o total arrecadado foi de R$ 8.099.186,00 com Lotto, Fiat e FPT. Já no passado o valor foi de R$ 28.029.852,00 com Topper, Banco BMG e Ricardo Eletro.
O contrato de renovação para a transmissão do Campeonato Brasileiro deve ser assinado até 19 de maio, prazo estabelecido pela Rede Globo. Assim como Cruzeiro, Internacional, Grêmio, Fluminense e Botafogo, o Atlético-MG vai passar a ganhar R$ 53 milhões por ano. Mas desde que 2009 que clube tem reajuste no que ganha da televisão.
Veja abaixo tudo que o clube faturou nos últimos três anos (em R$):

Em 2008:

Bilheteria 7.568.597,00
Direitos de transmissão 20.208.814,00
Transações de jogadores 11.714.533,00
Outras receitas atividades esportivas 2.930.229,00
Projeto torcedor colaborador 962.549,00
Patrocinadores 8.099.186,00
Clubes sociais e esportes amadores 4.378.461,00
Receitas Patrimoniais 4.955.689,00
Total 60.818.058,00

Em 2009:

Bilheteria 13.942.097,00
Direitos de transmissão 27.579.471,00
Transações de jogadores 6.978.695,00
Outras receitas atividades esportivas 2.793.145,00
Projeto torcedor colaborador 822.247,00
Patrocinadores 4.374.232,00
Clubes sociais e esportes amadores 4.391.148,00
Receitas Patrimoniais 5.245.210,00
Total 66.126.245,00

Em 2010:
Bilheteria 8.422.960,00
Direitos de transmissão 29.737.834,00
Transações de jogadores 10.160.985,00
Ouras receitas atividades esportivas 3.209.350,00
Projeto torcedor colaborador 711.237,00
Patrocinadores 28.092.852,00
Clubes sociais e esportes amadores 6.996.556,00
Receitas Patrimoniais 6.021.268,00
Total 93.290.042,00

Curiosidade
No final de 2006 o Atlético-MG lançou o Torcedor-Colaborador, através da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Através da conta de luz, o torcedor atleticano podia doar R$ 5, R$ 10, R$ 20 ou R$ 30 por mês ao clube, sendo que ao final de 12 meses receberia um diploma do Atlético-MG. Idealizador do projeto, o então presidente Ziza Valadares esperava arrecadar cerca de R$ 800 mil por mês.
“O projeto Cemig é o mais importante da vida do Atlético, se o torcedor contribuir, nós vamos ter o maior time do Brasil”, dizia o dirigente.
O Atlético-MG chegou a ter mais de 20 mil colaboradores, passando dos R$ 300 mil mensais. Mas jamais chegou perto dos R$ 800 mil planejados por Ziza Valadares. Mais de quatro anos depois, o projeto ainda rende dinheiro ao Atlético-MG. Não chega a 1% do que o clube fatura, mas foram R$ 711.237,00 em 2010.

Atlético-MG corta R$ 17 milhões em gastos e aplica no patrimônio

Desde que Alexandre Kalil assumiu o Atlético-MG, o clube não tem mais time de futsal, não tem mais departamento de marketing e fez corte de funcionários. De fato a gestão atual enxugou os gastos para o funcionamento do clube e aplicou no futebol. Em números simples, o Atlético-MG gastou RS 49.083.050,00 em despesas operacionais em 2008 contra 32.208.358,00 no ano passado.
São quase R$ 17 milhões economizados em telefone, salários de funcionários, despesas de manutenção da sede administrativa, enfim, tudo que o clube precisa gastar para funcionar, fora o futebol. “O Atlético se valorizou, gasta pouco, tem uma sede modesta, poucos funcionários, bem remunerados, mas poucos”, já dizia Alexandre Kalil em janeiro.
A diferença economizada no funcionamento do clube vai toda para o futebol. Se há três anos o gasto do Atlético-MG com sua equipe profissional era de R$ 44.635.152,00 por temporada, só em 2010 o clube gastou R$ 77.221.596,00.
Com mais dinheiro para investimentos, não foi apenas o futebol que recebeu os recursos. O patrimônio do clube também ganhou um tratamento especial. A Cidade do Galo, Centro de Treinamento do Atlético-MG, foi equipada com uma moderna academia de ginástica e aparelhos de fisioterapia, para tratar de jogadores contundidos.
O resultado foi a eleição da Cidade do Galo como o melhor CT do país, além da valorização do imóvel. Segundo a linha de ajustar o clube, a direção atleticana contratou uma empresa especializada para fazer a avaliação dos imóveis e investimentos do clube. Assim, o patrimônio do Atlético-MG passou de R$ 210 milhões para R$ 636 milhões".

Comentários

  1. Espero que não existam distorções nos custos "reais", permaneçam reorientações racionais por parte das diretorias e contratos que valham a pena e possibilitem experiência administrativa e recursos mais substânciais, como na renovação do contrato do Shopping. Não podem permanecer com postura de amadores ou gerar ainda mais dúvidas sobre os reais objetivos dos mesmos com uma fonte de recursos tão promissora. É ver no que vai dar. Abraços

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